Estudo Finger: saiba a importância de hábitos saudáveis em idosos

Publicado em: 27/02/2020 Por Assessoria de Imprensa SUPERA

O processo de envelhecimento nos idosos caracteriza-se por ser complexo e ter múltiplas faces. Faz-se necessário cada día mais estudos voltados para analisar a relação entre a manutenção da capacidade funcional e os fatores determinantes para um processo de envelhecimento saudável durante os anos de vida adquiridos.

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Na coluna dessa semana, a gerontóloga Thaís Bento Lima apresenta o Estudo FINGER, que mostra a importância dos idosos manterem uma vida saudável.

Em 2015, a Organização Mundial de Saúde, lançou um relatório, denominado “Promoção do Envelhecimento Saudável”, em que orienta-se a adoção de um estilo de vida saudável para a manutenção da autonomia e da independência no decorrer dos anos de vida. Este estilo de vida seria fundamental para a melhoria da qualidade de vida e a prevenção de doenças, como as neurodegenerativas, conhecidas como demências.

Em 2015, foram publicados os primeiros resultados do Estudo denominado Intervenção Geriátrica Finlandesa para a Prevenção de Demências e Declínio Cognitivo. É conhecido mundialmente de estudo FINGER. Trata-se de um estudo pioneiro, que trata do investimento em abordagens integradas com ênfase na prevenção e promoção de saúde para idosos, visando um maior conhecimento do que são as doenças vasculares e a importância de se adotar um estilo de vida saudável e ativo, com práticas orientadas por especialistas.

Este estudo foi realizado no período de setembro de 2009 a novembro de 2011 – foram avaliados 2654 indivíduos, inseridos aleatoriamente em um grupo treino e um grupo intervenção. Os idosos que participaram do grupo intervenção foram orientados por especialistas a ter uma dieta saudável, praticavam atividades físicas semanalmente, realizavam semanalmente atividades de treino cognitivo (com exercícios feitos em sala de aula e atividades de continuidade feitas em casa) e atividades de interação social. Todas as atividades oferecidas tinham duração média de uma hora e meia.

As conclusões deste grande estudo randomizado e controlado de longo prazo sugerem que uma intervenção integrada de dois anos pode melhorar ou manter o funcionamento cognitivo em idosos. Entretanto, os autores fizeram uma ressalva: novos estudos deveriam ser realizados, com um maior número de participantes e principalmente, de diferentes culturas e nações.

Com base nos desdobramentos do estudo FINGER publicado inicialmente em 2015, em dezembro de 2019, um grupo de especialistas brasileiros, liderados pelos pesquisadores Prof. Dr. Ricardo Nitrini, Profa. Dra. Sônia Brucki, Profa Dra. Mônica S. Yassuda do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, e Prof. Dr. Paulo Caramelli do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais. Todos estiveram presentes em Buenos Aires para discutir a ampliação deste estudo em idosos de alguns países da América Latina – dentre eles, México, Argentina e Brasil.

Objetiva-se acompanhar um grupo maior de idosos de diferentes culturas para saber se as intervenções integradas em populações de diferentes culturas serão eficazes, no modelo de multifatores, como foi no estudo original da Finlândia.

O que temos hoje são evidências de que muitas doenças – como as vasculares e as demências – são problemas de saúde pública, geram ônus e muitos custos para as famílias; mas os estudos de prevenção estão aí para nos mostrar que é possível uma sensibilização e conscientização sobre a adesão de um estilo de vida ativo e saudável.

Fontes: NGANDU, Tiia et al. A 2 year multidomain intervention of diet, exercise, cognitive training, and vascular risk monitoring versus control to prevent cognitive decline in at-risk elderly people (FINGER): a randomised controlled trial. The Lancet, v. 385, n. 9984, p. 2255-2263, 2015. Título do estudo em português: Título do estudo. Intervenção de dois anos em múltiplos domínios: dieta, prática de exercícios físicos, treino cognitivo e monitoramento de risco vascular versus controle para evitar declínio cognitivo em idosos em risco (FINGER): um estudo controlado e randomizado.

Marengoni, Alessandra et al. A 2 year multidomain intervention of diet, exercise, cognitive training, and vascular risk monitoring versus control to prevent cognitive decline in at-risk elderly people (FINGER): a randomised controlled trial. Journal of the American Medical Directors Association 19.4 (2018): 355-360. (versão de seguimento após a primeira publicação). Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0140673615604615

Entrevista do Professor Ricardo Nitrini, docente responsável pelo Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Universidade de São Paulo, tema: Demência é um fenômeno complexo que relaciona múltiplos fatores, Jornal da Universidade de São Paulo.

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Thais Bento Lima, pesquisadora na área de envelhecimento, estimulação cognitiva e demências, Profa. Dra no curso de Gerontologia da USP e pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da USP. É consultora e colunista do Método SUPERA.

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