Novas recomendações da Alzheimer´s Association para 2020/2021
Você sabia que no mundo existem mais de 45 milhões de pessoas vivendo com demência? Cuidar dessa população é sem dúvida um desafio, tanto para profissionais da saúde quanto para cuidadores. Mas, e se existissem diretrizes que pudessem nortear esse cuidado de forma mais humanizada e com estímulos cognitivos e funcionais?
Para atender a essa crescente necessidade, a Alzheimer´s Association – líder no delineamento de princípios e práticas de qualidade para pessoas com demência, divulga novas recomendações de cuidados para com essa população. Desenvolvidas para definir melhor o atendimento em todos os ambientes de cuidado ao longo do curso da doença, buscando oferecer qualidade de vida aos pacientes.
Espera-se também que essas recomendações passem a informar e influenciar o treinamento, a prática e a política de tratamento da demência.
O artigo veiculado pela revista The Gerontologist apresenta 10 artigos escritos por especialistas onde são detalhadas as recomendações a profissionais de saúde – não médicos, para que o tratamento da demência seja realizado de forma holística e centrado na pessoa. Os temas abordados a seguir apresentam algumas das 56 diretrizes, que podem te ajudar no processo de cuidado, derivadas das 10 recomendações para:
1. O cuidado centrado na pessoa
Busque conhecer a pessoa que vive com demência; reconheça e aceite sua realidade; identifique e apoie oportunidades para um envolvimento significativo; busque construir e nutrir relacionamentos autênticos e atenciosos crie e mantenha uma comunidade de apoio para os indivíduos, famílias e funcionários; avalie as práticas de cuidados regularmente e faça as alterações adequadas.
2. A detecção e diagnóstico
Disponibilize informações sobre saúde cerebral e envelhecimento cognitivo aos idosos suas famílias; conheça e observe os sinais e sintomas do comprometimento cognitivo e saiba que eles não constituem um diagnóstico de demência; ouça as preocupações e observe as mudanças na cognição que ocorrem ao longo do tempo;
E ainda: desenvolva e mantenha procedimentos de rotina para avaliação da cognição e encaminhamento para uma avaliação diagnóstica; use um breve teste do estado mental para detectar deficiência cognitiva; procure incentivar os idosos a realizarem uma avaliação diagnóstica, caso tenha sido recomendada; busque compreender melhor o diagnóstico de demência.
3. A avaliação centrada na pessoa e planejamento de cuidados
Realize avaliações específicas, regulares e abrangentes; use a avaliação como uma oportunidade para coleta de informações, construção de relacionamento, educação e suporte; planeje o cuidado com uma abordagem de equipe colaborativa; use sistemas de documentação e comunicação para facilitar a entrega de informações entre todos os prestadores de cuidados; incentive o planejamento antecipado para otimizar o bem-estar físico, psicossocial e físico e aumentar a conscientização sobre todas as opções de cuidados, incluindo cuidados paliativos e hospice;
4.Gerenciamento médico
Adote uma abordagem abrangente e centrada na pessoa, positiva para o apoio às pessoas que vivem com demência e seus cuidadores, reconhecendo a importância dos cuidados médicos; procure entender o papel dos prestadores de serviços médicos no cuidado a e as contribuições proporcionadas por eles; saiba sobre as comorbidades comuns do envelhecimento e da demência e incentive pacientes e suas famílias a conversar com o médico sobre como gerenciar essas comorbidades.
É importante também utilizar intervenções não farmacológicas para sintomas comportamentais e psicológicos; compreenda e apoie o uso de intervenções farmacológicas quando necessárias; trabalhe com a pessoa que vive com demência, a família e o médico para criar e implementar um plano para possíveis crises médicas e sociais; incentive-os a iniciarem as discussões sobre cuidados de fim de vida mais cedo.
5. Informação, educação e suporte para indivíduos que vivem com demência e seus cuidadores
Forneça educação e apoio no início da doença para que o paciente e a família se preparem para o futuro; incentive os cuidadores a trabalhar e planejar juntos; crie programas culturalmente sensíveis que sejam facilmente adaptáveis a populações especiais; garanta que programas de educação, informação e suporte estejam acessíveis durante os períodos de transição da doença, além de; usar a tecnologia para alcançar mais famílias que precisam de educação, informação e apoio.
