As doenças cerebrovasculares são aquelas que acometem a saúde do cérebro. Estas doenças são consideradas uma das principais causas de mortalidade no Brasil e no mundo.
Consequentemente, o número de pessoas que levam consigo sequelas destas doenças é expressivo. Esses comprometimentos podem ser físicos, resultando em dificuldades ao andar, em paralisia em um dos lados do corpo, além de comprometimentos cognitivos; estes por sua vez que afetam a atenção, a memória, as funções executivas e a linguagem, e que chamamos de comprometimento cognitivo vascular.
Entendendo as doenças cerebrovasculares
Neste grupo de alterações clínicas que impactam na saúde do cérebro, observa-se a necessidade de tratamentos como a intervenção de estimulação cognitiva, que tem como seu principal objetivo, estimular e/ou recuperar as capacidades funcionais e cognitivas que estejam afetadas, assim como manter as habilidades cognitivas preservadas.
Entretanto, o tipo de gravidade da doença cerebrovascular e a eficácia da estimulação cognitiva dependerá do tamanho da área acometida pela lesão cerebral, assim como terá relação com a idade do indivíduo.
A estimulação cognitiva deve ser personalizada para cada indivíduo a partir do perfil cognitivo e do repertório intelectual e social do paciente anterior à doença ou pode também ser realizada em grupos.
O processo inicia-se com uma avaliação cognitiva, chamada avaliação geral das funções mentais, que inclui o mapeamento das funções cognitivas alteradas e preservadas, um exame do perfil de personalidade, perfil ocupacional e intelectual e rede social do paciente.
Este mapeamento irá determinar as metas da reabilitação ou da estimulação, vai ajudar a identificar os recursos que serão trabalhados na reabilitação, e quais poderão ser aprimorados, sempre pensando em tentativas com erros e acertos.
Doenças cerebrovasculares: estratégias de reabilitação
Atividades em plataformas digitais, como o SUPERA Online e as aulas on-line de exercícios de ginástica para o cérebro, podem ser estratégias neuroprotetoras e de reabilitação para idosos com comprometimento cognitivo vascular e doenças cerebrovasculares.
O SUPERA Online possibilita o uso de estratégias que permitem a obtenção de novas habilidades, resultando em ganhos cognitivos.
Quando o idoso faz uso de plataformas digitais, ele pode melhorar seu raciocínio e adquirir estratégias de retenção de informações recentes e auxiliar no processo de compensação de habilidades que estão prejudicadas nas doenças vasculares, por serem potenciais exercícios cognitivos.
Sabe-se que a estimulação cognitiva proporciona uma melhora significativa nas sequelas acarretadas por doenças cerebrovasculares, obtendo não apenas uma recuperação funcional, como melhoras físicas e intelectuais, assim como também nos aspectos biopsicossociais resultando em melhorias na qualidade de vida.
A estimulação cognitiva é uma intervenção, que objetiva fornecer estímulos em sessões ou aulas, a partir de jogos de estratégias, exercícios para treinamento da atenção, da memória, da linguagem, atividades escritas, atividades com músicas, todas geram novas conexões neurais, deixam os neurônios mais integrados e rápido, resultam em um melhor desempenho em testes neuropsicológicos e cognitivos e, consequentemente, em uma sensação de bem estar na realização das tarefas cotidianas.
Sendo importantes ferramentas para prevenção e para reabilitação cognitiva.
Fica aqui a dica, se você ainda não realiza atividades de estimulação cognitiva, aproveite estas informações e cuide-se, insira este novo hábito em seu estilo de vida para envelhecer com saúde.
Afinal, um cérebro cuidado é um cérebro protegido de doenças neurodegenerativas e de doenças cerebrovasculares.
Assinam esse artigo
Maria Antônia Antunes de Souza – Graduanda em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP). Bolsista de iniciação científica PUB do projeto intervenções psicoeducativas para a COVID-19 aliada à estimulação cognitiva no programa USP 60 +.
Sabrina Aparecida da Silva – Graduanda em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP). Bolsista de iniciação científica PUB do projeto intervenções psicoeducativas para a COVID-19 aliada à estimulação cognitiva no programa USP 60 +. Integrante do grupo de pesquisa de indicadores de vacinação em idosos 80+ com comorbidades (PIVIC80+).
Rebecca Ferrari Cortazzo – Graduanda em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP). Bolsista de iniciação científica PUB do projeto intervenções psicoeducativas para a COVID-19 aliada à estimulação cognitiva no programa USP 60 +.
Profa. Dra. Thais Bento Lima da Silva. Docente do Curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP). Pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (GNCC-FMUSP). Coordenadora do Curso de Pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo e da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG).