Memória é uma caixa de lembranças

Publicado em: 13/04/2010 | Última modificação em 26/02/2014 Por Supera

O cérebro recebe informações dos cinco sentidos, que são armazenadas temporariamente. Posteriormente, dependendo de uma série de fatores, esses dados vão para um depósito definitivo.

Aos 102 anos, Maria José Bossi Soellner lembra, com riqueza de detalhes, de sua infância, da juventude e de cenas de seu casamento - (Beto Novaes/EM/D. A PRESS)
Aos 102 anos, Maria José Bossi Soellner lembra, com riqueza de detalhes, de sua infância, da juventude  e de cenas de seu casamento

Maria José Bossi Soellner, de 102 anos, guarda na memória lembranças da infância e de sua juventude. Um desses dias inesquecíveis foi 28 de agosto de 1946, quando se casou. Recorda-se do detalhe da roupa que usou em uma celebração simples, porém elegante, na Igreja da Boa Viagem: tailler branco com três botões de estrasse, buquê de margarida e sapato havana (marrom-claro) e branco. “Comprei na casa Clarck, a melhor  de Belo Horizonte”, diz.

O almoço para os padrinhos foi na casa de seus pais, na Rua Timbiras, esquina com a Rua Piauí. Lembra também com detalhes o processo para conseguir marcar o casamento. Para que os padrinhos que vinham do interior pudessem ir embora no trem das 16h, teve que mudar a cerimônia da Igreja de Santa Efigênia, que seria às 17h, para a da Boa Viagem, às 13h.

Não se esquece também da dificuldade que o padre teve para encontrar a documentação dos noivos. “A memória é a mesma de quando tinha 50 anos. Se ela declinou foi gradativamente. A diferença é muito pouca”, garante Maria José. Algumas informações mais recentes ela tem dificuldade de se lembrar de imediato, mas nada que seja comprometedor. “Se você me perguntar o que almocei ontem na casa de minha sobrinha, tenho que pensar primeiro. Às vezes, também me esqueço do nome das pessoas”, completa.

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Há uma perda natural da memória no processo de envelhecimento, mas quando não acompanhado de doença, não se trata de um problema, como é o caso de Cleia Nascimento de Oliveira, de 78. “Tenho uma memória mais ou menos. Tem horas que me lembro de tudo. Em outros momentos, me esqueço. Não gostaria de esquecer minha infância.” Já a amiga Ilza Mendes Castilho, de 90, não se queixa de sua capacidade de guardar as informações. “Pela idade que tenho, acho que minha memória é ótima”, diz. Maria José, Cleia e Ilza vivem na Casa da Vovó e do Vovô, no Bairro São Luís, na Região da Pampulha, onde participam de diversas atividades, como musicoterapia, que ajudam na manutenção da memória.

Os motivos que fazem com que tenham a memória que outros não têm são vários. As razões podem estar relacionadas à dificuldade de manter a concentração, ou seja, a atenção sustentada em determinados assuntos. A baixa capacidade de memorização também está relacionada ao desinteresse, à ansiedade (fazer coisas agora pensando no que vai fazer amanhã), à falta de hábito de prestar atenção e dificuldade de aprendizado, que, às vezes, ocorre em pessoas com baixo nível intelectual.

Para definir memória, é importante entender como as informações recebidas são processadas pelo cérebro. As informações, que chegam por meio dos cinco sentidos (visão, olfato, tato, gustação e audição), são armazenadas temporariamente no cérebro – por segundos. Dependendo da atenção, da experiência anterior do indivíduo, da sua cultura, do interesse (emoção associada), a informação é selecionada para ir a outro compartimento, que é o depósito definitivo.

O resto, o que não interessa, permanece por pouco tempo nesse depósito temporário e é descartado. “A capacidade de reter informações recentes chama-se memória de curto prazo ou memória recente e a capacidade de reter informação processada se chama memória de longo prazo ou memória remota”, define a presidente da Sociedade Mineira de Neurologia, Departamento Científico da Associação Médica, Elizabeth Comini. No entanto, algumas pessoas são mais esquecidas que outras.

CONCENTRAÇÃO
O baixo índice de processamento – quando poucas informações que estão na memória recente passam para a memória remota – pode ocorrer quando o indivíduo está cansado, ansioso, deprimido, desinteressado, quando dorme mal ou está com alguma doença metabólica, como o diabetes. “Quando uma pessoa guarda uma chave em determinado lugar, que não é habitual, pensando no que precisa executar amanhã, pode fazer com que essa informação (o lugar onde guardou) não seja processada devidamente”, declara. Segundo ela, a questão se torna preocupante quando a pessoa perde a capacidade de guardar mesmo por curtos períodos. Por exemplo, quando a pessoa acaba de guardar a chave e não sabe onde está, mesmo não tendo nenhuma das condições descritas.

Para decorar informações importantes, como a matéria para uma prova ou concurso, é preciso treinar a capacidade de se concentrar. Tem pessoas que se concentram melhor quando ouvem uma música relaxante; outras precisam de um ambiente muito silencioso; outras já não precisam de nada, podem se concentrar no meio do aeroporto barulhento. “A capacidade de memorizar depende de não ter nenhuma doença atrapalhando e também de muito treino que se adquire com leituras constantes e educação formal.”

Elizabeth chama a atenção para o fato de que pessoas que passam pela escola sem se dedicar muito não adquirem o hábito desde novas. Elas costumam achar desinteressante o estudo, dedicam-se pouco a atividades intelectuais e não formam uma capacidade de reservar informações, porque quando a informação nova chega à memória recente ela não encontra informações antigas com as quais precisa contar para ser processada e armazenada. “O momento de definir uma boa memória é na infância e na adolescência, aprendendo matemática, história e geografia na escola. Muito pouco se pode fazer na vida adulta para mudar isso”, avalia. Para mantê-la em bom funcionamento, o professor da Faculdade de Medicina da UFMG, Paulo Caramelli, prescreve a manutenção de uma atividade intelectual por toda a vida.

Fonte: Site Uai
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