Um dos primeiros estudos científicos investigando a relação da aprendizagem de novos idiomas no desempenho cognitivo do cérebro foi coordenado pelo neurocientista Dr. Tomas Bak, em Edimburgo, na Escócia. Foi realizada uma avaliação no ano de 1947, com participantes de 11 anos de idade. Posteriormente, foi feita uma avaliação quando os mesmos participantes já estavam com 70 anos de idade, entre os anos de 2008 e 2010.
Os resultados do estudo encontraram que aqueles indivíduos que se comunicaram em mais de uma língua durante o curso de vida apresentavam na fase da velhice um melhor desempenho cognitivo global nos testes aplicados.
Em um estudo canadense de 2007, os autores destacaram que o bilinguismo pode retardar o desenvolvimento de demências, como a Doença de Alzheimer em até 4 anos. Nas suas conclusões, os sintomas da Doença de Alzheimer (DA) surgiram nos idosos monolíngues aproximadamente aos 71.4 anos; porém os sintomas iniciais apareceram a partir dos 75.5 anos nos bilíngues.
2019Em uma pesquisa realizada na Universidade de Tel Aviv em 2015, idosos com mais de 80 anos foram divididos em três grupos: um grupo que dominava duas línguas, um grupo que dominava três línguas e um grupo que dominava quatro línguas ou mais. E por que não os idosos que falam apenas um idioma?
Importante saber que Israel é um país de migrantes, dificilmente as pessoas falam apenas uma língua. A maior parte das pessoas em Israel nasceu em outros países e adquiriu sua primeira língua no país de nascimento/origem e após a migração para Israel aprenderam a falar o hebraico. Verificou-se que o desempenho cognitivo do grupo que falava quatro idiomas ou mais foi superior ao desempenho de pessoas pertencentes aos outros grupos.
As pesquisas deste tema comprovaram que aprender um novo idioma quando adultos e na velhice estimula diferentes áreas do cérebro, como as áreas vinculadas à linguagem. Aprender oura língua estimula também o córtex pré frontal, criando novas conexões neuronais, estimulando o nascimento de novos neurônios e nos mantendo mais atentos, com melhor desempenho de memória operacional.
A ciência tem comprovado os benefícios do bilinguismo na manutenção de funções cognitivas em idosos, proporcionando uma maior reorganização funcional da atividade cerebral e a possibilidade de prevenir e postergar o surgimento de demências ao longo da vida.
Os achados evidenciam que sujeitos bilíngues têm maior reserva cognitiva do que aqueles que detêm apenas uma língua. Além disso, estudos relatam que, embora não haja receitas para combater as consequências do envelhecimento cerebral, é possível fazer uma reserva cognitiva desde cedo a partir da escolarização e das atividades intelectuais; como a aprendizagem de idiomas e a prática de exercícios de ginástica para o cérebro, por exemplo.
Aprender um novo idioma é altamente recomendável a idosos para preservar a memória. É uma tarefa difícil, mas os benefícios são muitos. Algumas estratégias interessantes para serem utilizadas na aprendizagem de um idioma, seriam: repetir a informação, ouvir músicas no idioma escolhido, escrever e olhar pelo menos cinco palavras novas no dicionário por dia e construir frases.