Seis gerações: quais são os desafios?

Publicado em: 09/06/2025 Por Marinella Moretz-Sohn
Seis gerações: quais são os desafios? - Supera - Ginástica para o Cérebro
A multigenerational family, including seniors and younger adults, happily working on a puzzle together at a table in a cozy home setting

Pertencer a uma geração vai além de ter uma faixa etária específica; trata-se de compartilhar experiências comuns relacionadas a acontecimentos históricos, culturais, sociais e tecnológicos. Esses fatores influenciam as perspectivas sobre o mundo, o comportamento e os valores de cada grupo.

Atualmente considera-se que seis gerações diferentes estão coexistindo, muitas vezes dentro da mesma família. Por exemplo, uma família pode ser composta por uma bisavó de 90 anos (nascida em 1935), uma avó de 70 anos (nascida em 1955), um pai de 50 anos (nascido em 1975), um neto de 30 anos (nascido em 1995), outro neto de 20 anos (nascido em 2005) e uma bisneta de 5 anos (nascida em 2020). Há quem já considere uma sétima geração, composta por pessoas nascidas a partir de janeiro de 2025, mas as publicações ainda são incipientes.

Em geral, as gerações são definidas por coortes de indivíduos nascidos em intervalos de 15 a 20 anos. A seguir, são descritas as gerações e suas respectivas características. Destaca-se que essas características não são uma regra, pois cada pessoa sofre influências individuais ao longo da vida, o que interfere em seu modo de pensar e agir.

  • Veteranos (1922-1944): Vivenciaram guerras e escassez. São conservadores, disciplinados, avessos a riscos e leais à hierarquia no trabalho;
  • Boomers (1941-1964): Cresceram em um período de prosperidade. Valorizam status, consumo, estabilidade e construção de carreira sólida;
  • Geração X (1965-1979): Marcada por mudanças sociais e tecnológicas. Prezam equilíbrio entre vida pessoal e trabalho, com foco em autonomia e ambientes colaborativos;
  • Geração Y (1980-1995): Influenciada pela internet e globalização. São conectados, multitarefas e buscam propósito, reconhecimento e ambientes dinâmicos;
  • Geração Z (1996-2009): Nativos digitais com consciência social. Valorizam diversidade, flexibilidade e projetos com impacto, além de aprendizado contínuo;
  • Geração Alpha (2010 em diante): Totalmente imersos em tecnologia. São impacientes, conectados e exigirão educação inovadora para desenvolver foco e habilidades socioemocionais.

A convivência simultânea de múltiplas gerações tem implicações significativas em diversos aspectos da sociedade. No ambiente de trabalho, por exemplo, a diversidade geracional pode ser desafiadora ou pode oferecer oportunidades para inovação e aprendizado mútuo.

Estudos como o de Santos e colaboradores (2022), destacam a importância de uma gestão adequada para lidar com as diferenças geracionais. Quando isso não ocorre, pode levar a preconceitos etários, impacto negativo nas atitudes de trabalho, dinâmicas de equipe disfuncionais e níveis mais baixos de desempenho geral nas tarefas.

Se considerarmos o ambiente doméstico, a diversidade geracional também pode ter implicações negativas, manifestando-se através de preconceitos, violências e falta de cuidados, conforme discutido por Oliveira e Ramos (2021).

Do ponto de vista social e econômico, o envelhecimento da população é considerado um dos maiores sucessos das políticas de saúde pública, refletindo avanços significativos no desenvolvimento social e econômico. Contudo, também impõe desafios, exigindo adaptações nas políticas públicas para garantir a qualidade de vida para todas as pessoas, independentemente de sua idade. Isso inclui a oferta de cuidados adequados para a saúde física, mental e cognitiva, bem como a promoção da participação social ativa, o acesso a atividades de lazer e o fomento a redes de apoio social.

A implementação de políticas intergeracionais, que estimulem a colaboração e o apoio mútuo entre as diferentes faixas etárias, é essencial para a construção de uma sociedade inclusiva e sustentável, onde todas as gerações possam se beneficiar do envelhecimento saudável e ativo.

Referências:

NALINI, J. R. As seis gerações que convivem no século XXI. Academia Paulista de Letras, c20205. Disponível em: https://www.academiapaulistadeletras.org.br/artigos.asp?materia=1190. Acesso em: 14 abr. 2025.

OLIVEIRA, Joana América Santos; RAMOS, Maria Natália Pereira. Conflitos intergeracionais na família e saúde mental dos idosos. Revista Kairós-Gerontologia, v. 24, n. 1, p. 213-231, 2021. DOI: 10.23925/2176-901X.2021v24i1p213-231. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/kairos/article/view/54117. Acesso em: 16 abr. 2025.

SANTOS, Gabriele Thaís dos; SALCEDO, Gonzalo Manuel; GUIMARÃES , Luiz Henrique Vasconcellos; BAÊTA, Paulo Víctor Lamounier; BRAGA, Juliana Oliveira. A intergeracionalidade no mercado de trabalho: desafios e potencialidades. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, [S. l.], v. 8, n. 12, p. 505–528, 2022. DOI: 10.51891/rease.v8i12.7998. Disponível em: https://periodicorease.pro.br/rease/article/view/7998. Acesso em: 16 abr. 2025.

SOUZA, A. C. P. de; ALCARÁ, A. R. Competência em informação e as diferentes gerações. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, [S. l.], v. 17, n. 2, p. 1–20, 2021. Disponível em: https://rbbd.febab.org.br/rbbd/article/view/1658. Acesso em: 14 abr. 2025.

Texto redigido por:

Profª Msc. Gabriela dos Santos – Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Gerontologia pela Universidade de São Paulo (USP), Graduada em Gerontologia pela USP, com Extensão pela Universidad Estatal Del Valle de Toluca. É pesquisadora no Grupo de Estudos em Treino Cognitivo da Universidade de São Paulo e atua com estimulação cognitiva para pessoas idosas.

Profa. Dra. Thais Bento Lima da Silva – Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Mestra e Doutora em Ciências com ênfase em Neurologia Cognitiva e do Comportamento, pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Docente do curso de Bacharelado e de Pós-Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É parceira científica do Método Supera. Coordenadora do Grupo de Estudos em Treino Cognitivo da Universidade de São Paulo.

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