“Isolamento social atingiu em cheio as empreendedoras”

Publicado em: 16/11/2020 Por Isabella Rabelo
Em entrevista ao site do SUPERA a jornalista e colunista da UOL | Universa, Cris Guterres – que estará no webinário ‘Empreendedorismo feminino – uma troca de experiência com mulheres inspiradoras’ falou sobre aspectos históricos, desigualdades e expectativas para empreendedoras que lutam por seus sonhos todos os dias. Confira:

Mulheres são maioria entre os que empreendem no Brasil. Elas também têm mais escolaridade em comparação com os homens empreendedores, segundo o Sebrae.

São ainda elas que colocam o Brasil na sétima posição entre os países que mais tem mulheres a frente de negócios iniciais, mas também foram elas as que mais sofreram os efeitos da pandemia nos últimos meses.

Nesta entrevista concedida ao site do SUPERA, Cris Guterres, jornalista e empreendedora – chama atenção para pontos que acentuam a desigualdade das mulheres, também na hora de empreender, confira:

– Qual é o principal ponto de atenção, quando falamos de empreendedorismo feminino?

Cris – Eu acredito que a gente está em um pais onde nós precisamos ter um olhar muito mais afetivo com as mulheres em todos os aspectos, não só nos negócios, mas também com relação a violência, com relação a saúde das nossas mulheres, a gente está em um país extremamente machista onde nós mulheres ainda somos muito subjugadas, a partir do olhar dos homens.

“Isolamento social atingiu em cheio as empreendedoras” - SUPERA - Ginástica para o Cérebro
A jornalista Cris Guterres, colunista do UOL

Quiçá quando estamos falando das mulheres negras então, essa objetificação ela é ainda maior e a estrutura que a gente construiu, nestes mais de 500 anos de Brasil insiste em manter essas mulheres na base da pirâmide econômica e social e insiste em retirar delas o direito a serem humanas.

– As mulheres são as que mais empreendem, quase sempre por necessidade. Como esse movimento está desenhado no Brasil?

Cris – Quando a gente pensa na área de negócios, estamos em um país onde as mulheres são as que mais empreendem.

Hoje já existe uma porcentagem muito maior de mulheres empreendendo, principalmente porque nós estamos falando de pessoas que tem uma dificuldade de se recolocar no mercado de trabalho.

Isso acontece porque elas se tornaram mães, ficam desempregadas e não conseguem alinhar o seu horário de trabalho aos horários exigidos nas empresas. Estamos falando também de mulheres que não são aceitas, porque são gordas, são negras e aí a alternativa para ter uma renda é investir.

“Isolamento social atingiu em cheio as empreendedoras” - SUPERA - Ginástica para o Cérebro

É logico que a gente também está falando de um potencial, imenso de mulheres que investem porque enxergam uma oportunidade porque nasceram com o espírito de liderança dentro delas, mas nós também temos que considerar os vieses sociais de um país onde a desigualdade não é somente econômica, mas também de gênero e é muito intensa.

– Durante a pandemia as empreendedoras foram algumas das frentes mais prejudicadas. Isso também está ligado ao ramo de negócio que as mulheres mais atuam hoje?

Cris – As medidas de isolamento social foram necessárias, mas atingiram em cheio os negócios comandados por mulheres.

Hoje a gente tem as mulheres sendo as mais afetadas principalmente no comando das suas empresas, e isso está diretamente ligado ao setor de serviços, que é um ramo de atuação da maioria das mulheres, mas também foi um dos setores mais afetados com a pandemia.

“Isolamento social atingiu em cheio as empreendedoras” - SUPERA - Ginástica para o Cérebro

“Nós não fomos educadas para nos enxergamos em setores de tecnologia, atuando na área de exatas, que exigem conhecimentos específicos… fomos educadas para sermos princesas, então a gente tem uma facilidade maior para empreender em salões de beleza, massagem, comida, porque é isso que nos é ensinado desde a infância e, em 2020, foram justamente estes setores – onde as mulheres estão mais intensamente, os mais afetados pela pandemia”

– A formalização dessas mulheres ainda é algo recente e parece não atender a complexidade do empreendedorismo feminino no Brasil. O que falta neste sentido?

Cris – O número de empresas que estão sendo fechadas por conta da ausência de um apoio efetivo do governo para que essas empresas conseguissem sobreviver ao longo do período do isolamento é imenso e quando consideramos as que são comandadas por mulheres, esse número tem um impacto ainda mais expressivo.

Estamos em um momento em que precisamos olhar mais afetuosamente para essas mulheres.

“Isolamento social atingiu em cheio as empreendedoras” - SUPERA - Ginástica para o Cérebro

Essas mulheres precisam de apoio. Nós precisamos de políticas públicas e principalmente econômicas. Precisamos pensar em uma reforma tributária também considerando a força de trabalho das mulheres empreendedoras e a dificuldade que elas têm no momento de empreender. Somente dessa maneira e com outras medidas para fomentar o empreendedorismo como um todo é que vamos permitir que as mulheres avancem mais com suas empresas.

 Serviço:

Empreendedorismo feminino – uma troca de experiência com mulheres inspiradoras’

Quando: 19/11/20, Dia do Empreendedorismo feminino, às 19h

Onde: No canal oficial do Supera no Youtube

Quem: Beth Goulart, atriz e embaixadora do Supera | Cris Guterres, jornalista e colunista da UOL | Fernanda Custódio, empresária, proprietária da loja Translúdica| Bárbara Perpétuo, Diretora de Gestão de Franquias do Método Supera.

Aproveite para conhecer o Método SUPERA de perto! Clique aqui e agende uma AULA GRÁTIS.

Compartilhar este artigo
  • X
  • LinkedIn
  • Share

Gostou desse conteúdo? Deixe um comentário ;)

  • Nenhum comentário ainda

Nenhum comentário para "“Isolamento social atingiu em cheio as empreendedoras”"

Faça um comentário

SUPERA PRESENCIAL

O Supera Ginástica para o Cérebro é voltado para todas as pessoas a partir de 5 anos, sem limite de idade. O curso potencializa a capacidade cognitiva aumentando a criatividade, concentração, foco, raciocínio lógico, segurança, autoestima, perseverança, disciplina e coordenação motora. As aulas, ministradas uma vez por semana com duração de duas horas, são dinâmicas e contagiantes, com atividades que agradam todo tipo de público.

SUPERA para escolas Método de estimulação cognitiva

Exclusivo para Instituições de Ensino. O SUPERA é a mais avançada ferramenta pedagógica de estimulação cognitiva e, portanto, representa um grande diferencial para sua instituição de ensino. Além de ser um excelente recurso de marketing, o método melhora o desempenho dos alunos e eleva os índices de aprovação da sua escola.

Franquia SUPERAEmpreenda em Educação

Criado em 2006, o SUPERA é hoje a maior rede de escola de ginástica para o cérebro do Brasil. Em um ano de operação, entrou para o sistema de franquias e hoje já possui 400 unidades no país. O curso, baseado em uma metodologia exclusiva e inovadora, alia neurociência e educação. Se você tem interesse em empreender nesta área, deixe seu cadastro em nosso site.