Técnica para melhorar a memória está entre apostas para se dar bem no vestibular
Com apenas 15 anos, mas já pensando nos desafios do vestibular, o estudante Gustavo Koiti Arakaki começou neste ano a estudar na escola Método Supera, que ensina um tipo de ginástica cerebral. Ele acha que tem a “memória meio fraca” e quer treinar para evitar problemas de memorização quando os vestibulares chegarem.
“Eu quero chegar lá com o raciocínio mais rápido”, diz. Para isso, durante duas horas semanais, ele faz exercícios com o ábaco -instrumento oriental que faz operações matemáticas- e atividades que exercitam o cérebro, como escrever uma frase de trás para a frente.
O Supera foi criado há três anos por Antônio Carlos Perpétuo. Ele começou a pesquisar como poderia ajudar o filho, que tinha dificuldades na escola. Descobriu o ábaco e fez com que o filho treinasse cálculos no instrumento. Viu que a atividade deu resultado e decidiu ensiná-la a outras pessoas. Procurou outros exercícios que também exercitassem a mente e abriu a escola Método Supera, que já tem 300 alunos em 12 unidades no país.
“Hoje, é difícil se sobressair no vestibular. Qualquer vestibulando que se leve a sério estuda umas 13 horas por dia”, diz Perpétuo. “Ele acaba fazendo dois, três anos de cursinho. E aí entra o Supera, que ajuda a absorver conteúdo.”
A técnica, porém, gera controvérsias. Para Eliel Barbosa da Silva, diretor do cursinho Elite Pré-Vestibular, métodos como o Supera valem, mas não são tão eficientes. “Claro que qualquer treino é bom para o vestibulando, mas o pouco tempo que ele tem deve ser investido no conteúdo das provas”, diz. “Exercitar a mente contribui indiretamente no vestibular. Então, é melhor gastar tempo com estudo, que contribui diretamente.” E completa: “Não existe magia no vestibular. Tem que estudar”.
Assim como Perpétuo, criador do Método Supera, o Kumon também surgiu das preocupações de um pai com o seu filho. A técnica, seguida hoje por pelo menos 100 mil brasileiros, consiste em dar independência ao aluno, que, sem ajuda de um professor, precisa resolver exercícios.
Outro método que promete ajudar a vida dos candidatos aos principais vestibulares é a arrumação de quarto para estudantes. Percebendo que muitos de seus pacientes não conseguiam estudar porque tinham o quarto bagunçado, a psicóloga Celi Piernikarz passou a oferecer um serviço extra: atende aos vestibulandos em seu consultório, e, a partir das preocupações e necessidades deles, instrui uma de suas assistentes, que vai até a casa do vestibulando e arruma, junto com ele, o seu quarto.
“Muitas vezes o vestibulando não estuda porque não consegue, não é nem porque não quer”, diz a psicóloga. “Ele tenta, mas não tem nem um lugar apropriado para se dedicar ao vestibular. Nós vamos lá e resolvemos isso.”
“Outubrite”
Nesta época, a menos de dois meses das grandes provas, a ansiedade aumenta, e os alunos costumam ser acometidos por uma “doença” conhecida nos cursinhos como “outubrite”.
LUISA ALCANTARA E SILVA
da Folha de S.Paulo
A aposta para driblar a síndrome do mês de outubro de Alessandra Weinmann, 20, pelo terceiro ano no cursinho Anglo, é a ajuda das “cartolinas de estudo”, que ela confeccionou metodicamente durante o ano. Incitada pelas fichas de estudo que professores aconselham a fazer, ela foi mais radical e começou a passar a matéria em cartolinas. Desde o começo do ano, já fez mais de 35. “Vou usá-las para fazer revisão”, diz ela.
Fonte: Folha Online
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