Combate ao idadismo: O novo guia da OMS

Publicado em: 31/10/2023 | Última modificação em 05/12/2023 Por Assessoria de Imprensa SUPERA

Você já ouviu falar sobre o idadismo, também chamado de etarismo? Esse termo foi usado pela primeira vez em 1969, pelo psicólogo norte-americano Robert N. Butler (DE SOUSA, 2014). Este preconceito, se manifesta na discriminação por idade e é um problema real que, apesar de difundido, não recebe a atenção necessária, principalmente na mídia.

Além de ser multiteórico e multifacetado, pode passar facilmente despercebido no cotidiano, sendo causador de grandes impactos, como a desvalorização da população idosa.

O idadismo não se limita a estereótipos negativos; ele influencia atitudes que, muitas vezes de maneira inconsciente, misturam “gentileza” excessiva e negligência em relação aos mais velhos. Isso pode se manifestar de forma problemática como na infantilização da pessoa idosa, que apesar de muita das vezes bem-intencionada, mina a dignidade do indivíduo, retirando sua autonomia.

Combate ao idadismo

Esse preconceito pode aparecer de várias formas. Uma delas pode ser quando é questionado a capacidade de uma pessoa idosa em aprender algo novo ou quando há discriminação no mercado de trabalho, apenas pelo motivo da idade. Esse acontecimentos, trazem más consequências a autoestima desse público e podem criar um ciclo de discriminação. Além disso, pode dificultar o acesso dessas pessoas a diversos meios que poderiam fornecer benefícios para um envelhecimento saudável.

Combate ao idadismo

Recentemente, tivemos uma ótima notícia: a Organização Mundial da Saúde (OMS) está liderando a luta contra o idadismo. Em 2021, eles lançaram o “Guia Global de Combate ao Idadismo”, um passo crucial na conscientização global sobre esse problema.

E agora, em 2023, a OMS continua essa missão importante com o lançamento do “Guia de Práticas Intergeracionais e Combate ao Idadismo”. Este guia traz a importância da promoção de práticas intergeracionais, ou seja, atenção às conexões entre gerações, de maneira significativa. Em vez de apenas combater o idadismo, esse guia adota uma abordagem pró-ativa, incentivando a interação entre jovens e idosos para criar uma sociedade mais harmoniosa e inclusiva (OMS, 2023).

Combate ao idadismo

Vantagens do novo guia:

  • Orientação detalhada: Oferece um guia passo a passo para planejar, implementar e avaliar práticas intergeracionais.
  • Identificação de objetivos: Ajuda a definir metas para os projetos entre gerações, garantindo uma definição de objetivo.
  • Preparação dos participantes: Orienta na preparação de jovens e idosos para as interações.
  • Atividades: Descreve atividades, fornecendo estilo de estrutura para a execução.
  • Avaliação da aplicabilidade: Oferece diretrizes para avaliar o impacto e eficácia dos projetos, permitindo melhorias contínuas.

Além disso, a OMS está disponibilizando o guia em formato PDF diretamente em seu site, no link aqui.

Ao adotar práticas intergeracionais e combater esse preconceito, construiremos um futuro melhor para todos. Este guia recém lançado, é um ótimo recurso para participar, promover a inclusão e o respeito entre as gerações, sendo necessário no desenvolvimento de indivíduos mais conscientes e empáticos.

Combate ao idadismo

Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva

Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do curso de Bacharelado e do Programa de Mestrado em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É assessora científica e consultora do Método Supera.

Maria Antônia Antunes de Souza

Graduanda em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP). Foi bolsista de iniciação científica PUB do projeto intervenções psicoeducativas para a COVID-19 aliada à estimulação cognitiva no programa USP 60 + e atualmente é membro do Grupo de Estudos em Treino Cognitivo da USP (GETCUSP).

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13 comentários para "Combate ao idadismo: O novo guia da OMS"

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  • Roselane Muller Willrich disse:

    gostaria de receber o guia

    1. Caroline Goulart disse:

      Olá, Roselane!

      Segue o link para acesso ao guia da OMS: https://www.who.int/publications/i/item/9789240070264

      Abraços!

    2. Aparecida da Silva Garrido disse:

      uma boa noticia. Assunto relevante para melhoria na saúde da melhor idade, parabens…

  • Fernanda Maria do Nascimento da Silva disse:

    Eliminar esse cruel preconceito, principalmente para os funcionários que ainda permanecem exercendo sua vida profissional ativa.Motivo ainda não chegou o tempo para sua aposentadoria.O ideal seria divulgar em toda a mídia.Exigindo o respeito aos idosos.

  • Rosane Elias disse:

    Infelizmente, esse tipo de preconceito, o idadismo ou etarismo e’ muito comum atualmente embora muitos não o admitam; porém deve ser combatido, pois é muito injusto. Pessoas com mais de 60 anos são menosprezadas, subestimadas ou até excluídas de certos contextos. E isso é inaceitável.

  • Adenilda rosa prates disse:

    Eu sei bem o que é isso. aos meus 52 anos.
    vou baixar o guia. É bacana saber que existe pessoas que ocupa o seu precioso tempo para ajudar. gratidão!

  • Angela vitarelli disse:

    Me interesso em combater o idadismo, vistos os prejuízos que traz a população idosa. Estou presidente do conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa de Itaperuna/RJ e faço deste combate um dos meus objetivos. As ações tomadas se referem em difundir o conceito de idadismo e denunciar seus efeitos.

  • Gelson Armando disse:

    Na minha análise, devemos ver caso a caso, e não, simplesmente a idade!
    Tudo varia dependendo das condições físicas, mentais e produtiva de cada idoso, em relação a sua vida diária! E claro a objetividade e diferenciação de cada um!
    Hoje temos melhores condições para um ótimo relacionamento entre idosos e anciões com certos problemas!
    Ou seja cada caso é um caso diferente de outros!

  • Mariselma Ferreira Sousa da Silva disse:

    Materia muito importante para nossa sociedade e levando em conta que estamos caminhando para o envelhecimento, esse olhar da OMS muito contribuirá para o equilíbrio social, obrigada por compartilhar!
    Quero ter acesso ao Guia!!

    1. Caroline Goulart disse:

      Olá, Mariselma!

      Segue o link para acesso ao guia da OMS: https://www.who.int/publications/i/item/9789240070264

      Abraços!

  • O IBGE através do censo 2022 divulgou dados e informações etarista, quando teve como parâmetro nas divulgações, a partir dos 65 anos, menosprezando, desvalorizando, +de 10 milhões de pessoas idosas sessentões.
    Bancos através dos setores financeiros não dispõe de crediciamente para automóveis para pessoas idosas que tenham setenta anos de idade; o idadismo é acometido por a expectativa de vida ser mais ou menos 76 anis de idade.

  • Eliana disse:

    quero orientações por favor!

  • Ma das Graças Muniz Ferreira Spiga disse:

    Estou conhecendo hoje e estou achando muito interessante.
    Parabéns aos criadores desse Projeto.
    Muito obrigada

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