Mudança no cotidiano de cuidadores de idosos com demência

Publicado em: 12/06/2023 Por Assessoria de Imprensa SUPERA

Idosos com demência são um desafio para governos a sociedade como um todo com o aumento da expectativa de vida em todo o mundo.

Este fenômeno provoca o aumento significativo de algumas doenças, sobretudo as doenças crônicas degenerativas, como as demências.

            Doenças estas que causam dependência funcional, ocasionando perda progressiva da autonomia em decorrência do declínio cognitivo, como a Doença de Alzheimer, trazem para as estruturas familiares a responsabilidade no ato de cuidar.

Idosos com demência são um grande desafio e com o progresso da doença, torna-se cada vez mais necessária a presença de um cuidador, sendo este formal ou informal.

idosos com demência

Essa função é exercida, majoritariamente, por mulheres. Cuidar de uma pessoa adoecida pode ser uma tarefa exaustiva, pois exige alterações relevantes no cotidiano do cuidador, por acrescentar-lhe uma sobrecarga emocional.

Nesse sentido, pessoas com demência necessitam de maiores esforços da parte da família e da sociedade, já que suas limitações físicas e instabilidades emocionais são progressivas e, frequentemente, podem provocar alterações expressivas na dinâmica da vida cotidiana.

            Entre as mudanças observadas no cotidiano dos cuidadores, destacam-se os distúrbios  comportamentais  que podem  contribuir  alterações emocionais, como quadros de  depressão,  de sintomas de ansiedade  e  prejuízos nas  condições  físicas do cuidador familiar.  Cuidar  no  domicílio  com tarefas de higiene  corporal, higiene oral, evacuações, alimentação, medicamentos, lazer, consultas de retorno, atividades físicas e entre outras são atividades fundamentais.

Além  disso, o processo de cuidar requer o máximo de segurança a depender das particularidades de cada indivíduo. Portanto,  é comum que os  cuidadores  desenvolvam  sentimentos  como  medo,  ansiedade  e  dúvidas  sobre  como  cuidar  sem  comprometer  a  qualidade  da  assistência  prestada.

idosos com demência

Idosos com demência: entenda mais sobre este desafio          

Assim, podemos compreender que a tarefa de cuidar de uma pessoa idosa com Doença de Alzheimer ou com outras comorbidades, na maioria das vezes, origina-se de modo impositivo, mas, no decorrer do tempo, pode se tornar uma atividade prazerosa.

Além disso, esse prazer poderá conduzir o cuidador  à compreensão de fatores que estão além da satisfação pessoal, abrindo-lhe a possibilidade de encontrar novos sentidos para sua existência.

             As  famílias  precisam  contar  com  equipes  de profissionais interdisciplinares e multiprofissionais, como  proposto nas diretrizes  da  Política  Nacional  do Idoso. 

O Estado  deve  exercer  um papel  preponderante  na  promoção,  proteção  e  recuperação  da  saúde de qualquer pessoa idosa.

O sistema  familiar  funciona  como um  núcleo de referência, porém, é essencial  que  este  sistema  nuclear seja complementado  por  formas  formais  de  apoio  em  prol  de  um  melhor e uniforme  atendimento.

idosos com demência

            Conclui-se, portanto, que as tarefas desenvolvidas diariamente pelo cuidador para atuar frente aos idosos com demência demandam tempo e dedicação. Estas atividades implicam em desgaste físico e emocional, que geralmente desestruturam sua vida pessoal e seu universo relacional.

Diante dessa mudança brusca do ritmo do cotidiano, surge a necessidade de suporte em diferentes âmbitos da vida, mas, em especial no âmbito psicológico juntamente à amigos, familiares e o próprio paciente que possibilite amenizar os impactos sofridos.

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Assinam este artigo:

Cássia Elisa Rossetto Verga

Gerontóloga pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Atualmente faz estágio na área de pesquisa em treino cognitivo de longa duração pelo Instituto SUPERA – Ginástica para o Cérebro. Tem interesse na área de treino e estimulação cognitiva para idosos, com enfoque em neurologia cognitiva. É membro da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Já foi bolsista PUB da Universidade Aberta à Terceira Idade da EACH-USP, atual USP 60 + nas oficinas de música e letramento digital. Participou como assessora de Projetos e Recursos Humanos na Empresa Geronto Júnior entre os anos de 2019 a 2020.

Profa. Dra. Isabela Martins.

Gerontóloga formada pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Mestra e Doutora em Saúde Pública, pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Vice-diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG).

Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva

Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É assessora científica e consultora do Método Supera.

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