Capacidade funcional: importância para a qualidade de vida do idoso
Você sabe o que é a capacidade funcional do idoso? Essa habilidade tão importante é crucial para que as pessoas mantenham seu bem-estar e qualidade de vida, mesmo durante o processo de envelhecimento. Portanto, vale a pena conhecer melhor o que configura essa condição.
E, para entendermos melhor o assunto, conversamos com a professora e doutora Thais Bento Lima-Silva, assessora científica e consultora do Método SUPERA.
Vamos conferir?
O que é capacidade funcional?
A capacidade funcional é a habilidade que uma pessoa tem de desenvolver quaisquer ações cotidianas de autocuidado, ou seja, ter independência para comer, se vestir, tomar banho e assim por diante. Ela é fundamental para qualquer ser humano saudável, incluindo os idosos.
No caso das pessoas acima de 60 anos, a capacidade funcional é tida como uma característica indispensável para o envelhecimento saudável. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), é preciso que sejam atendidos cinco domínios para uma pessoa ser considerada funcionalmente capaz:
- conseguir cuidar da própria dieta, roupas, moradia, consumo de medicamentos e assim por diante;
- ter condições de tomar as próprias decisões, continuar aprendendo e crescendo ao longo de toda vida, garantindo sua dignidade e integridade;
- apresentar flexibilidade para participar e concluir diversas atividades diárias;
- estabelecer e manter relacionamentos interpessoais com familiares, amigos, vizinhos etc.;
- contribuir de alguma maneira para a sociedade, seja ajudando amigos próximos, orientando as pessoas mais jovens, se voluntariando ou trabalhando.
Obviamente, isso depende de alguns fatores, como uma boa mobilidade física, capacidade visual e auditiva, energia, equilíbrio, saúde mental e boa estimulação cognitiva.
Qual a importância para a qualidade de vida do idoso?
É natural que, durante o processo de envelhecimento, a gente vá perdendo algumas capacidades, especialmente cognitivas e físicas, como o reflexo, a força e o equilíbrio. Essas mudanças também podem impactar a sua autoconfiança e a sua autonomia.
A doutora Thais explica que, “nas pessoas idosas, as modificações causadas podem prejudicar o desempenho das habilidades físicas e mental, gerando consequências negativas na realização de ações do dia a dia, como na capacidade de se vestir, capacidade de tomar medicamentos e capacidade de administrar o próprio dinheiro, interferindo assim na qualidade de vida dela”.
Por isso, é fundamental adotar estratégias que prolonguem essa liberdade e autonomia, e que também preservem a funcionalidade, para que você consiga tomar suas próprias decisões por mais tempo, como estimular uma poupança cognitiva. Para isso, é importante garantir o seu desenvolvimento contínuo, o treinamento das suas capacidades físicas e a exposição a alguns desafios ao longo da vida.
Como avaliar a capacidade funcional do idoso?
A doutora Thais revela que “a capacidade funcional pode ser avaliada por testes e avaliações padronizados, entrevistas abertas e semiabertas, além da observação direta do desempenho. Um exemplo seriam os core sets de avaliação proposto pela Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF)”.
Trata-se de uma avaliação dividida em 29 categorias, que visam abordar questões relacionadas às atividades funcionais, à estrutura do corpo, às interações sociais e assim por diante.
Além disso, essa capacidade pode ser acompanhada por meio:
- do gerenciamento das suas atividades diárias;
- do planejamento do gerenciamento de sua residência;
- das saídas para visitar alguém;
- da realização de compras ou atividades de lazer;
- entre outros.
Cuidar da capacidade funcional é uma maneira de prolongar também a sua saúde emocional e mental. Quanto mais você se sentir apto a dar conta das próprias atividades, mais confiança terá em si mesmo e, consequentemente, mais independente será.
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