Relações sociais: proteção para a saúde mental e bem-estar emocional

Publicado em: 29/07/2020 | Última modificação em 31/07/2020 Por Assessoria de Imprensa SUPERA

No decorrer do processo de envelhecimento normal, a pessoa idosa passa por estabilidades e mudanças, que às vezes estão relacionadas a fatores sociais como: o processo de aposentadoria, a saída dos filhos de casa e a sensação do ninho vazio, perdas de entes próximos, a dinâmica dos compromissos que já não é mais a mesma e etc. Essas situações resultam, muitas vezes, na solidão na velhice e na falta de propósito de vida.

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Saiba como as relações sociais ajudam a proteger a saúde mental e garantir o bem-estar emocional entre os idosos; confira na coluna de Thais Bento Lima.

Sabemos que as relações sociais englobam diversidades e as redes de apoio e suporte social entre os indivíduos auxiliam a nos tornarmos mais fortes e resilientes em momentos de adversidades. Principalmente, em eventos chamados estressores, ou seja, que exigem mais força e estratégias de enfrentamento dos nossos aspectos emocionais.

É também por meio das relações sociais que podemos prevenir doenças relacionadas à saúde mental, como depressão, ansiedade, estresse e medos. Ao interagirmos com o outro, nos motivamos a ter projetos de vida, a nos vestirmos, nos arrumarmos e adquirirmos o senso de pertencimento.

As relações sociais têm um papel fundamental em nossa vida e constituem-se por: círculos de amigos, membros da nossa família, membros da comunidade, profissionais das instituições que frequentamos; entre outros. É uma forma para estarmos bem e nos mantermos no processo de envelhecimento saudável.

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Há mais de 20 anos, Laura Carstensen, pesquisadora e estudiosa das relações sociais e emocionais no envelhecimento, observou em seus diversos estudos que as relações sociais eram diferentes após os 60 anos. Laura criou uma teoria que recebeu o nome de Teoria da Seletividade Socioemocional.

Nesta teoria, a pesquisadora destaca que há uma redução na amplitude da rede de relações sociais e da participação social na velhice. Porém, esses fatores não refletem prioritariamente em perdas físicas/sociais e  psicológicas/naturais e esperadas, mas na redistribuição de recursos socioemocionais. Por outro lado, na juventude, as pessoas tendem a cultivar relacionamentos sociais mais numerosos. Nessa fase da vida, os jovens promovem a exploração do mundo, há o aumento da informação e a afirmação de status e da identidade.

Na velhice, as metas de busca de informação são substituídas por parâmetros de regulação emocional. Ou seja, a redução nos contatos sociais reflete uma seleção ativa, na qual as relações sociais emocionalmente próximas são mantidas porque têm maior chance de oferecer conforto emocional. Assim, os idosos tendem a reorganizar suas metas e relações sociais, a priorizar realizações de curto prazo e dar preferência nas relações sociais mais significativas, descartando o que for mais irrelevante a esses critérios.

A interação social citada por Carstensen tem como foco alguns objetivos: ser uma fonte de informação; auxiliar as pessoas a se desenvolverem e manterem o autoconhecimento; ser uma fonte de prazer, de conforto ou de bem-estar. Em cada etapa do desenvolvimento humano, existem alterações na influência, tamanho e composição das buscas sociais e emocionais, que podem predominar cada vez mais na meia-idade em diante. Sendo assim, a correlação com a Teoria da Seletividade Socioemocional é de que, à medida que as pessoas envelhecem, elas investem o tempo e a energia em manter relacionamentos mais íntimos.

Em resumo, destaca-se a importância dos relacionamentos sociais no envelhecimento para o fortalecimento das nossas emoções. Desta forma, é de fundamental importância que as pessoas mais velhas mantenham a satisfação na vida em face do estresse, traumas, perdas e demandas que podem ser agentes crônicos na vida dessa população.

Pessoas socialmente isoladas tendem a ser solitárias, e em consequência, pode acelerar o passar por prejuízos físicos e cognitivos, ocasionando fatores de risco para demências e mortalidade. Deste modo, precisamos fortalecer os relacionamentos tornando-os sólidos e consistentes, pois as relações sociais fortalecidas auxiliam no estado de saúde, sendo importante para uma melhor qualidade de vida e para a promoção da longevidade de cada um de nós.

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Referência Bibliográfica

Carstensen, Laura L. “Motivaçäo para contato social ao longo do curso de vida: uma teoria de seletividade socioemocional.” Psicologia do envelhecimento: temas selecionados na perspectiva de curso de vida. 1995. 111-144.

Neri, Anita Liberalesso. “O legado de Paul B. Baltes à Psicologia do Desenvolvimento e do Envelhecimento.” Temas em psicologia 14.1 (2006): 17-34.

Texto Escrito Por:

Cássia Elisa Rossetto Verga, Graduanda em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades, da Universidade de São Paulo. Estagiária da pesquisa de Treino cognitivo de Longa Duração, Universidade de São Paulo.

Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva, Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e conselheira executiva da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG) e colunista do site do Método SUPERA.

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