A importância da ginástica para o cérebro para a Doença de Alzheimer
A ginástica para o cérebro dentro do contexto da Doença de Alzheimer pode siginificar uma importante aplicação para desacelerar esse processo neurodegenerativo?
A Doença de Alzheimer é a principal causa de demência em pessoas idosas, correspondendo geralmente a mais de 50% dos casos; é definida como uma síndrome clínica caracterizada pelo declínio progressivo em múltiplos domínios cognitivos, tais como memória, linguagem, praxia, funções executivas e entre outros, comprometendo o funcionamento social e ocupacional em relação à cognição prévia dos indivíduos.
A deterioração cognitiva atinge especificamente regiões cerebrais conhecidas como áreas associativas, as quais integram percepção e ação voluntária, que possibilitam a uma pessoa se ajustar e sobreviver no meio ambiente.
À medida que a Doença de Alzheimer avança, déficits funcionais progressivos levam à perda da autonomia e independência para realização de atividades da vida diária (AVDs), como preparar refeições, se locomover fora e dentro de casa, cuidar da rotina diária e manter hábitos de saúde e higiene, por exemplo.
Nesse sentido, essas atividades dão estrutura ao cotidiano e mantêm a identidade e a história de vida da pessoa, e quando são perdidas é necessário que um sistema de suporte formal ou informal garanta os cuidados essenciais para manutenção da vida dessas pessoas.
Logo, a dependência chega com o comprometimento cognitivo, com as alterações emocionais e comportamentais. Normalmente a família destaca um ou mais membros para cuidar da pessoa com a Doença de Alzheimer, ou contrata profissionais que acompanharão a pessoa idosa no seu dia a dia, garantindo autonomia e independência quando possível e, principalmente, sua dignidade.
É importante que os familiares, cuidadores ou profissionais habilitados desenvolvam estratégias compensatórias e adaptativas para estimular o indivíduo no quesito das funções cognitivas comprometidas, assim como de habilidades que possam estar preservadas. A estimulação cognitiva por meio de atividades intelectuais e exercícios lúdicos irá estimular e gerar ganhos sutis no desempenho cognitivo da pessoa com demência.
Na Doença de Alzheimer, nota-se que existem alterações na velocidade de processamento de informações, maior lentidão na compreensão das informações e na memorização, dificuldades na organização de ideias, declínio gradativo da atenção e em outras funções cognitivas importantes.
Nesse contexto, existe uma diversidade de técnicas que podem ser usadas na estimulação cognitiva como o uso de calendários para localização de temporal, a memória autobiográfica com o uso de fotografias para resgatar lembranças vividas, o uso da agenda e o treino em atividades de vida diária, com o objetivo de manter o indivíduo mais tempo em determinado estágio da doença, evitando assim um declínio progressivo.
A estimulação cognitiva como alternativa de tratamento não medicamentoso é importante não só para o treino das funções cerebrais comprometidas, como também para o controle dos sintomas, promovendo o bem-estar da pessoa idosa, ajudando-a a viver melhor com algumas limitações acarretadas pela doença.
Além disso, é válido salientar a importância da equipe interprofissional e multidisciplinar, a partir de suas áreas de origem, possibilitando uma abertura para interagir com as áreas de atuação de seus colegas, promovendo maior eficácia do plano de cuidados de uma pessoa com demência.
A ginástica para o cérebro para a Doença de Alzheimer, a estimulação cognitiva, associada ao tratamento medicamentoso, e à prática de exercícios físicos, a uma alimentação adequada e aos cuidados pessoais, pode proporconar estratégias compensatórias de adaptação para estimular a pessoa com Doença de Alzheimer, de forma individualizada e humanizada.
Assinam este artigo:
Cássia Elisa Rossetto Verga
Estudante de Graduação do curso de bacharelado em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Atualmente faz estágio na área de pesquisa em treino cognitivo de longa duração pelo Instituto SUPERA – Ginástica para o Cérebro. Tem interesse na área de treino e estimulação cognitiva para idosos, com enfoque em neurologia cognitiva. É membro da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Já foi bolsista PUB da Universidade Aberta à Terceira Idade da EACH-USP, atual USP60 + nas oficinas de música e letramento digital. Participou como assessora de Projetos e Recursos Humanos na Empresa Geronto Júnior entre os anos de 2019 a 2020.
Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva
Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É assessora científica e consultora do Método Supera.
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3 comentários para "A importância da ginástica para o cérebro para a Doença de Alzheimer"
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Queria saber se ensinando carácteres de uma Língua , ex Japonês a uma pessoa com Alzheimer ou outra patologia que afete a cognição , pode ajudar no retardo da doença?
Boa noite!
Td bem?
Sou tecnóloga em gerontologia e darei início em minha Graduação em breve.
Excelente artigo parabéns!
Concordo que a estimulação cognitiva é de suma importância para a qualidade de vida das pessoas!
Gostaria de conhecer o método Supera!
Abraço!
Interessante a materia tenho 80 anos e tem momentos que tenho dificuldade de lembrar os aconte
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