Você é o seu cérebro?
Esta é uma questão que ainda incomoda muita gente. Se quem somos e as capacidades que temos estão diretamente relacionadas ao nosso cérebro e só a ele, ainda não sabemos. Há correntes de pensamento que atribuem a algo imaterial que é chamado de alma, espírito ou simplesmente “energia” a condição de dar vida aos 1,4kg de encéfalo que chamamos simplesmente de cérebro.
Outras correntes acreditam que tudo esteja nele e só nele. E há ainda aqueles que defendam que nossa mente é imaterial mesmo sendo resultado da atividade cerebral. Todos nós pensamos nisso já que esta é uma das perguntas fundamentais da existência humana e qualquer que seja a ideia que mais te convence, o fato é que nosso cérebro tem um lugar de absoluto destaque quando o assunto é o comportamento humano, seus pensamentos, desejos, capacidades e dificuldades.
Mesmo nossas emoções e a forma como reagimos ao mundo estão diretamente relacionados a ele. E por falar em emoções, você assistiu ao filme Divertida Mente? Vale muito a pena ver para entender mais um pouco sobre cérebro e emoções.
Mas vamos voltar às nossas capacidades cerebrais mais conhecidas e comentadas como inteligência, raciocínio lógico, criatividade, concentração, etc. Muita gente gostaria de ser mais eficiente e capaz quando o assunto é desempenho cognitivo.
E o que os avanços no conhecimento sobre o funcionamento cerebral podem fazer para nos ajudar a atingir este objetivo? Muita coisa! Como cada vez mais sabemos quais são os processos cerebrais e que partes do cérebro são responsáveis por esta ou aquela função e cada vez mais estratégias que podem ser empregadas com segurança para melhorar o desempenho cognitivo estão ao nosso alcance.
Algumas das funções cerebrais mais importantes já são comprovadamente desenvolvidas por estratégias que envolvem treino cerebral. Funções como memória de trabalho, atenção e criatividade podem ser melhoradas com exercícios e práticas desenhados especificamente para este fim.
A chamada ginástica cerebral ganha cada vez mais adeptos e pode ser empregada em todas as idades para diferentes objetivos. Estas são as chamadas formas não-invasivas de estimulação cognitiva. Não precisam de cirurgias ou implantes de chips nem mesmo de eletrodos fixados na sua cabeça para serem feitas.
Porém, o caminho que a sociedade está trilhando parece nos levar diretamente à incorporação de muita tecnologia diretamente na estimulação cerebral. E quando eu digo diretamente é diretamente mesmo. Implante de chips, estimulação magnética, medicamentos desenvolvidos diretamente para este fim e a tão sonhada conexão de cérebros entre si e com máquinas.
Algumas estratégias já estão sendo empregadas. Uma que considero bastante promissora é chamada de neurofeedback. Através da verificação da atividade cerebral por eletroencefalograma (comumente empregado em medicina), pode ser aplicado um protocolo de estimulação por imagens e sons que modifica a forma com que seu cérebro atua em determinadas situações. Neste caso, a qualidade do tratamento depende muito da formação do profissional e é ainda um risco se submeter a estas estratégias sem uma necessidade e acompanhamento específico.
Já outras estratégias parecem ter fugido ao controle da medicina como é o caso do uso de medicamentos empregados para o tratamento de déficit de atenção por pessoas que precisam permanecer mais tempo atentas ou concentradas (vale dizer que este uso se assemelha ao uso de drogas de abuso já banidas da sociedade como as anfetaminas).
Por mais controversa que esta questão pareça ser, podemos afirmar que a neurociência descobriu que os nossos cérebros são maleáveis e se moldam de acordo com a relação entre a nossa carga genética e os estímulos que recebemos no ambiente em que vivemos. Que a neurociência também nos traz inúmeras ferramentas para que o desempenho cerebral seja o melhor possível e nos auxilie a atingir nossos objetivos na vida.
Comece hoje mesmo a conhecer mais suas capacidades e habilidades e busque atingir o máximo da sua potencialidade!
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