Autonomia na educação infantil: 4 maneiras de desenvolver!

Publicado em: 25/11/2022 | Última modificação em 19/10/2023 Por Supera

Isoladamente, o conceito de autonomia remete à ideia de se ter capacidade para tomar decisões com base nas informações disponíveis e não forçadas. Inclusive, de acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, do MEC, trata-se da

“(…) capacidade de se conduzir e tomar decisões por si próprias, levando em conta regras, valores, sua perspectiva pessoal, bem como a perspectiva do outro”.

Nesse sentido, o período da infância é extremamente importante para o desenvolvimento da autonomia. Afinal, essa é a etapa da vida em que as crianças têm a oportunidade de explorar e conhecer o mundo. Além disso, o estímulo à autonomia na educação infantil contribui significativamente para a evolução dos pequenos.

Quer entender melhor os benefícios de estimulá-la e, mais ainda, como fazer isso no dia a dia, por meio de atividades simples? Então, continue a leitura!

Qual é a importância da autonomia na educação infantil?

autonomia na educação infantil

É natural — e esperado — que todas as crianças, futuramente, tornem-se adultos independentes, que consigam tomar as suas decisões e, é claro, arcar com as consequências das suas escolhas.

Mas, para que isso seja realmente possível, é necessário que o aprendizado comece cedo. Com o incentivo à autoconfiança e à autonomia infantil, ambas indispensáveis para um desenvolvimento saudável.

Na prática, por vezes, o instinto protetor dos pais acaba “falando mais alto”, a ponto de, até mesmo, eliminar quaisquer possibilidades que os pequenos teriam de exercer o protagonismo infantil e de se sentir independentes.

No entanto, mesmo que algum cuidado seja, sim, necessário, a superproteção costuma trazer mais malefícios do que vantagens, minando a estimulação cognitiva em alguns casos.

Os principais benefícios de desenvolvê-la

A dose adequada de independência na infância não somente torna o desenvolvimento dos pequenos mais saudável, mas também impacta positivamente diversos aspectos que reverberarão na fase adulta. A seguir, veja alguns dos principais benefícios do incentivo à identidade e autonomia na educação infantil.

Habilidades sociais

Via de regra, a introversão é um dos resultados da superproteção parental e pode desencadear uma série de dificuldades posteriormente — especialmente durante a adolescência e na fase adulta.

Afinal, as habilidades sociais, de modo geral, são fundamentais para a evolução da capacidade comunicacional, para a criação de vínculos afetivos e, inclusive, para o processo de ensino-aprendizagem.

Nesse contexto, os pequenos que têm a oportunidade de agir com independência conseguem desenvolver melhor a sua própria capacidade de interação com outras pessoas sem que haja a necessidade de uma intervenção dos pais.

Essa aptidão será necessária, por exemplo, no meio escolar, quando eles terão de interagir com os professores e com os colegas da classe.

Inteligência emocional

Durante a fase da infância, a inteligência emocional tem dois elementos centrais: o enfrentamento das frustrações e a convivência com os outros. No que diz respeito ao primeiro, é nessa etapa da vida que as crianças começam a aprender que nem tudo pode acontecer da forma que elas gostariam e que é necessário aceitar isso.

O segundo, por sua vez, envolve o fato de que os pequenos devem compreender a necessidade de respeitar o espaço alheio. Afinal, é imprescindível que eles saibam conviver com as diferenças e entendam que as outras pessoas também têm as suas próprias vontades, que não podem ser deslegitimadas.

Desenvolvimento cognitivo

Ao terem um pouco de independência, a capacidade de pensar será um dos primeiros aprendizados da infância. Isso porque, quando os pequenos forem incentivados a “confrontar” os seus problemas — por mais simples que sejam —, eles poderão ponderar acerca da situação para chegar a alguma conclusão.

Embora tudo isso pareça acontecer de forma “automática”, a ausência de estímulos à autonomia na educação infantil pode gerar crianças inseguras e incapazes de usar o próprio raciocínio. Por outro lado, quando elas são incentivadas a buscar soluções, desenvolvem mais rapidamente (e melhor) a sua cognição.

De que forma é possível estimular o desenvolvimento da autonomia na educação infantil?

Os pais podem incentivar o desenvolvimento da autonomia por meio da criação de um ambiente familiar no qual a dinâmica da educação permita que os pequenos ganhem independência. Claro que sempre trabalhando com os pequenos o senso de responsabilidade e impondo limites.

A seguir, elencamos algumas boas práticas que podem ser adotadas no dia a dia.

1. Esclarecer o ônus e o bônus de cada escolha feita

Cada escolha que fazemos no cotidiano (mesmo as de menores proporções) tem os contras e os prós. Por isso, é fundamental que as crianças entendam isso desde cedo, desenvolvendo a habilidade de tomar decisões mais bem embasadas e conscientes, em vez de somente agir pela emoção do momento.

2. Ensinar a lidar com as frustrações cotidianas

Como dito, ninguém “ganha” sempre, então, é necessário que as crianças entendam o quanto antes como lidar com as próprias frustrações, por mais que isso cause decepção.

Ainda nesse contexto, outro ponto imprescindível é ensiná-las a reconhecer os próprios erros e admiti-los, não transferindo a culpa para outras pessoas.

3. Dar a oportunidade para a resolução dos próprios problemas

Quando as crianças vierem até você com um problema, resista à vontade de oferecer rapidamente uma solução. Opte por refletir com elas acerca da situação, estimulando-as a pensar em como é possível resolver a questão. Nesse caso, o ideal é influenciá-las minimamente para que elas tenham a chance de usar a própria criatividade.

4. Deixar algumas tarefas sob a responsabilidade dos pequenos

Por fim, vale lembrar que algumas tarefas simples do dia a dia podem ajudar as crianças a se sentirem mais independentes, desenvolvendo a sua autonomia de maneira saudável. Assim, dê aos pequenos algumas responsabilidades com as quais eles possam lidar sozinhos — ou sob uma pequena supervisão —, a exemplo de:

  • arrumar a própria cama;
  • colocar a mesa para o café da manhã/almoço/jantar;
  • guardar os brinquedos;
  • tomar banho;
  • escovar os dentes;
  • cuidar de um pet, se a criança já tiver idade e discernimento suficientes para tanto;
  • varrer a casa etc.

Como vimos, a autonomia na educação infantil é indispensável, já que a independência idealmente deve ser estimulada desde os anos iniciais de vida, para que as crianças se desenvolvam bem.

Portanto, o engajamento dos pais nesse sentido é indispensável, pois eles precisam incentivar ativamente essa capacidade dos pequenos nas mais diferentes tarefas do dia a dia, desde as brincadeiras até os cuidados com a higiene pessoal, por exemplo.

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