Quais os hábitos de consumo dos idosos?
Os hábitos de consumo dos idosos estão mudando. A Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) documentou que, durante a pandemia que iniciou em 2020, houve o aumento progressivo de consumo dos idosos de forma remota ou online por meio de sites e aplicativos.
Segundo a “5ª Edição de estudos sobre hábitos de compra do consumidor 60+” que teve como objetivo quantificar os aspectos relacionados aos hábitos de consumo da população acima de 60 anos, com especial interesse na comparação entre lojas físicas e online, residentes na região sudeste do Brasil, observou-se que 26% dos consumidores idosos realizaram, pela primeira vez, suas compras online.
Contudo, 84% desse contingente já fazia suas compras virtualmente, antes deste período. Logo, esses dados demonstram que, ao longo do tempo, devido às facilidades para a realização de compras online e a difusão do uso de smartphones, as pessoas idosas passaram a aderir ao mercado de consumo virtual.
Outro fator imprescindível, levantado por este estudo, foi que 66% dos idosos viviam de aposentadoria, entretanto se observou que uma parcela significativa estava retornando ao mercado de trabalho. Algumas dessas pessoas idosas relataram que voltaram para suas atividades por preferirem uma rotina de interações e trocas intergeracionais, o que talvez não ocorreria, com tanta frequência, se estivessem apenas em suas casas (em seus aposentos).
Hábitos de consumo dos idosos em 2022
Ademais, a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) documentou em seu quinto relatório anual que o público idoso que faz mais compras de mercadorias virtuais, tende a fazer suas compras em farmácias, por meio da compra de inúmeros medicamentos (polifarmácia). Nesse contexto, a SBCV também identificou que os fatores que mais influenciam a decisão de compra do público 60+ são, respectivamente: “qualidade e atenção do atendimento”, o “preço dos produtos” e a “facilidade de acesso à loja” (SBVC, 2021).
Além disso, constatou-se no levantamento que a maioria das pessoas idosas que estavam aposentadas eram da classe social B. Dentro dessa parcela, registou-se o crescimento no uso de smartphones para fazer compras online e uma queda no uso dos computadores.
A plataforma mais utilizada foi o site de lojas online, seguido pelo uso de aplicativos em smartphones e tablets, que crescem desde o ano de 2017. Assim, a compra de eletroeletrônicos, alimentos de consumo imediato, roupas, calçados e acessórios obtiveram crescimento em relação ao ano de 2020. E os dados apontaram que praticamente metade (49%) dos consumidores 60+ afirmaram que o principal motivo de não fazerem suas compras de forma online, é ocasionado pela sensação de insegurança ao informar os dados bancários.
Portanto, fica claro que o consumo dos idosos de forma online possue forte presença no cotidiano da população idosa brasileira. Contudo, os negócios na categoria virtual, focados no público “sênior”, ainda estão aprendendo a lidar com as suas demandas e necessidades.
Logo, necessitam levar em conta a usabilidade e a segurança dos sites, promovendo uma melhor inclusão digital desse público que tem um grande potencial e poder de compra, assim como anseio por serviços digitais transparentes, confiáveis e adaptados às suas especificidades.
Assinam este artigo
Guilherme Alves da Silva
Estudante de Graduação do curso de bacharelado em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Atualmente faz estágio na área de pesquisa em treino cognitivo de longa duração pelo Instituto SUPERA – Ginástica para o Cérebro. Tem interesse na área de treino de estimulação cognitiva, com foco na prevenção das funções cognição globais e no estudo da neurociência. Já foi voluntário na Universidade Aberta à Terceira Idade da EACH-USP, atual USP60 + nas oficinas de teatro, música e dança sênior. Ex-Diretor do Recursos Humanos (RH) da Empresa Júnior de Gerontologia e assessor em Marketing Digital (MD) entre os anos de 2019 a 2020. É membro da Liga de Gerontologia. É membro da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG).
Tiago Nascimento Ordonez
Gerontólogo e mestrando em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP). Especialista em Estatística Aplicada pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) de São Paulo. Pós-graduando do MBA em Data Science e Analytics na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP). Atualmente atua como gerontólogo e coordenador de banco de dados do estudo “A eficácia de um programa de estimulação cognitiva com componentes multifatoriais na cognição e em variáveis psicossociais de idosos sem demência e sem depressão: um ensaio clínico randomizado e controlado”, fruto da parceria entre EACH-USP, Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e o Supera Instituto de Educação.
Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva
Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É assessora científica e consultora do Método Supera.
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gostei ,eu mesma no inicio da pandemia comei a fazer cursos on line.