Obesidade mental

Publicado em: 12/03/2014 | Última modificação em 29/07/2014 Por Assessoria de Imprensa SUPERA

Obesidade mental

Profº Pierluigi Piazzi  Formado em Química e Física Ex-professor de cursinhos preparatórios

Profº Pierluigi Piazzi
Formado em Química e Física
Ex-professor de cursinhos preparatórios

Um dos grandes equívocos cometidos pela filosofia ocidental é considerar o corpo e a mente como entidades separadas e de naturezas distintas.

Para entender melhor por que têm a mesma natureza podemos fazer a seguinte comparação a título de exemplo:

O que é a digestão?

É um processo metabólico bioquímico que ocorre no sistema digestório.

 O que é mente?

É um processo eletro bioquímico que ocorre no sistema nervoso e que poderíamos até apelidar de sistema “pensatório”!

 Assim como o exercício físico produz alterações mensuráveis na musculatura da pessoa, o exercício mental produz mudanças estruturais (físicas) no cérebro e, consequentemente, isso reflete na saúde mental.

Se, na academia, fico levantando pesos repetidamente e aumentando gradativamente a dificuldade, posso, através de uma biópsia, verificar CONCRETAMENTE o crescimento de mais fibras musculares nas regiões envolvidas pelo esforço.

Ou seja, houve uma mudança física na minha musculatura e eu me tornei mais FORTE.

Se, depois das aulas eu trabalhar ativamente resolvendo exercícios cada vez mais difíceis posso, fazendo um exame de ressonância magnética verificar CONCRETAMENTE o crescimento dos dendritos (ligações entre neurônios) tornando a rede de conexões mais complexa.

Ou seja, houve uma mudança física no meu cérebro e eu me tornei mais INTELIGENTE.

Se na academia, por outro lado, eu sentar em uma cômoda poltrona e ficar observando os outros se exercitando, posso até entender quais os vários tipos de exercícios que podem ser feitos, mas com certeza não vou me tornar mais FORTE.

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Da mesma forma, se na escola eu me limitar a fazer ato de presença nas aulas, vendo e ouvindo as explicações de um professor, posso até entender o que ele está mostrando, mas as alterações que isso provocará em meu cérebro serão irrelevantes e eu não vou me tornar mais INTELIGENTE.

Aliás, esse é o gigantesco equívoco cometido pelos gestores do sistema escolar brasileiro: achar que aumentando o número de aulas o aluno vai aprender mais. Na realidade APRENDER é produzir substanciais mudanças físicas na fiação do cérebro e isso só ocorre aumentando o número de horas de estudo solitário (exercícios) e não o número de aulas.

Voltando à nossa comparação corpo/mente:

Se eu tenho um problema nas pernas que faz com que eu tenha dificuldade em andar, posso tentar duas soluções. Uma seria começar um intenso trabalho de fisioterapia para reforçar a musculatura das pernas de maneira a tornar minha locomoção cada vez mais fácil.

A outra consiste em comprar uma cadeira de rodas elétrica. Pronto! Problema instantaneamente resolvido!

Para que gastar horas e horas penando na fisioterapia quando posso COMPRAR a solução imediata?

Por outro lado, se eu tenho dificuldade para aprender (muitas vezes causada por uma anterior história escolar catastrófica) tenho duas soluções.

Posso aumentar o número de horas de estudo exercitando minha mente cada vez mais de forma a construir e reconstruir estruturas neurais, melhorando a saúde mental e criando novas ligações.

Só para exemplificar, quando adolescente senti uma certa dificuldade em matemática. Fui até a livraria Nobel (em frente à Biblioteca Municipal de SP) e comprei um livro do Eduardo Celestino Rodrigues: 1.700 exercícios de álgebra.

E RESOLVI TODOS!

Qual seria a outra solução? Simples: compre um tablet! Ele vai fazer as contas por você, vai mostrar todas as figurinhas para você não precisar fazer o esforço de imaginar, vai permitir acessar o Google para que você não tenha que se matar folheando livros em uma pesquisa.

Ou seja, o tablet é a cadeira de rodas do cérebro!

Assim como o automóvel criou toda uma geração de obesos, a tecnologia está criando uma população de “obesos mentais”.

E quando falo em tecnologia estou me referindo a toda essa parafernália que está criando uma geração de viciados eletrônicos.

A TV já foi um começo. Muitas pessoas criaram tamanha dependência pela TV que, ao chegarem a casa, o primeiro ato é ligar a TV.

Quando começou a TV digital, deram um suspiro de alívio: “Que bom, agora posso assistir até no carro”!

Absurdo!

Experiências usando PET SCAN mostram que escrever a mão produz muitíssimas mais mudanças do que simplesmente digitar. Ler em papel que reflete luz permite o triplo de retenção e compreensão do que ler em uma tela que emite luz.

Muitas pessoas ficam surpresas quando sabem desses resultados, mas a explicação é simples. Pense um pouco no que leu até aqui e mate a charada.

Isso mesmo!

Escrever a mão dá mais trabalho do que digitar.

Ler em papel dá mais trabalho de que ler em uma tela luminosa.

E, quanto mais trabalho, mais “musculoso” fica o cérebro!

Nada substitui livro (em papel) e caderno (em papel).

Agora, algo de muito mais grave está acontecendo: um terrível efeito colateral da tecnologia e prejudicial para a saúde mental.

As redes sociais.

Há uns cinco anos, pela última vez, em uma palestra para pais eu proferi a frase: “Tire o computador do quarto de seu filho e coloque na sala para ver a que horas liga e, principalmente, a que horas que desliga!”.

Realmente tiraram do quarto do filho e COLOCARAM NO BOLSO DELE!

A necessidade compulsiva de estar permanentemente conectado através de redes sociais está produzindo um efeito assustador: DEPENDÊNCIA.

Se tirar o celular de uma criança ou de um jovem assistimos a cenas dantescas: choro convulsivo, depressão profunda, vômito, febre e até convulsões. Ou seja, eles têm a mesma síndrome de abstinência do que se fossem dependentes químicos.

Não é à toa que o Hospital da Clinicas de São Paulo criou um serviço de desintoxicação da internet.

Por isso o conselho que hoje eu dou aos pais é: Tire o celular com conexão de seu filho e substitua por um que só permita ligações telefônicas.

Muitos me perguntam; “Mas professor, por que, se a situação é tão grave e preocupante, os meios de comunicação não nos alertam a respeito?”.

Ai eu respondo: você já viu traficante que, no ato de vender crack, avisa ao usuário: “Cuidado, isso pode fazer mal à sua saúde!”?

Autor de:

Autor de

 

APRENDENDO INTELIGÊNCIA (2007)

Manual de instruções do cérebro para alunos em geral

ESTIMULANDO INTELIGÊNCIA (2008)

Manual de instruções do cérebro de seu filho

ENSINANDO INTELIGÊNCIA (2009)

Manual de instruções do cérebro de seu aluno

INTELIGÊNCIA EM CONCURSOS (2013)

Manual de instruções do cérebro para concurseiros e vestibulandos

Todos publicados pela editora Aleph

http://www.editoraaleph.com.br/site/nao-ficcao/educacao

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