Onde está o amor no cérebro?
Vinícius de Moraes e Shakespeare à parte, o amor é o resultado de uma complexa reação química que acontece no cérebro.
Nesse processo estão envolvidos, basicamente, três neurotransmissores: a dopamina, a norepinefrina e a serotonina, todos produzidos por áreas ligadas ao sistema de recompensa e prazer do cérebro.
As mãos tremem, o coração e a respiração aceleram quando o (a) amado (a) está por perto? Não acuse o cupido. Neste momento, estão em ação a dopamina e a norepinefrina, substâncias que levam à alegria excessiva, à falta de sono e o sentimento que o (a) amado (a) é único.
É amor ou paixão?
Para tentar entender a diferença existente entre os sentimentos, a psicóloga americana Judith Orloff escreveu uma lista, publicada no blog Pscyhology Today, que destaca a diferença entre um sentimento e outro.
O amor é quando…
Você quer passar mais tempo com a pessoa
Você passa horas conversando e não vê o tempo passar
Você quer realmente saber o que a pessoa sente e fazê-la feliz
Ele ou ela fazem você querer ser alguém melhor
Você tem vontade de conhecer a família e amigos da pessoa
A paixão acontece quando…
Seu foco é a aparência e o corpo da pessoa
Não sente vontade de conversar para conhecer mais a pessoa
Você prefere manter o relacionamento a nível fantasioso, não discutir sentimentos reais
Vocês são amantes, não amigos
Um estudo da Universidade de Concordia, no Canadá, descobriu como o cérebro processa amor e paixão e as diferenças e semelhanças entre esses dois sentimentos.
De acordo com as descobertas, amor e sexo são interpretados pelo cérebro como duas coisas diferentes, obviamente. Mas existe uma região em que eles se sobrepõem. E isso significa que uma relação que começa baseada puramente em desejo pode se transformar em amor.
Os cientistas descobriram que amor e desejo são processados por partes diferentes da mesma área cerebral, o corpo estriado. Enquanto o desejo sexual ativa a área de recompensa, o amor acende outra área do corpo estriado, associada com vícios em drogas. Por isso terminar um relacionamento tem sintomas semelhantes ao de uma abstinência em drogas.
Por fim, houve a descoberta de que, eventualmente, essas áreas no cérebro que processam as duas coisas podem se sobrepor. Isso mostra que desejo sexual pode sim se transformar em amor e que esses sentimentos não são totalmente separados.
É por isso que dizem que o amor é uma construção: fazer coisas legais junto com alguém pode, sim, construir amor entre o casal.
Antônio Prado e Ana Lúcia estão casados há 40 anos e praticam ginástica cerebral juntos. Além das aulas semanais de ginástica cerebral, o casal também cuida da saúde física com caminhadas diárias.
Conheça a história de amor do casal que faz ginástica cerebral, aqui.
Por Bárbara Rocha
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