Uma sutil diferença
*Dr. Válter Strafacci Júnior
Na construção da base cognitiva de algum estoque de Conhecimento, de qualquer natureza, nossos cérebros são condicionados a um processo semelhante na forma, porém distinto no conteúdo.
Forçam-nos a uma prática extenuante de repetições sucessivas, com a finalidade de “fixar argumentos um tanto cansativos e nem tanto necessários”.
Com base nesses argumentos, cobram-nos por respostas que sejam semelhantes àquelas por eles obtidas, segundo procedimentos canônicos recrudescidos ao longo dos tempos.
Caso acertemos, somos considerados “capacitados naquele quesito” e poderemos evoluir na “entediante marcha das repetições”.
Impuseram-nos essa sistemática e, para não sermos excluídos do sistema, nos submetemos a ELA… Que desperdício!
Fomos projetados e nascemos como “livres pensadores”. Não seríamos capazes de construir e consolidar nossas próprias bases de cognição sustentadas em nossas constituições e arranjos neuroniais, sem tutelas?
Obviamente, a resposta seria “sim”. Porém, somos frágeis demais para sobrevivermos de maneira autônoma e caímos nas armadilhas da estrutura defensiva criadas por nós mesmos e submetemo-nos diante do mais “fácil e cômodo” para pagarmos o preço adiante.
Uma sutil diferença entre “proteger para a sobrevivência da espécie” e “tutelar para a manutenção do sistema”.
Atualmente com a disponibilidade “quase infinita das informações em tempo real”, essa percepção deságua na forma e transmissão de conhecimentos, que aprisiona o cérebro, criando dependências mentais dignas de uma verdadeira e aprofundada análise psicológica para uma elucidação das paranóias da sociedade moderna.
Assim, transferir conhecimento não significa ensinar, aprender não significa saber e, finalmente, o que, para o que e como avaliar a finalidade e aplicabilidade de tudo aquilo que fora disponibilizado, perde o valor.
Uma sutil diferença que nos embota a percepção sobre uma Escola dinâmica e capaz de libertar nossos cérebros para uma amplidão incomensurável de possibilidades, já percebidas, porém, arduamente “refutadas e não utilizadas”.
*Dr. Válter Strafacci Júnior:
Engenheiro Civil, Mestre em Ciência, Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA, na Área de Gestão de Ciência e Tecnologia. Doutor em Ciência, Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA , na Área de Informática.
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