6. O Tratamento de sintomas comportamentais e psicológicos de Demência
Identifique as características do ambiente social e físico que desencadeiam ou exacerbam os sintomas comportamentais e psicológicos; implemente práticas não farmacológicas baseadas em evidências e que sejam viáveis, reconheça que o investimento necessário para implementá-las difere entre os ambientes de cuidados; siga os protocolos de administração para garantir que as práticas sejam usadas quando e conforme necessário e sustentadas no cuidado contínuo; desenvolva sistemas para avaliar a eficácia das práticas e fazer alterações necessárias.
7. O apoio às Atividades da Vida Diária (AVD)
O suporte para a AVD deve considerar a atividade, a capacidade funcional do indivíduo e a extensão do comprometimento cognitivo; siga as práticas de cuidado centrado na pessoa ao fornecer suporte para todas as necessidades de AVD; ao fornecer apoio para se vestir, ir ao banheiro e se alimentar, preste atenção à dignidade, ao respeito e à escolha do ambiente.
8. A equipe
Forneça orientações completas e programas de treinamento para novos funcionários, bem como treinamento contínuo; desenvolva sistemas para coletar e disseminar informações; incentive a comunicação, o trabalho em equipe e a colaboração; estabeleça uma equipe envolvida, atenciosa e solidária; promova e incentive o relacionamento com residentes, funcionários e familiares; avalie os sistemas e o progresso rotineiramente para a melhoria contínua.
9. Ambientes Terapêuticos e de apoio com intervenções como a estimulação cognitiva e funcional.
Crie um senso de comunidade dentro do ambiente de cuidado; aumente o conforto e a dignidade de todos os envolvidos; preze pela cortesia, preocupação e segurança dentro da comunidade de cuidados; forneça oportunidade de escolha e de envolvimento.
Oferecer estímulos de atividades cognitivas e preenchimento de rotina para os idosos diagnosticados com Doença de Alzheimer, assim como atividades de estímulos funcionais e físicos.
10. A transições em cuidados
Prepare e eduque as pessoas que vivem com demência e seus cuidadores familiares sobre as transições comuns no atendimento; garanta a comunicação completa de informações entre os membros envolvidos; avalie as preferências e objetivos da pessoa que vive com demência ao longo do atendimento; crie ambientes de equipe colaborativos para ajudar os envolvidos enquanto fazem as transições; utilize modelos baseados em evidências para evitar, atrasar ou planejar transições.
A Alzheimer’s Diseases International, também busca oferecer informações de qualidade que norteia o cuidado com pessoas com demência. Para o ano de 2020 lançou, neste ano, novas diretrizes, enfatizando a importância de ambientes seguros para idosos com demência.
O World Alzheimer Report 2020 Design, Dignity, Dementia: Dementia-related design and the built environment, como é denominado o documento apresenta uma série de princípios norteadores para o design de ambientes para pessoas que vivem com demência, e aborda ainda o design relacionado ao novo cenário mundial, que enfrenta a COVID – 19.
Com os riscos oferecidos pela doença e a necessidade de isolamento da população, as diretrizes relacionadas à adequação do ambiente se fazem ainda mais pertinentes.
Para aqueles que convivem com pessoas com demência, seja um profissional da saúde ou um cuidador, o conhecimento sobre estratégias de cuidado é muito importante, facilitando o entendimento da doença e de seus processos, além de poder proporcionar qualidade de vida aquele que é cuidado.
Assinam esse artigo:
Mariana Garcia Zumkeller- Graduada em Gerontologia pela Universidade de São Paulo (USP), Gerontologia Social na Escola Superior de Educação de Coimbra no Instituto Politécnico de Coimbra- Portugal. Experiência em Iniciação Científica pelo Programa Unificado de Bolsas da USP. Membro da pesquisa científica de validação do Método SUPERA.
Profa. Dra. Thais Bento Lima da Silva – Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e conselheira executiva da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG) e colunista do site do Método SUPERA.
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