Diversidade e os direitos humanos no envelhecimento
Quando você, leitor, pensa em velhice o que vem em sua cabeça? Para uma grande parte da população, vêm alguns mitos e estereótipos culturalmente presentes na sociedade brasileira como:
“A maioria dos idosos são doentes e senis…”;
“A velhice é um período da vida que traz infelicidades..”;
“O ‘velho’ tem de ser aposentado, não pode estar no mercado de trabalho…”;
“O ‘velho’ não tem vida sexual…”;
“O idoso é um fardo…” e muitos outros estereótipos presentes no consciente coletivo. O envelhecimento é um processo que tem influência de diversos determinantes, como o acesso a serviços de saúde e sociais, o ambiente físico, o acesso ao trabalho formal, entre outras coisas; e possui o gênero e a cultura como fatores que são transversais a todos os determinantes (OMS, 2002).
Essa variedade de eventos e oportunidades aos quais somos expostos vão moldando quem nós somos e como somos enxergados pelos outros, e pensando também em nosso papel de agentes sobre o ambiente, pessoas que vivenciaram as mesmas situações podem ter posturas diferentes.
No Brasil, organizamos as etapas da vida por caráter cronológico e temos a Lei Federal 10.741/03, mais conhecida como Estatuto do Idoso, que nos diz em seu art. 1o que são idosas as pessoas com 60 anos ou mais residentes no território brasileiro.
Mas podemos dizer que uma pessoa de 60 anos é igual a uma pessoa de 80 anos de idade? Ou até mesmo, que duas pessoas de 60 anos são iguais? Não, essas pessoas não podem ser consideradas iguais, embora pertençam a mesma faixa etária, estas pessoas têm a sua individualidade e as suas características.
Afinal é importante refletirmos que as vivencias são individuais, assim como os processos de envelhecimento e isso cria diferenças entre as pessoas, que podem ser desde condições de saúde ou até mesmo aos seus propósitos de vida, chamamos estas particularidades de múltiplas faces da velhice e de diversidade 60+.
Dentro do grupo etário 60+ temos pessoas que estão iniciando novas carreiras, outras que estão aposentadas e preferem dedicar-se a atividades de lazer, ou à família, assim como há pessoas que já não possuem mais a sua independência e autonomia preservadas e precisam de cuidados supervisionados; há ainda idosos que, por questões de desigualdades sociais, são privados da possibilidade de viver um processo de envelhecimento saudável e com significados positivos.
Porém, mesmo com tantas diversidades, ainda vemos tentativas de generalização, seja pela criação de aspectos culturais ou sociais, que tentam caracterizar o idoso como sendo um indivíduo padronizado, com as mesmas características, independentemente de sua história de vida, de sua renda, escolaridade e/ou cultura, e até mesmo pela criação de políticas que pouco dialogam com o envelhecimento, ou que apresentam lacunas na cobertura de direitos humanos para a pessoa idosa.
Com o tão falado envelhecimento da população, devemos investir na capacitação de recursos humanos para o atendimento personalizado a cada pessoa idosa, e também na quebra de barreiras construídas pelo idadismo – ou seja, a discriminação baseada na faixa etária do indivíduo, possibilitando que todos vivam suas vidas sem limitações e que possam ter suas necessidades atendidas.
Também é importante que possamos promover na sociedade a educação gerontológica, gerando assim sociedades mais plurais e amigas da pessoa idosa, que respeitam as múltiplas faces da velhice.
Alguns exemplos de iniciativas para lidar com essa diversidade no envelhecimento é a da Organização Não Governamental (ONG) denominada ‘Eternamente Sou‘, que atua na proteção e promoção de direitos para a população idosa LGBTQ+ ou seja idosos de diferentes orientações sexuais; dentre as ações desta ONG destacamos a realização de documentários, palestras, e seminários abertos à população para discutir-se a respeito das velhices presentes no Brasil, cursos preparatórios para profissionais que lidam com a pessoa idosa e, sua iniciativa mais recente, o Centro de Referência para Idosos LGBTQ+ .
Um outro exemplo, é a iniciativa do Programa São Paulo Amigo do Idoso e o Selo Amigo do Idoso, que foram instituídos no dia 15 de maio de 2012, pelo decreto de nº 58.047, são programas de incentivo à locais acessíveis e amigáveis para todas as idades, baseados nas premissas da Organização Mundial da Saúde (OMS) para estimular o envelhecimento ativo e fornecer diversos tipos de atividades às diversas faixas etárias.
São programas extremamente importantes para o combate ao preconceito e inclusão social de uma faixa etária tão estereotipada na sociedade atual brasileira.
Destaca-se também a criação da escola de conselhos, que foi realizada pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania – SMDHC em parceria com o Grande Conselho Municipal do Idoso do município de São Paulo, com o intuito de incentivar e formar novas personalidades dos cidadãos 60+ anos para atuar como conselheiros e líderes em fóruns que tratem de suas causas e necessidades.
Um projeto que traz à tona a importância do protagonismo na velhice e auxilia o lugar de fala dessas pessoas que entendem bem de suas necessidades e vontades.
As políticas públicas que respaldam os direitos humanos da pessoa idosa, ainda são poucas, por isso, dentro de um pressuposto do crescimento desta população e a necessidade cada vez mais latente de programas de incentivo, auxílio e cuidado, ações atualizadas voltadas para essa faixa etária se fazem importantes nesse momento atual, para que assim, essa população seja assistida e abarcada em seus direitos como cidadãos.
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Assinam esse artigo:
Jéssica Souza Bratkauskas- Estudante do Curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP).
Mariana Mendes Ribeiro- Estudante do Curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP).
Profa. Dra. Thais Bento Lima da Silva – Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e conselheira executiva da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG) e colunista do site do Método SUPERA.
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