Os testes olfativos na detecção de possíveis quadros de demência

Publicado em: 18/05/2021 Por Assessoria de Imprensa SUPERA

         Alguma vez você já sentiu algum cheiro que te levou de volta à cozinha da casa onde cresceu ou te fez lembrar de momentos que marcaram sua infância e que há muito tempo não lembrava? É bem possível que sim, certo? Sabe por que isso acontece?

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         Segundo especialistas, para criar memórias, o hipocampo é a região do cérebro que conecta elementos de uma experiência, incluindo as informações que recebemos por meio dos nossos sentidos. Ou seja, tanto o olfato como a memória envolvem processamento dos neurônios dessa região cerebral e, assim, estão intimamente conectados. Além disso, dentre os cinco sentidos, o olfato é o que possui maior integração com áreas do cérebro que processam emoção, aprendizagem associativa e memória.

         Nessa mesma linha de raciocínio, é natural pensarmos também na associação entre a saúde do cérebro e a do sistema olfativo. Estudos indicam que, ao longo do processo de envelhecimento, há um aumento da ocorrência de deficiências nos sentidos relacionadas ao comprometimento cognitivo. Em pessoas com doenças neurodegenerativas, como a Doença de Parkinson (DP) e a Doença de Alzheimer (DA), por exemplo, são encontradas alterações significativas do olfato.

         Uma dessas alterações é a hiposmia, isto é, a diminuição da capacidade olfativa, a qual tem sido considerada como um dos primeiros sintomas detectáveis da DA. Diversos estudos destacam que a hiposmia pode aparecer muito antes dos sintomas cognitivos, chegando a cerca de 15 a 20 anos antes. Na DP, aparece em geral de 4 a 8 anos antes do diagnóstico da doença, podendo também aparecer até 20 anos antes.

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         Sabe-se que é comum uma diminuição da capacidade olfativa com o envelhecimento. Assim, as conclusões dos estudos se baseiam na comparação da ocorrência de hiposmia observada durante o envelhecimento saudável com a alteração verificada em pacientes diagnosticados com doenças neurodegenerativas. Na DA, a hiposmia chega a atingir em torno de 85 a 90% dos pacientes, além de ocorrer de forma mais abrupta e mais grave.

Na DP, as alterações olfativas estão presentes em uma proporção de 70% a 80% dos pacientes. É um sintoma que ajuda tanto no diagnóstico precoce da doença como na distinção entre DP e algumas condições neurodegenerativas como tremor essencial, tremor distônico, entre outras.

         Desse modo, a ocorrência e a intensidade dessa alteração olfativa pode ser utilizada como um marcador de doenças neurodegenerativas em estágio inicial. Em outras palavras, o diagnóstico de hiposmia surge como um importante parâmetro de detecção precoce dessas doenças e, assim, serve de alerta para a necessidade de serem intensificadas ações de prevenção, que envolvem a manutenção das interações sociais e a prática regular de atividades físicas e intelectuais, como a estimulação cognitiva, por exemplo.

Nesse sentido, à medida que envelhecemos torna-se fundamental nos atentarmos para possíveis perdas de olfato. Uma forma de percebermos isso é prestarmos mais atenção em nosso paladar, uma vez que esses dois sentidos estão diretamente conectados.

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Assim, se você tem sentido mais falta de sal ou açúcar nos alimentos em relação a outras pessoas, uma ação essencial é buscar por um especialista para que passe por uma avaliação olfativa.

Além de atuar como uma ferramenta essencial na promoção da saúde do cérebro, esse tipo de avaliação pode ajudar a prevenir o agravamento de doenças como a hipertensão arterial e o diabetes mellitus, visto que a ingestão de sal e açúcar podem aumentar caso haja uma perda de olfato.

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         Os testes para avaliação olfativa mais utilizados nas pesquisas atualmente são: University of Pensilvania Smelling Test (UPSIT) e o Sniffin’ Sticks. Em geral, a avaliação inclui:

  • Testes de Identificação de Odores: avaliam a habilidade de reconhecer odores já familiares a pessoas de uma determinada cultura;
  • Testes de Limiar Olfativo: avaliam a menor concentração de determinado odor que é capaz de ativar os receptores olfativos, isto é, que o sujeito é capaz de perceber;
  • Testes de Discriminação de Odores: avaliam a habilidade em detectar odores diferentes entre si;
  • Testes de Memória Olfativa: verifica se o paciente reconhece um odor previamente experimentado.
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Mesmo com o grande problema que a perda do olfato pode representar, avaliações olfativas não estão entre os exames de rotina solicitados pelos médicos em geral, uma vez que os pedidos deste tipo de exame são normalmente motivados apenas pelas queixas dos próprios pacientes, os quais dificilmente percebem possíveis perdas de olfato.

Portanto, cabe a nós estarmos sempre atentos a esta questão e perguntarmos ao médico ou a outros profissionais de saúde com quem tivermos contato.

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Graciela Akina Ishibashi-

Graduanda em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP). Estagiária do projeto de validação do Método SUPERA. Estudante de iniciação científica na área de treino cognitivo.

Mauricio Einstoss de Castro Barbosa

Graduado em Gerontologia pela Universidade de São Paulo (USP), com participação no Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde/Interprofissionalidade), teve atuação como estagiário de Gerontologia na Coordenação de Políticas Para a Pessoa Idosa – Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania – Prefeitura de São Paulo.

Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva

Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É assessora científica e consultora do Método SUPERA.

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