Como o consumo de álcool afeta a memória
Por Thaís Bento Lima da Silva
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é um dos países que apresenta o maior consumo de álcool do mundo. O álcool é classificado hoje como uma droga lícita, porém gera dependência, acúmulo de efeitos tóxicos que são nocivos ao organismo, e em casos de uso crônico, pode ocasionar a abstinência no cérebro e problemas na memória.
Mas como identificar o vício? De acordo com as sociedades brasileiras de Endocrinologia e de Cardiologia, o indivíduo etilista – popularmente conhecido como alcóolatra – é aquele que consome mais de oito doses de bebidas durante a semana.
Consequentemente, estes indivíduos apresentam características marcantes, sendo divididos em:
Etilistas crônicos: Bebem grandes volumes regularmente e são tolerantes ao uso do álcool. Quando não bebem, entram em crise de abstinência. Em casos extremos, o indivíduo costuma acordar com tremor, suando muito e precisa beber para amenizar os sintomas. Esta é a característica mais severa da doença chamada popularmente de alcoolismo.
Etilistas de baixo risco: São os indivíduos que consomem álcool em dosagens semanais, de duas a três vezes por dia, em até dois dias na semana, e não apresentam estas características de alteração de comportamento e motor, estariam no baixo consumo de álcool, porém já em riscos para desenvolvimento de algumas doenças como: o câncer, a hipertensão, o diabetes e as doenças cardiovasculares.
Dentre os principais desafios relacionados com o uso crônico do álcool, qual seria qual seu impacto sobre a memória? Vamos discutir alguns deles, a começar pelo déficit nutricional de vitamina B12, que está ligada à produção de neurotransmissores.
A tiamina (vitamina B1) é uma das vitaminas essenciais do complexo B, possuindo um papel central no catabolismo de hidratos de carbono e formação de neurotransmissores, dentre eles a produção de colina, neurotransmissor responsável pela aprendizagem e pela formação de novas memórias.
Com o decorrer dos anos, sabe-se que ocorrem déficits de concentração de tiamina (vitamina B12) na circulação sanguínea de adultos maduros (de 40 a 50 anos), com riscos do desenvolvimento de uma síndrome conhecida como Korsakoff.
Os indivíduos afetados por ela têm o acúmulo de toxinas decorrentes do álcool e seus derivados, gerando prejuízos no desempenho de habilidades mentais, como a memória de curto prazo, pior funcionamento executivo e prejuízos no desempenho em linguagem (na compreensão e expressão das informações).
A longo prazo, a síndrome de Korsakoff pode evoluir para um quadro de demência, do tipo demência alcóolica.
Hoje a realidade brasileira mostra que o uso crônico do álcool é um problema de saúde pública. Os Centros de Apoio Psicossociais, conhecidos como CAPS e as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) são modalidades dos serviços públicos que enfrentam grandes desafios para atender as demandas de prejuízos em memória e de outras habilidades mentais, dos pacientes com déficits relacionados ao uso crônico do álcool.
Porém quando diagnosticado um prejuízo nas habilidades mentais decorrentes do etilismo, pouco se tem de intervenções no caráter reabilitação e estímulo de habilidades mentais.
Portanto, o recado é: cuide da sua saúde, pois o uso crônico do álcool é prejudicial para o funcionamento das habilidades mentais e, a longo prazo, pode gerar comprometimentos significativos para a sua saúde mental e cardiovascular.
Por isso, beba socialmente, tenha hábitos de vida saudáveis e pratique regularmente exercícios de ginástica cerebral e exercícios físicos, pois eles são neuroprotetores, para uma boa saúde cerebral e anos de vida com qualidade.
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2 comentários para "Como o consumo de álcool afeta a memória"
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Eu,como farmaaceutico e bebo,devo dizer,como se acha o fator referente ao PROTETOR SOLAR assim devemos fazer para o ALCOL;
beber para cada tipo de bebida do gosto achar tambem O FATOR ( doses ) e limitar ate o ponto certo de ingerir(quantidades )ok
fui claro e preciso obrigado. assim me comporto para o alcol e fator dapele -7 doses e 60 fator deproteçãodapele
O meu pai era um alcoólico crónico e tentou-me doutrinar em como “o vinho é o cimento que une a sociedade”. Todas as semanas a partir dos 10 anos (só quando se reformou é que passou a falar comigo) repetia as mesmas tretas, “porque eu não sabia” (“antigamente não se dizia guarda-redes, antigamente dizia-se keeper), etc.
Eles tinham horror á escola e se eu estudava gritavam: APAGA A LUZ QUE ESTÁS A GASTAR LUZ PARA NADA. A partir do 10.º ano, por causa dos Relatórios, passei a simular que estava a brincar com carros de brincar e eles ficavam todos satisfeitos. Até faziam uma festa! O problema é que às vezes o meu pai ia à casa de banho e via-me a estudar. – O que é que tu estás a fazer?, perguntava ele com ar de espanto e ao mesmo tempo de desilusão, por eu não estar a brincar. Eu julgava que este estratagema estava descoberto, mas não. Uma semana depois eles tornavam a cair na mesma história!!!! A memória do meu pai não durava uma semana. Só depois de morto, décadas, é que uma amiga me disse que ele estava sempre com uma “narna” (palavra nova para mim). Isso explica muita coisa.