Acessibilidade para os idosos: a importância dos bairros e cidades amigas
A acessibilidade para os idosos proporciona empoderamento e impacta no pertencimento social ao longo do processo de envelhecimento.
O envelhecimento populacional é seguido de inúmeras mudanças e adaptações sociais e estruturais para atender melhor às dificuldades do crescente grupo de pessoas idosas, visando um envelhecimento bem-sucedido.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declara que a criação de ambientes favoráveis estimula o envelhecimento ativo, por otimizar oportunidades para a saúde, participação e segurança, aumentando a qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem (OMS, 2015).
Chiusolo (2022) relata que a garantia do direito à cidade contempla também espaços acessíveis, capazes de promover qualificação em ensino e informações, comunicação ativa, atividades de lazer, saúde apropriada, além de iniciativas que envolvam atividades sociais, condições essenciais para que qualquer pessoa possa se desenvolver em sociedade.
Devido às demandas apresentadas pelo envelhecimento populacional, durante o 18º Congresso Mundial de Gerontologia no Rio de Janeiro em 2005, foi apresentado o projeto Guia Global Cidade Amiga do Idoso com o objetivo de estimular a criação de espaços urbanos acessíveis e inclusivos para promoção do envelhecimento ativo.
A Rede Global da Organização Mundial de Saúde, para Cidades e Comunidades Amigáveis ao Idoso foi criada em 2010 para conectar cidades, comunidades e organizações em todo o mundo com a visão comum de tornar sua comunidade um ótimo lugar para envelhecer.
Acessibilidade para os idosos: uma questão global
Atualmente, a Rede Global da OMS para Cidades e Comunidades Amigas do Idoso, conta com mais de 700 cidades e comunidades em 39 países, o que corresponde a mais de 210 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil temos 4 municípios que fazem parte desta Rede. Em 2015, Porto Alegre foi a primeira cidade a receber o selo “Amigo do Idoso”, a segunda foi Veranópolis (SC) em 2016 e Pato Branco (SC) e Esteio (RS), ambas em 2018.
Os bairros são grandes influenciadores no aspecto do envelhecimento, podendo despertar no público senil o sentido de pertencimento ao local, proporcionando-lhes condições de acessibilidade aos serviços, tanto físicos como subjetivos.
Estudiosos como Chiusolo em 2022, explica que a garantia de ambientes favoráveis por meio do direito à cidade é extremamente necessária para a manutenção e estímulo das capacidades funcionais na velhice. As ambiências existem por meio da interação da sociedade e o ambiente em que se vive, perpassando sensações, memórias e sentimentos que são despertados pelo visual, cheiro, claridade e acessibilidade do local.
Quando pensamos na acessibilidade para idosos, é preciso ter em mente que envelhecer com qualidade e satisfação depende do suporte social, é uma importante ferramenta para a promoção de um envelhecimento ativo, possibilitando a pessoa idosa uma adaptação e inserção às alterações dessa fase. As atividades culturais e sociais, o conforto mental e espiritual, a participação social, entre outros benefícios que os bairros amigos e cidades amigas da pessoa idosa oferecem estimulam a autonomia e bem-estar social.
Assinam este artigo
Texto redigido por:
Graciela Akina Ishibashi
Estudante de Graduação do curso de bacharelado em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Realizou estágio no Centro Dia Bom Me Care entre os anos de 2019 a 2020. Atualmente faz estágio na área de pesquisa em treino cognitivo de longa duração pelo Instituto SUPERA – Ginástica para o Cérebro. Tem interesse na área de estimulação cognitiva com jogos. Já foi voluntária na Universidade Aberta à Terceira Idade da EACH-USP, atual USP60 + nas oficinas de origami, dança sênior e letramento digital.
Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva
Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É assessora científica e consultora do Método Supera.
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