Doenças Crônicas não Transmissíveis: prevenção contínua à COVID-19
Você já ouviu falar no termo DCNTs? O DCNTs é a sigla para o termo Doenças crônicas não transmissíveis, elas incluem cinco grupos de doença de maior relevância em pessoas adultas: sendo elas as doenças cardiovasculares, as doenças respiratórias crônicas, as doenças oncológicas, o diabetes mellitus tipo I e II e as condições mentais e neurológicas. As DCNTs são a principal causa de morte e incapacidade em todo o mundo. E por este motivo precisamos falar mais sobre elas. Afinal o nosso objetivo enquanto estudiosos da área do envelhecimento e da saúde da pessoa idosa, é que a população atinja uma maior longevidade, com saúde e autonomia.
Neste sentido, saiba que os principais fatores de risco evitáveis para as doenças crônicas não transmissíveis são: o tabagismo, a alimentação inadequada, o consumo abusivo de álcool, o sedentarismo e a poluição do ar. Dados da última pesquisa Vigitel, realizada pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde ao longo de 2019, mostram um cenário preocupante:
- 24,5% da população brasileira tem diagnóstico de hipertensão
- 7,4% tem diagnóstico de diabetes
- 9,8% dos adultos são fumantes
- 55,4% dos adultos tem excesso de peso
- 20,3% são obesos
- 44,8% não alcançaram um nível suficiente de prática de atividade física
- 18,8% fizeram uso abusivo de álcool nos 30 dias antecedentes à pesquisa
Fazendo uma correlação com o momento atual de pandemia, mesmo que agora com um menor índice de infecções, sabe-se que as doenças como hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo I e II, doenças respiratórias e doenças cardiovasculares principalmente se não controladas adequadamente, são associadas de acordo com estudos recentes, a um maior índice de infecções, à maior severidade e riscos de mortalidade por COVID-19. Devido, principalmente, à transição demográfica e epidemiológica no Brasil. Esse cenário exige cuidados com a adesão ao tratamento adequado, como: utilização correta dos medicamentos, prática de exercícios físicos, adesão à uma dieta balanceada, e prática de cuidados sanitários principalmente, para o público 60+.
Por fim destacamos a importância do poder público, para a prevenção de agravos à saúde, sendo importante a garantia e a implementação de políticas públicas comprovadamente eficazes para controlar os fatores de risco das DCNTs. assim como o da Sars-Cov 2 dentre elas, incluem-se políticas como a tributação de produtos não saudáveis, a adoção de um modelo de rotulagem adequado dos alimentos, a proibição da publicidade de álcool, políticas para estimular a mobilidade urbana ativa, o incentivo para uma alimentação balanceada e saudável e a prática de exercícios físicos.
Deixamos aqui algumas questões reflexivas de autocuidado, para que mantenha a sua saúde preservada. Você está se prevenindo contra o COVID-19? Está cuidando adequadamente do manejo e prevenção do seu problema de saude? Segundo o Ministério da Saúde, para se proteger de forma não farmacológica é necessário manter o distanciamento social, fazer a higienização das mãos, utilizar de forma correta a máscara, limpar e desinfetar os ambientes e isolar os casos suspeitos e confirmados, como também a imunização é essencial para o controle da pandemia e proteção da população. Por isso não deixe de fazer a sua parte, vacine-se e não se aglomere neste período de festas de final de ano e de férias.
Assinam este artigo
Kalita Taynara Dirchsen
Estudante de Graduação do curso de bacharelado em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo, Estagiária da USP60+, atuou através do Programa Unificado de Bolsas (PUB) no projeto LabEduca60+ e Integrante do Programa Pesquisa indicadores de vacinação em idosos com comorbidade 80+ (PIVIC80+).
Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva
Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo-USP. Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. Diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). É assessora científica e consultora do Método Supera.
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