Disgrafia: o que é o transtorno de escrita e como resolver?

Publicado em: 16/12/2022 | Última modificação em 15/08/2023 Por Supera
disgrafia

O desenvolvimento de uma criança é um processo rico e emocionante para os olhos atentos de uma mãe. O primeiro passo dado, a primeira palavra pronunciada, a primeira frase lida são momentos inesquecíveis na vida familiar.

No entanto, quando a aprendizagem da criança apresenta algum impedimento, qualquer mãe começa a se preocupar.

O desempenho do seu filho na escola corresponde às suas expectativas? Ele entende o conteúdo e o reproduz de maneira adequada? A sua expressão escrita é compatível com a sua idade e período escolar?

Se a resposta a estas perguntas for não e você estiver pensando o que pode estar errado com seu filho, um dos possíveis motivos pode ser disgrafia.

Você deseja saber o que é disgrafia, suas causas e tratamento? Então, confira as principais informações sobre o assunto!

Disgrafia: o que é?

A disgrafia é um transtorno de escrita que ocorre quando a criança tem dificuldade para se expressar por meio da escrita. A pessoa fala e lê corretamente, mas, quando precisa se expressar por escrito, o esforço resulta em desastre, o que prejudica o processo de aprendizagem.

Esse transtorno está ligado às habilidades psicomotoras infantis que, em alguém com o transtorno, não atuam corretamente, como:

  • a motricidade fina, que é a capacidade de realizar movimentos com pequenos músculos, como desenho, escrita, recorte e colagem de figuras, etc. 
  • o esquema corporal, que é a habilidade da criança de saber quais são as partes do seu corpo, seus nomes e suas funções; e
  • a percepção espacial, que é o jeito da criança perceber as dimensões dos espaços e das coisas à sua volta, assim como a interação do seu corpo com esses espaços, as direções (acima, abaixo e à frente) e também as distâncias (longe e perto).

Além disso, determinados movimentos funcionais da mão são essenciais para uma escrita de sucesso. São exemplos desses movimentos os que se referem à pressão ao segurar um objeto, à força exercida para segurá-lo e ao funcionamento adequado da mão e do braço ao executar algum ato com eles.

Em uma criança com disgrafia, porém, esses movimentos são impróprios.

Enfim, as capacidades neuromotoras relacionadas à visão, a habilidade de escrever da esquerda para a direita e a forma de posicionar o lápis são fundamentais para a organização e a clareza do texto escrito.

Quando o resultado não é este, não só a criança que sofre desse transtorno de escrita acaba frustrada, como também seu desempenho e desenvolvimento são afetados.

Quais são os sintomas?

Este problema se manifesta por meio de letras ilegíveis, da demora em executar atividades por escrito, dos repetidos erros de português que não estão presentes na fala e da desproporção na hora de escrever: letras muito grandes ou muito pequenas.

Além disso, a criança com esse transtorno segura o lápis ou a caneta com muita força e em uma posição inadequada.

Seus textos têm aparência de negligência e desorganização, a sua letra é desenhada com pobreza de detalhes e pouco nítidas, ignorando-se o fato de que nem a própria criança consegue entender o que escreveu.

A criança com disgrafia demonstra problemas ao escrever letras e números e também ao tentar expressar sinais e letras que não tenham indicadores motores que possam ser imitados e depois repetidos. Ela, ainda, usa letras maiúsculas e minúsculas de forma inapropriada.

Outra dificuldade da criança é fazer cópias e usar palavras coerentes ao contexto do texto que está sendo redigido.

Ademais, é comum que a pessoa com disgrafia separe as sílabas incorretamente, escreva palavras de forma incompleta, invertida ou confusa, troque letras com sons semelhantes e incline em excesso a folha ou então não incline nem um pouco.

Também, podemos acrescentar como característica desse transtorno a dificuldade em usar o espaço disponível para escrever. Neste caso, a criança não consegue se manter entre as margens enquanto escreve.

