Como prevenir demências desde as fases iniciais da vida

Publicado em: 14/07/2022 | Última modificação em 08/08/2022 Por Ana Lucia

            As demências são doenças neurodegenerativas e progressivas que levam ao declínio de funções cognitivas importantes para o cérebro como memória, atenção, linguagem, raciocínio lógico, quando não afetam partes motoras responsáveis pelos movimentos do nosso corpo e pela própria sobrevivência, respiração e deglutição, por exemplo em estágios mais avançados.

Também são característicos das demências, as alterações de comportamentos, assim como prejuízos e mudanças na personalidade do indivíduo.

            Dentro deste contexto, quando o diagnóstico é realizado, muitas perguntas surgem levando as pessoas a temerem por seu futuro.

Como prevenir demências desde as fases iniciais da vida - SUPERA - Ginástica para o Cérebro

Muitas vezes, a falta de informação sobre as demências faz com que familiares e cuidadores ignorem as possibilidades de tratamento que podem amenizar o avanço da doença e controlar os comportamentos alterados.

Hereditariedade das demências

            Outro ponto importante de reflexões, é em relação à preocupação da família, no que diz respeito à hereditariedade das demências: “Se meus pais tiveram a doença eu também terei?”.

É importante enfatizar que as demências não fazem parte do envelhecimento “normal” ou também chamado de senescência.

Logo, pequenas falhas de memória, desde que não interfiram na rotina de vida da pessoa, podem ocorrer em qualquer fase da vida, devido a diversos fatores como estresse, depressão, uso de medicamentos, alimentação inadequada, etc.

Como prevenir demências

Já as perdas de memória frequentes e que interferem no cotidiano da pessoa, requerem um acompanhamento e investigação médica.

Por outro lado, você já parou para refletir que há como prevenir demências? Mesmo tendo uma predisposição genética?

Para tanto, já existem ações que visam agregar uma sociedade mais inclusiva para o entendimento e aceitação das demências.

A Organização Mundial de Saúde (OMS, 2021) criou o Plano de ação global sobre a resposta de saúde pública à demência 2017–2025, o kit de ferramentas desenvolvido objetiva apoiar os indivíduos, comunidades e capacitar as pessoas que vivem com algum tipo de demência a desenvolverem o sentimento de pertencimento dentro da comunidade.

Além disso, o kit de ferramentas fornece orientação prática que pode apoiar os esforços, incluindo atividades de planejamento e implementação.

Como prevenir demências: Prevenção e cuidados nas fases iniciais da vida

Nesse sentido, o relatório Lancet Commission on Dementia Prevention, Intervention and Care (2019), enfatiza sobre o que podemos fazer para prevenir os fatores de risco e intervir na demência ao longo da vida.

Desta forma, foi registrado que mais de um terço dos casos de demência são potencialmente evitáveis, com todos os nove fatores sendo coletivamente responsáveis ​​por 35% do risco de demência da população.

É cada vez mais importante estimular a cognição nas fases iniciais da vida, seja em crianças e jovens no período escolar, como em adultos e idosos em todo o processo de envelhecimento.

Como prevenir demências nas fases iniciais da vida ?

Quando falamos em como prevenir demências podemos destacar informações como as que estão no Plano Global de Ação em demências, da Organização Mundial de Saúde. Nele destaca-se que o acesso à educação é um fator de neuroproteção determinante. Uma vez que um dos principais fatores de risco, não genéticos, para o desenvolvimento de demências é a baixa escolaridade.

Logo, é necessário praticar atividades que exijam desafios cognitivos, como jogos, exercícios intelectuais de estimulação cognitiva para pessoas de todas as idades, promovendo uma melhor qualidade de vida e fazer com que as crianças tenham acesso à escola, e, se possível, potencializando o seu desempenho cognitivo, aumentando a plasticidade cerebral para um bom desenvolvimento cognitivo e cerebral ao longo da vida.

Entende-se que dentro do contexto de atividades cognitivas no início da vida, é relevante se atentar para o tipo de intervenção mais adequada, levando em consideração, seu estado mental – por exemplo, em casos de crianças e jovens que possuem alguma condição clínica de saúde mental, como o Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade – investigar as condições psicossociais e a importância de uma avaliação global com o objetivo de descobrir as necessidades e possibilidades do indivíduo de forma individualizada.

Outra intervenção que deve ser levada em consideração, são as atividades físicas na juventude.

Sabe-se que a prática de atividade física e exercícios físicos são fundamentais em todas as fases da vida, porém no período de transição na adolescência, movimentar o corpo pode contribuir para um bom desempenho escolar, melhorar o funcionamento do organismo, ajudar a controlar os hormônios, melhorar a interação social, evitar vícios (tabagismo e alcoolismo), combater a obesidade, melhora da coordenação motora e evitar outras morbidades ou comorbidades, como as próprias demências, que podem surtir ao longo do processo de envelhecimento humano.

Saiba como prevenir demências

Mais do que saber como prevenir demências, é preciso estar atento aos tipos de prevenção que podem ser aplicados no início de vida de cada indivíduo para a prevenção de demências:

  • Promover o acesso à escolaridade nas fases iniciais da vida;
  • Praticar atividades físicas regularmente;
  • Ter acesso à práticas de estimulação cognitiva e da prática de atividades físicas desde a infância;
  • Ter uma alimentação saudável;
  • Evitar o tabagismo e diminuir o alcoolismo;
  • Aumentar o engajamento social;
  • Tratar hipertensão, diabetes e deficiência auditiva, além da saúde biopsicossocial como um todo.

Entender a importância e as ações para prevenção das demências nas fases iniciais da vida, é essencial para gerar reflexões e que atividades de autocuidado como uma estratégia, para promoção da qualidade de vida e de um processo de envelhecimento bem-sucedido.

Assinam este artigo

Cássia Elisa Rossetto Verga

Estudante de Graduação do curso de bacharelado em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Atualmente faz estágio na área de pesquisa em treino cognitivo de longa duração pelo Instituto SUPERA – Ginástica para o Cérebro. Tem interesse na área de treino e estimulação cognitiva para idosos, com enfoque em neurologia cognitiva. É membro da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Já foi bolsista PUB da Universidade Aberta à Terceira Idade da EACH-USP, atual USP60 + nas oficinas de música e letramento digital. Participou como assessora de Projetos e Recursos Humanos na Empresa Geronto Júnior entre os anos de 2019 a 2020.

Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva

Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É assessora científica e consultora do Método Supera.

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