Entenda a síndrome do ninho cheio

Publicado em: 18/05/2023 Por Assessoria de Imprensa SUPERA

Já ouviu falar sobre a síndrome do ninho cheio?

As mudanças no ciclo de vida familiar estão cada vez mais aparentes, pois a convivência entre pais e filhos está se perpetuando e o lar parental já não está mais ficando tão vazio como ocorria até os anos 80 e 90. Em outros tempos, os jovens, aos 20 anos aproximadamente, já tinham autonomia e independência em muitas áreas da vida e almejavam a liberdade, mas esse desejo só era realizado quando saíam da casa dos pais.

A nova realidade tem sido abrangente e segundo Rambo e colaboradores (2018), os dados mostram que 81%  das  famílias  paulistanas  ainda possuem pelo menos um filho adulto jovem em casa. Em outros países, tais como na Espanha, 67% dos rapazes e 49% das moças de faixa etária entre 25 e 27 anos ainda permanecem morando na  casa  de  seus  pais.

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Sindrome do ninho cheio

síndrome do ninho cheio

Atualmente, os filhos adultos frequentemente permanecem em casa e a convivência familiar parental está se prolongando. Esse fenômeno tem sido comumente chamado na gerontologia, de ninho cheio (com relação ao antagônico ao ninho vazio). Logo, a síndrome do ninho cheio se caracteriza pela convivência prolongada de multigerações na casa das pessoas idosas, como filhos que não casaram, ou que se divorciaram, e seus respectivos filhos, por exemplo.

A multigeracionalidade pode ser um fator importante para a ocorrência do fenômeno ninho cheio, visto que ela se refere ao fato de as pessoas absorverem os conhecimentos passados pelas figuras significativas do mundo familiar e, por meio delas, serem influenciadas nas suas decisões.

Portanto, compreende-se que isso só será um fator determinante para a reprodução de comportamentos na família se a intensidade dessa absorção for acentuada. Ao longo dos tempos, as transformações no pensamento e nas definições de família geraram mudanças em como esta é compreendida e como ela entende seus membros.

síndrome do ninho cheio

Dessa forma, a influência transgeracional não se constitui numa causa determinante, visto que, em algumas famílias, os jovens podem estar cientes de que seus pais saíram cedo de casa e também, provavelmente, devem ter ouvido histórias de que seus avós também tiveram o mesmo comportamento. Porém, atualmente, os adultos jovens parecem não seguir esse modelo familiar.

            A síndrome do ninho cheio pode estar atrelada a diversos fatores, como por exemplo

  1. Dependência econômica imprevista do indivíduo e/ou falha(s) em “lançar carreiras” e tornar-se adultos autônomos com sucesso;
  • Desvio das expectativas dos pais de que os filhos se separarão fisicamente dos pais em “jovens idade adulta” (anos de faculdade ou pós-faculdade);
  • Uma ou mais “tentativas” dos filhos de atender a essas expectativas, seguidas de um retorno a um casa dos pais por períodos variados de tempo;
  • Contexto anômico para organização do trabalho doméstico e alocação de recursos familiares quando há um jovem adulto retornando à casa; raiva dos pais (e muitas vezes das crianças) e conflito substancial sobre essas questões;
  • Dificuldade de separação entre pais e filhos;
  • Adiamento do casamento.

            Dessa forma, entende-se que a escola e o trabalho estão intrinsecamente ligados, pois, para conseguir entrar no mercado de trabalho, o jovem precisa de uma base sólida, uma boa formação no ensino médio e no curso superior. E também pode-se pensar que alguns dos aspectos que levam os jovens a adiar a saída da casa dos pais sejam, consequentemente, o prolongamento dos estudos, a difícil inserção e a insegurança no mercado de trabalho atual.

Além das questões que anteriormente foram discutidas como motivadoras ou não para saída da casa dos pais, existem outras circunstâncias que também podem contribuir para a possível ocorrência desse comportamento. Portanto, conhecer a perspectiva de pais e filhos é de grande importância para a compreensão desse fenômeno, pois não é possível compreender satisfatoriamente nenhum comportamento estudando-o isoladamente.

síndrome do ninho cheio

Os aspectos transgeracionais se mostram grandes influenciadores na permanência dos adultos e jovens no lar parental. O ambiente microssistêmico, onde se localiza a família, está o tempo todo se inter-relacionando com os demais ambientes, meso, exo e macro. Assim, os pais têm uma bagagem histórico-familiar única e se relacionam com os filhos, compartilham suas vivências e criam novas vivências.

            Ressalta-se que esta nova dinâmica familiar,  de  caráter  multidimensional,  se estabelece por muitos fatores, que vão além da relação entre pais e filhos, mas contexto histórico familiar, as condições do mercado de  trabalho,  e  o  desenvolvimento  da autonomia  do  sujeito.

Para tanto, observar os diversos  papéis  na  família  é  de  suma importância para compreender o fenômeno de  forma  ampla,  uma  vez  que  a  visão fidedigna  deste  dar-se-á  a  partir  da  inter-relação dos sujeitos, e não de forma isolada.

Assinam este artigo:

Cássia Elisa Rossetto Verga

Graduada no curso de bacharelado em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Atualmente faz estágio na área de pesquisa em treino cognitivo de longa duração pelo Instituto SUPERA – Ginástica para o Cérebro. Tem interesse na área de treino e estimulação cognitiva para idosos, com enfoque em neurologia cognitiva. É membro da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Já foi bolsista PUB da Universidade Aberta à Terceira Idade da EACH-USP, atual USP60 + nas oficinas de música e letramento digital. Participou como assessora de Projetos e Recursos Humanos na Empresa Geronto Júnior entre os anos de 2019 a 2020.

Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva

Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É assessora científica e consultora do Método Supera.

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