A importância de manter um rotina estimulante e preenchida para pessoas com doença de Alzheimer
A doença de Alzheimer (DA) é uma condição neurodegenerativa progressiva que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Os principais sintomas incluem alterações em habilidades cognitivas como a memória e alterações comportamentais, comprometendo gradualmente a independência e a autonomia da pessoa acometida. Além disso, a DA pode comprometer significativamente as condições de vida e saúde dos cuidadores e familiares que convivem com a pessoa diagnosticada.
Apesar de não haver cura para a DA, ações farmacológicas e não farmacológicas podem auxiliar no manejo dos sintomas, especialmente comportamentais. Uma dessas ações diz respeito à adoção de uma padronização da rotina diária, de modo que proporcione estímulos, bem-estar e melhor qualidade de vida para as pessoas envolvidas.
Manter uma rotina definida proporciona estabilidade e previsibilidade, aspectos que podem reduzir os sentimentos de confusão e ansiedade comuns entre pessoas com DA. Nesse sentido, ambientes organizados e rotinas consistentes ajudam a preservar a autonomia e a independência por mais tempo, minimizando o impacto das perdas cognitivas. Além disso, a repetição de atividades pode reforçar padrões de comportamento e habilidades, contribuindo para o bem-estar emocional e mental das pessoas diagnosticadas e dos cuidadores.
A padronização da rotina deve contemplar, sempre que possível, horários fixos para as refeições e rotina do sono, a prática de atividades cognitivas estimulantes, como jogos, tarefas e exercícios, bem como a inclusão de atividades físicas e de lazer que despertem interesse e prazer. É importante que essas práticas sejam adaptadas às capacidades e ao contexto específico da pessoa com DA, considerando também a disponibilidade e as condições dos cuidadores e familiares envolvidos. Essa abordagem permite criar um ambiente estruturado, mas flexível, que favorece o bem-estar e a qualidade de vida.
É importante considerar que os sintomas da DA, apesar de semelhantes, podem variar entre os indivíduos e podem ser mais ou menos intensos em dias variados. Por esse motivo, é necessário que haja flexibilidade e adaptação constante na rotina. Essa flexibilidade permite que as atividades sejam ajustadas de acordo com o nível de interação, humor e estado geral do indivíduo em um determinado momento, evitando frustrações e promovendo uma experiência mais positiva.
Referências:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ALZHEIMER. Lidando com os sintomas [s.d.]. Disponível em: https://abraz.org.br/orientacao-a-cuidadores/lidando-com-os-sintomas/. Acesso em: 21 nov. 2024.
BERNARDO, L. D.; RAYMUNDO, T. M.. Physical and social environment in the occupational therapeutic intervention process for elderly with Alzheimer’s disease and their caregivers: a systematic review of the literature. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, v. 26, n. 2, p. 463–477, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.4322/2526-8910.ctoAO1064. Acesso em: 21 nov. 2024.
BRUCKI, S. M. D.; FERETTI, C. E. L.; NITRINI, R. Manual para cuidadores da Doença de Alzheimer. Centro de Referências em Distúrbios Cognitivos. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. [s.d.], 19 p.
Texto redigido por:
Profª Msc. Gabriela dos Santos – Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Gerontologia pela Universidade de São Paulo (USP), Graduada em Gerontologia pela USP, com Extensão pela Universidad Estatal Del Valle de Toluca. Membro do Grupo de Estudos em Treino Cognitivo da Universidade de São Paulo.
Profª Drª Thais Bento Lima da Silva – Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Mestra e Doutora em Ciências com ênfase em Neurologia Cognitiva e do Comportamento, pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Docente do curso de Bacharelado e de Pós-Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É parceira científica do Método Supera. Coordenadora do Grupo de Estudos em Treino Cognitivo da Universidade de São Paulo.
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