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Mude sua forma de pensar e tenha um cérebro feliz

Neurocientista e consultora do SUPERA, Carla Tieppo

É cada vez mais comum encontrar frases reflexivas na internet atribuídas a pessoas que nunca disseram nada parecido com aquilo. Uma das mais famosas, ditas por Einstein, de acordo com os internautas, diz que: “Insanidade é continuar fazendo sempre as mesmas coisas e esperar resultados diferentes”. Não há nenhuma evidência de que esta frase seja mesmo de autoria do gênio, mas isso não tira dela seu valor e importância. Porque é muito comum as pessoas cometerem este tipo de “insanidade”.

É comum ouvir algumas pessoas reclamando muito dos próprios resultados. Entre as reclamações mais citadas, estão: o salário que não está bom, a distância entre a casa e o trabalho que é desgastante, o trânsito que está impossível, o relacionamento com a sogra que está péssimo e as crianças que não param quietas nunca. Mas como estas coisas podem mudar se somos tão apegados com o nosso jeito de ser e pensar? Se queremos resultados diferentes precisam agir de forma diferente, não parece óbvio?

2015

Você pode estar pensando neste momento que as coisas não dependem só de você. Que o fato de você mudar de atitude não vai resolver seus problemas porque a solução depende de tantos outros fatores que não estão sob seu controle. Mas, acredite, está também é uma forma de pensar que pode ser mudada.

Para entendermos melhor isso, vamos precisar conhecer um pouco melhor como nosso cérebro funciona.

Faz parte do padrão de funcionamento do cérebro escolher uma forma de interpretar as coisas que acontecem e reagir a elas sempre do mesmo jeito por parecer ser uma boa opção. E fizemos isso ao longo de nossa vida e nem sabemos direito quando fizemos esta escolha.

Aos poucos, essa mesmice vai se tornando o nosso “jeito de ser”. Esta escolha não é mais repensada porque representa “aquilo que somos” ou, pelo menos, não temos o hábito de repensar porque acreditamos que os resultados obtidos não dependem de nós.

Se acharmos que o resultado é o melhor que podemos fazer em relação àquilo que depende de nós mesmos, não há estímulo para que o cérebro mude o jeito de responder. Em outras palavras, não ver uma chance de intervenção positiva tira do nosso cérebro a possibilidade de mudar o comportamento para obter um resultado diferente.

Experimente escolher alguma coisa que o incomoda e tome a iniciativa para mudar! Mas não se esqueça: só podemos mudar o comportamento dos outros se transformarmos o nosso. Não podemos querer que o mundo mude para nos agradar. A mudança está em nós.

Sendo assim, experimente comunicar-se de outra forma. Use palavras que você não está acostumado a usar. Surpreenda e observe a mudança nos resultados. É possível que a primeira vez que você tente falar com os seus filhos de um jeito diferente, o comportamento deles não se altere. Mas insista: eles também estão muito acostumados a reagirem sempre do mesmo jeito e podem nem ter percebido a mudança.

Se você precisa de outros resultados no seu trabalho, mude a forma de organizar sua mesa. Se precisar ficar menos estressado no trânsito, escolha músicas suaves para ouvir ou mude o meio de transporte de vez em quando para experimentar novas formas de deslocamento.

Na verdade, para enxergar a chance de mudança é preciso ter um cérebro bem flexível. E esta flexibilidade pode ser treinada. É possível fazer exercícios que nos levem a ver mais opções para um mesmo problema ou mesmo “brincar” com nosso raciocínio sempre procurando mais de uma forma de pensar.

Acredite: um cérebro mais potente pode ser muito útil para a sua qualidade de vida e das pessoas que convivem com você. Porque aprender que podemos mudar pode fazer toda a diferença. Treine o seu cérebro para que ele seja seu principal aliado nessa busca por bem estar.