Nesses tempos de isolamento social e confinamento domiciliar, pensar em nossa saúde mental é fundamental. Temos visto várias sugestões de atividades para nos mantermos ativos intelectualmente e uma das atividades que mais mobiliza nosso cérebro é a música.
Estudos das neurociências têm demonstrado que a percepção dos sons envolve tanto as áreas do córtex cerebral quanto as do sistema límbico – aquele responsável pelas emoções -, fazendo com que o processamento musical seja influenciado pelas emoções. Ou seja, quando você escuta uma música, sua emoção obrigatoriamente é mobilizada.
Assim, por que não usar isso a nosso favor neste período de quarentena? Aproveitar a música para estimular positivamente nosso cérebro. São inegáveis os efeitos benéficos que a música proporciona às pessoas em diferentes momentos da vida. Relaxamento, motivação, companhia, lembranças, carinho … O cardápio está posto, basta o freguês escolher!
Ao ouvirmos uma música, também estimulamos a concentração, a atenção visual e a atenção auditiva. É uma forma de focarmos um pouco em uma atividade que é cultural, lúdica e, ao mesmo tempo, estimularmos nossas habilidades mentais.
O ponto maravilhoso desta história é que; além de poder usufruir livremente da música, seus efeitos podem ser utilizados terapeuticamente, ou seja, por profissionais habilitados para fins específicos de saúde e bem-estar das pessoas. Este ramo de trabalho é a Musicoterapia, que estuda e utiliza a música e seus elementos (ritmo, melodia, harmonia) para objetivos específicos, a serem alcançados por meio de métodos e técnicas pré-estabelecidas.
Este uso “medicinal” da música já é relatado em comunidades primitivas; porém, consideramos que a moderna Musicoterapia teve início após a 2ª Guerra Mundial, na reabilitação dos soldados feridos. Com um importante avanço a partir das pesquisas em neurociências, destacando as técnicas de imagens do cérebro, foi possível verificar uma grande mobilização cerebral provocada pela música. Associado ao ato de ouvir as práticas de cantar e tocar um instrumento, ativa-se ainda as áreas visuais e motoras.
Então vamos lá! Coloque um som e comece a cantar e a se movimentar. Bater palmas no ritmo da canção. Variar o movimento batendo os pés, mão nas coxas. Levantando os joelhos, um de cada vez. Levantando braços, ombros, pés.
Vamos exercitar o cérebro com alguns desafios musicais?
- Busque canções que tenham a palavra amor. A música Carinhoso de Pixinguinha, tem?
- Cante Maracangalha de Dorival Caymmi, sem falar a palavra eu.
- Pense numa canção e tente cantá-la no tempo passado.
- Conte quantas vezes Celly Campello diz cupido enquanto canta Estúpido Cupido – mas só ela, não os rapazes
- Escute a música Corro Demais do cantor Roberto Carlos e conte quantas vezes ele menciona a palavra DEMAIS, até os 2min19s da letra da música.
- Escolha uma canção que você gosta para transcrever a letra completa em uma folha, sem consultar a música.
- Não deixe também de acompanhar alguns eventos virtuais, como lives. Muitos artistas solos, duplas de diferentes gêneros musicais e/ou bandas de músicas instrumentais tem feitos shows musicais ao vivo nas mídias sociais – como Instagram e Facebook – e em plataformas digitais, como o Youtube. Acompanhe!
A partir dessas ideias, desenvolva outras. O importante é ocupar sua mente com coisas prazerosas e a música, sem dúvidas, é uma delas. Por isso vamos valorizar esta arte!
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Texto escrito por:
Profa. Ms. Maria Anastácia Manzano – Bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo. É especialista em Musicoterapia pela Faculdade Hélio Rocha, Salvador-BA. Mestra em Educação para Ciências pela Universidade Estadual Paulista. Pós-graduanda em Gerontologia pela Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS).
Profa. Dra. Thais Bento Lima da Silva- Gerontóloga. Mestra e Doutora em Neurologia pela FMUSP. Docente do curso de Graduação em Gerontologia da USP. Pesquisadora Colaboradora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da USP. Coordenadora do Curso de Pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social- (FAPSS).