A saúde bucal e o desempenho das habilidades mentais
Pesquisa recente realizada pela revista Science Advances mostrou que infecções relacionadas às gengivas e problemas de saúde bucal poderiam ser fatores de risco para o desenvolvimento de Doença de Alzheimer ou prejuízos nas habilidades cognitivas durante o envelhecimento. Hoje, convido vocês para entenderem o que fundamenta esta relação.
Primeiramente, é preciso refletir que: indivíduos com diagnóstico de comprometimento cognitivo têm maior prevalência de agravos bucais, incluindo-se aqueles de rápida progressão. Os problemas decorrentes do prejuízo nas funções motoras e mentais ocasionadas pelo comprometimento cognitivo dificulta a execução dos métodos preventivos, que asseguram a manutenção da saúde bucal.
Ou seja, o indivíduo passa a apresentar dificuldades em realizar a higienização bucal. Quando realiza, a qualidade não é a mesma que antes, podendo ter dificuldades no planejamento, na escolha de quais produtos inserir, na frequência da realização, dificuldades nas etapas da higienização e a não conclusão adequada.
Sabe-se também que boa parte da população brasileira, independente da presença do comprometimento cognitivo, possui uma precariedade no acesso a serviços de saúde bucal, devido à escassez de programas preventivos e dificuldades na adesão às prescrições odontológicas.
Isso contribui para uma saúde bucal precária, com elevado número de dentes perdidos, doença periodontal, necessidades de próteses e ao maior índice de infecções dentárias e gengivais.
A precariedade da saúde bucal pode afetar a qualidade de vida dos indivíduos de inúmeras maneiras: comprometendo a sua função mastigatória e de comunicação, aparência facial e nas relações pessoais.
Além disso, representam um risco à saúde geral, uma vez que o estado nutricional e o peso corporal também podem sofrer influência. Assim como em relação à saúde mental, aonde se pode ter uma maior prevalência de quadros de depressão, ansiedade, baixa autoestima, isolamento social e falta de estímulos e aprendizagens, existe maiores fatores de risco para o desenvolvimento de quadros demenciais e/ou prejuízo nas habilidades cognitivas.
Por isso, esclarecendo possíveis dúvidas relacionadas a este assunto, a saúde bucal pode interferir no desempenho das habilidades mentais, assim como indivíduos com diagnóstico de comprometimento cognitivo leve ou portadores de demência apresentam uma pior condição de saúde bucal.
Dicas para preservar a saúde bucal:
- Busque materiais informativos, como cartilhas, manuais e folders fornecidos pela Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua residência ou do seu plano de saúde, para obter mais dicas em relação às técnicas de escovação e ações preventivas para evitar placas e gengivites;
- Tenha o hábito de ir ao dentista rotineiramente. Não procure o profissional apenas quando um problema estiver presente; muitos problemas poderão ser evitados e você poderá adquirir o conhecimento sobre a condição de sua saúde bucal;
- Realize rotineiramente exames preventivos para detecção precoce de problemas de saúde bucal;
- Relate ao profissional se apresenta algum diagnóstico relacionado à sua saúde, se possui uma doença autoimune, se você ou o seu familiar apresentam um diagnóstico de doença neurodegenerativa. Isso influenciará nos procedimentos adotados pelo especialista e na necessidade de atuação de uma interface entre o dentista e outros profissionais;
- É importante entender que há um risco para a perda dos dentes, por isso os cuidados com a higienização bucal devem ser constantes e diários;
- Busque o consumo de água filtrada ou de água devidamente tratada, mineral e fluoretada;
- Tenha disciplina e uma rotina estabelecida na higienização bucal. Em caso de dúvidas, procure um profissional especializado.
Cuidar da saúde bucal também é cuidar da longevidade e do bem-estar! Por isso, atente-se e busque os devidos cuidados.
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