Como a estimulação cognitiva pode auxiliar pessoas com síndrome de Down?

Publicado em: 21/06/2024 Por Supera
Como a estimulação cognitiva pode auxiliar pessoas com síndrome de Down? - SUPERA - Ginástica para o Cérebro

A síndrome de Down é uma condição genética caracterizada pela trissomia do cromossomo 21, resultando em deficiência intelectual e características físicas distintas. A abordagem terapêutica tem evoluído significativamente, destacando a importância da estimulação cognitiva como uma intervenção promissora para melhorar o desenvolvimento e a funcionalidade cognitiva nesses indivíduos.

Para Brum e colaboradores (2016), a estimulação cognitiva compreende um conjunto de estratégias destinadas a promover habilidades cognitivas fundamentais, como atenção, memória, linguagem, raciocínio e habilidades motoras. Em indivíduos com síndrome de Down, tais intervenções são particularmente relevantes devido à necessidade de fortalecer conexões neurais e desenvolver habilidades que podem não se desenvolver plenamente devido à condição genética subjacente.

A eficácia da estimulação cognitiva é maximizada quando os programas são adaptados às necessidades individuais, levando em consideração o perfil cognitivo e as capacidades específicas de cada indivíduo. De acordo com Baraldi et al. (2022), as atividades podem incluir exercícios de memória, quebra-cabeças, jogos de tabuleiro e técnicas de resolução de problemas. Além disso, incorporar oficinas práticas que simulam situações do cotidiano e envolvem habilidades cognitivas pode ser uma estratégia promissora pois potencializa habilidades de autocuidado, tomada de decisão e resolução de problemas, essenciais para promover a autonomia pessoal e a integração social dos indivíduos com síndrome de Down.

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Nesse sentido, tais práticas podem proporcionar um ambiente de aprendizado significativo, onde os participantes são desafiados a utilizar suas habilidades cognitivas em contextos reais.  A eficácia dessas abordagens pode ser observada na melhoria da memória e atenção, demonstrando que o incentivo e o treino dos diferentes domínios da cognição podem contribuir para a manutenção e aprimoramento das funções cognitivas em indivíduos com SD.

Em síntese, a estimulação cognitiva representa uma abordagem terapêutica não farmacológica essencial para otimizar o desenvolvimento cognitivo e funcional em pessoas com síndrome de Down. Ao investir em intervenções personalizadas e baseadas em evidências, podemos ampliar as oportunidades de realização individual e promover uma sociedade inclusiva e equitativa para todos os indivíduos, independentemente de suas diferenças genéticas ou condições de saúde.

Laydiane Alves Costa – Gerontóloga pela Universidade de São Paulo (USP), Pós-graduanda em Neurociências pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) , membro do Grupo de Estudos em Treino Cognitivo (GETEC). Assessora científica do projeto de pesquisa de validação do Método SUPERA.

Profa. Dra. Thais Bento Lima da Silva. Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Mestra e Doutora em Ciências com ênfase em Neurologia Cognitiva e do Comportamento, pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Docente do curso de Bacharelado e de Pós-Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É parceira científica do Método Supera. Coordenadora do Grupo de Estudos em Treino Cognitivo da Universidade de São Paulo.

Referências:

Baraldi, N. R., Saraiva, J. F. K., Mayeiro, M. G. de C., Melo, V. S., Ferreira, G. G., & Lemos, G. N. (2022). Abordagem cognitiva em população com Síndrome de Down. Revista Internacional De Extensão Da UNICAMP, 3(00), e022005. Disponível em: https://doi.org/10.20396/ijoce.v3i00.16090.

Brum, P. S., Tavares, P. N., & Yassuda, M. S. (2016). Intervenções cognitivas para idosos. In Tratado de geriatria e gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

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