Inteligência artificial na Geriatria e Gerontologia

Publicado em: 02/06/2023 Por Assessoria de Imprensa SUPERA

O avanço da Inteligência Artificial (IA) tem sido um elemento transformador em muitos aspectos da vida moderna, e o envelhecimento populacional não é uma exceção. À medida que as sociedades modernas progridem, a expectativa de vida aumenta e a taxa de natalidade diminui, resultando em um número cada vez maior de pessoas idosas.

Souza et al., (2021), destacam que este cenário apresenta desafios e oportunidades únicas, e é aí que a inteligência artificial desempenha um papel crucial, principalmente nas áreas da Geriatria e Gerontologia, visando melhorar a saúde e qualidade de vida dos idosos .

Nessa perspectiva, são inúmeras as contribuições da inteligência artificial para essas duas áreas dedicadas ao cuidado, e ao estudo do envelhecimento e das necessidades das pessoas idosas. Como por exemplo, ela pode acelerar a análise de grandes conjuntos de dados coletados em pesquisas acerca do envelhecimento.

Inteligência artificial
Imagem gerada por Inteligência Artificial através da plataforma Blue Willow

Algoritmos de aprendizado de máquina podem identificar correlações e padrões complexos em estudos longitudinais de longo prazo, ajudando a entender melhor os fatores que influenciam o envelhecimento saudável e o desenvolvimento de intervenções mais eficazes, entre diversos outros temas relacionados às pessoas idosas. Isso permite o desenvolvimento de abordagens mais personalizadas e direcionadas para o cuidado dos idosos.

Além disso, conforme os pesquisadores De Moura Melo e colaboradores (2020), a IA pode ser integrada em sistemas domésticos inteligentes para fornecer suporte e assistência aos idosos em suas residências. Por exemplo, assistentes virtuais equipados com IA, como a Alexa ou o Google Assistant, podem responder a perguntas sobre medicamentos, lembretes de horários para tomar remédios, orientações para realizar exercícios físicos e até mesmo oferecer companhia virtual para reduzir o isolamento social.

Esses assistentes virtuais podem se adaptar às preferências e necessidades individuais de pessoas idosas, proporcionando uma experiência personalizada.

Existem também robôs assistenciais que são projetados para auxiliar os idosos em tarefas diárias. Souza e colaboradores (2021) salientam que esses robôs podem auxiliar na mobilidade, realizar tarefas domésticas, fornecer companhia e até mesmo ajudar na reabilitação física.

A inteligência artificial permite que esses robôs aprendam e se adaptem às necessidades individuais dos idosos, melhorando sua autonomia e qualidade de vida.

Inteligência artificial

É pertinente destacar também que a IA pode ser usada para desenvolver sistemas de diagnóstico preciso e triagem eficiente de doenças relacionadas à idade, como demência, doença de Alzheimer e outras condições neurológicas.

Algoritmos de IA podem analisar grandes volumes de dados médicos, incluindo históricos de pacientes, exames de imagem e resultados de testes clínicos e informações genéticas, permitindo um diagnóstico mais preciso e precoce de doenças relacionadas à idade. Isso possibilita o tratamento oportuno e personalizado, melhorando as chances de recuperação e qualidade de vida .

Inteligencia Artificial na geriatria e gerontologia

A inteligência artificial também contribuiu para que as consultas médicas pudessem ser realizadas de modo remoto (telemedicina).

O atendimento virtual permite que os idosos acessem cuidados médicos de qualidade sem sair de casa. Isso é especialmente benéfico para aqueles com mobilidade reduzida ou que vivem em áreas remotas, onde os serviços de saúde são limitados.

Além disso, a telemedicina agiliza o processo de consulta, reduzindo o tempo de espera e os custos associados.

Além disso, com o uso de dispositivos de monitoramento de saúde, como relógios inteligentes, sensores vestíveis e câmeras, a IA pode coletar e analisar dados em tempo real sobre o estado de saúde dos idosos.

Isso permite um monitoramento contínuo, a detecção precoce de problemas de saúde e a personalização dos cuidados de saúde com base nas necessidades individuais, possibilitando uma intervenção mais rápida em situações de emergência e contribui para a prevenção de complicações de saúde.

Desse modo, compreende-se que a inteligência artificial tem o potencial de desempenhar um papel transformador e significativo na área da geriatria e da gerontologia, por meio de diagnósticos mais precisos, monitoramento remoto da saúde, assistência domiciliar inteligente e avanços na pesquisa científica.

Com o envelhecimento populacional e as necessidades complexas dos idosos, a aplicação da IA oferece oportunidades significativas para melhorar a qualidade de vida e o cuidado das pessoas idosas. 

Inteligência artificial
Imagem gerada por Inteligência Artificial através da plataforma Blue Willow

Ressalta-se ainda que, apesar dos benefícios potenciais, a implementação da IA na geriatria e na gerontologia também traz desafios éticos, como a privacidade dos dados e a necessidade de supervisão humana adequada. Portanto, é fundamental garantir que essas tecnologias sejam desenvolvidas e utilizadas de maneira responsável, colocando sempre o bem-estar e a autonomia dos idosos em primeiro lugar.

Assinam este artigo:

Diana dos Santos Bacelar

Estudante de Graduação do curso de bacharelado em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Atualmente faz estágio na área de pesquisa em treino cognitivo de longa duração pelo Instituto SUPERA – Ginástica para o Cérebro.

Tem interesse na área de treino e estimulação cognitiva para idosos, com enfoque em neurologia cognitiva. Já foi bolsista PUB da Universidade Aberta à Terceira Idade da EACH-USP, atual USP60 + nas oficinas de letramento digital.

Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva

Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva

Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É assessora científica e consultora do Método Supera.

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2 comentários para "Inteligência artificial na Geriatria e Gerontologia"

Faça um comentário

  • Gelson Armando disse:

    Com certeza absoluta, temos, agora mais uma ferramenta de realizações e diagnóstico para o idoso ou pessoas com pouca mobilidade melhorando a saúde e o bem estar desses gêneros.
    O aprimoramento, claro, que irá melhorar mais ainda o uso da IA, para o bem de todos.

  • Deisi Maria Marques Villas Boas disse:

    Boa noite,
    Gostei muito do artigo sobre “Inteligência Artificial na …”. especialmente sobre os relógios inteligentes. Por ex.: tenho um aparelho para medir pressão arterial, mas é grande e não posso levar quando saio de casa. Parece que existe um relógio que já faz esta medição e talvez algum outro aparelho. Vou me informar.

    No entanto, quanto ao curso do SUPERA, comecei no ano passado, estava gostando bastante, mas a unidade fechou. Não tem outra perto de mim. Apenas em outro bairro e no momento prefiro dirigir o mínimo possível.

    Deisi Villas Boas

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