E, por fim, outro sintoma frequente em crianças com disgrafia é o grafismo trêmulo.

O que causa a disgrafia?

A disgrafia pode ser resultado de causas maturativas. Isso significa que a criança possui dificuldades de equilíbrio e movimento, ou seja, elas são desajeitadas para movimentar-se considerando as dimensões e os espaços à sua volta.

Tais dificuldades afetam a escrita por meio de pressão e velocidade irregulares na hora de escrever, desenho da letra ilegível e distribuição espacial desrespeitando as margens.

A personalidade e o estado emocional da criança também podem ser fatores que afetam a escrita. Sendo assim, a sua maneira de escrever pode refletir as emoções contidas em seu interior.

Por fim, não podemos deixar de lado as causas pedagógicas, já que a maneira de ensinar e a velocidade com a qual a criança aprende pode causar transtornos de aprendizagem.

As questões pedagógicas que podem causar a disgrafia são:

  • método de ensino muito rigoroso, que não considera a individualidade da criança;
  • professores despreparados para ensinar os movimentos necessários à escrita;
  • materiais inadequados aos objetivos e necessidades de ensino; e
  • falta de treinamento para diagnosticar dificuldades de escrita.

Qual o tratamento para disgrafia?

A partir do momento que o diagnóstico de disgrafia é confirmado por profissionais especializados, é importante trabalhar a autoestima da criança. Se você é mãe, ajude o seu filho a perceber o seu apoio e trabalhe em equipe com os professores e profissionais que estão cuidando do tratamento dele. Essa aliança será fundamental para o aprendizado de sucesso.

Estabeleça como prioridade ensinar o seu filho a sentar-se corretamente na mesa de estudos. Incentive-o a realizar atividades como cadernos pontilhados e labirintos, praticar caligrafia, desenhar e pintar, exercitar a forma, o tamanho e a inclinação das letras.

Mas lembre-se: é importante estimular o aprendizado respeitando o ritmo e as dificuldades dele.

Entretanto, não se esqueça de incentivar seu filho a fazer exercícios de memória e ginástica cerebral, pois um cérebro saudável é um grande aliado para evitar ou vencer transtornos de aprendizagem.

E a dupla memória e aprendizagem são como as asas de um pássaro: as duas precisam trabalhar juntas para que ele voe — ou, nesse caso, que o seu filho aprenda.

Letras trêmulas e irregulares, relutância em executar trabalhos escritos e textos ilegíveis, são um alerta de que algo está errado.

Por isso, preste atenção ao desempenho escolar de seu filho. Caso perceba esses ou outros sinais de dificuldades, busque ajuda especializada imediatamente, não deixe para depois.

Quanto mais cedo a disgrafia for diagnosticada, melhores serão os resultados do tratamento.

Aprender sobre disgrafia ajudou você a entender melhor as dificuldades do seu filho? Então, leia este artigo e descubra como estimular o aprendizado dele!

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4 comentários para "Disgrafia: o que é o transtorno de escrita e como resolver?"

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  • Lucia disse:

    Excelente este conteúdo

  • Solange Batista dos Santos disse:

    Gostei da abordagem realizada , mas me causou estranhamento a não associação da disgrafia com tdah e ou autismo. Porém pode estar relacionado .

  • Compartilhei no meu LinkedIn porque a matéria é excelente e vai ajudar muitas pessoas, como a mim e a meu filho.

    No parágrafo intitulado: “Qual o tratamento para disgrafia?” está escrito que …se você é mãe, ajude o seu filho… – então; sou pai, tenho a guarda do davisinho desde a separação que logo completa 4 anos…ele vai completar 9 agora em dezembro… Talvez “papai ou mamãe”; “Responsável ou cuidador”… caíssem melhor.

    Parabéns pela matéria.
    Abraço.

    1. Caroline Goulart disse:

      Olá, José!

      Ficamos felizes em poder contribuir de alguma forma.
      Agradecemos a sugestão. Realmente ela é super válida!

      Abraços!

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