Dieta mediterrânea faz bem para o cérebro?

Publicado em: 09/02/2023 | Última modificação em 19/01/2024 Por Assessoria de Imprensa SUPERA

A dieta mediterrânea é uma dieta cultural desenvolvida na região do mediterrâneo que orienta exclusivamente a ingestão diária de azeite extra virgem (sendo esta um tipo de gordura monoinsaturada), o consumo diário de peixes e batatas e o consumo moderado de vinho e/ou suco de uva integral.

Enfatiza-se nesta dieta a ingestão diária de alimentos naturais à base de vegetais, e em relação aos alimentos à base de carnes vermelhas mais limitados, sendo orientado um consumo mensal, assim como com a limitação de alimentos com alto teor de gordura saturada.

A região mediterrânea é considerada, como englobando o sul da Espanha, o sul da França, a Itália e a Grécia. Ao perceberem que esses locais tinham pessoas saudáveis e longevas, cientistas começaram a estudar o que havia lá de diferente e chegaram que recebeu o nome de dieta mediterrânea.

Além disso, é importante destacar que na dieta mediterrânea, realiza-se a prática de atividades físicas diárias. E que esta dieta é considerada uma dieta neuroprotetora, ou seja, fortalece o funcionamento cerebral, foi descoberta e estudada em 1950, por um cientista chamado Ancel Keys, e no ano de 2010, a Organização das Nações Unidas para a Educação (UNESCO) reconheceu esta dieta como patrimônio cultural imaterial da humanidade.

Dieta mediterrânea

A dieta mediterrânea e seus nutrientes

Em um estudo realizado por Calil em 2017, a autora relata que um dos princípios básicos de uma boa nutrição é que haja uma ampla gama intermediária de níveis de nutrientes que proporcionem um funcionamento fisiológico ideal; níveis de nutrientes acima ou abaixo desta faixa podem resultar em funcionamento desequilibrado no organismo, podendo levar os indivíduos até mesmo à morte.

Para tanto, o estudo traz achados importantes em relatar que os nutrientes e outros componentes dietéticos são necessários para o funcionamento fisiológico normal do cérebro, sendo essenciais para a proteção neuronal contra lesões celulares e o estresse oxidativo.

Nesse sentido, ressalta-se que o cérebro tem alta atividade metabólica e alta taxa de renovação de nutrientes, e sua nutrição ocorre por meio de uma quantidade de sistemas de transportes específicos de alimentos e de mecanismos fisiológicos que servem para substituir a constante renovação de substâncias nutritivas.

Dieta mediterrânea

Assim, muitos componentes dietéticos não podem ser sintetizados de novo em humanos. Portanto, devem ser consumidos por meio de fontes externas, como os alimentos saudáveis e quando necessários em suplementos alimentares.

A barreira hematoencefálica permite a passagem de nutrientes através de vários sistemas de transporte passivo e seletivo.

Segundo estudos sobre fatores de prevenção nas demências, reflete-se sobre a importância da dieta mediterrânea para a saúde pública e desenvolvimento de doença de Alzheimer.

A intervenção nutricional eficaz tem potencial para efeitos em toda na saúde do cérebro no que diz respeito ao retardo ou prevenção no surgimento de demências, e há uma demanda pública muito alta por orientações e o acesso adequado de alimentos para um estilo de vida saudável, assim como para uma maior longevidade.

Assinam este artigo:

Cássia Elisa Rossetto Verga

Estudante de Graduação do curso de bacharelado em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Atualmente faz estágio na área de pesquisa em treino cognitivo de longa duração pelo Instituto SUPERA – Ginástica para o Cérebro. Tem interesse na área de treino e estimulação cognitiva para idosos, com enfoque em neurologia cognitiva. É membro da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Já foi bolsista PUB da Universidade Aberta à Terceira Idade da EACH-USP, atual USP60 + nas oficinas de música e letramento digital. Participou como assessora de Projetos e Recursos Humanos na Empresa Geronto Júnior entre os anos de 2019 a 2020.

Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva

Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É assessora científica e consultora do Método Supera.

Referência consultada

CALIL, Silvia Regina Borgheresi. Desempenho cognitivo, estado nutricional e consumo alimentar em idosos com diferentes perfis cognitivo. 2017. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

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