Durante o envelhecimento dito normal, há um declínio natural e esperado nas funções cognitivas em consequência de sua relação com processos fisiológicos que se modificam com a idade.
No entanto, é importante observar se estas mudanças não estão afetando a capacidade funcional da pessoa idosa, o que viria a caracterizar um envelhecimento cognitivo patológico.
Estudos indicam que idosos com comprometimento cognitivo, se comparados à população idosa em geral, caem mais vezes.
Hoje os episódios de quedas em idosos são considerados um grave problema de saúde pública, por provocarem, complicações à saúde que podem ou não ser irreversíveis, além da insegurança (medo de cair novamente), é importante intervir nos fatores de risco para a sua ocorrência ser reduzida.
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Equilíbrio sensorial e sua importância
A regulação do controle postural tem sua dependência relacionada ao corpo e as características do ambiente, portanto para que isso ocorra, é primordial a troca de informações entre ambos, organismo humano e ambiente, sendo assim, entende-se que é a partir dessa interação que começa o processo de construção do equilíbrio humano.
É possível afirmar que consequentemente à medida que o ser humano envelhece, os sistemas sensoriais responsáveis pelo controle postural são afetados negativamente, pois ocorre a diminuição da reserva funcional do idoso, ou até mesmo pelas doenças que acometem com frequência essa faixa etária e infelizmente o indivíduo fica mais vulnerável ao desequilíbrio corporal, resultando em muitos casos de quedas.
Eventos de quedas na pessoa idosa, podem resultar em riscos mais graves, como por exemplo:
-Fraturas;
-Luxações;
-Traumas encefálicos.
-Hematomas;
-Arranhões;
-Dores.
As quedas tendem a ser eventos com consequências psicossociais, no qual o medo de cair novamente pode resultar em isolamento social e restrição nas atividades que levam à incapacidade física e mental.
Pde quedas na pessoa idosa: instabilidade postural e os seus desafios
É notável que na rotina clínica tem-se um cenário desafiador que necessita de incorporação, como os testes que são feitos para detectar déficits sensoriais, que apresentam como consequência a instabilidade corporal.
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Por isso que mantendo esses cuidados será possível prevenir o comprometimento na função dos sistemas sensoriais em idosos e fazer a reabilitação de maneira precoce dos sistemas deficitários, quando houver necessidade.
Atividades indicadas para a prevenção de quedas com orientação de profissionais especializados
Faz-se também necessário um cuidado absoluto com o ambiente que a pessoa idosa vive, para assim evitar que essas quedas aconteçam. Isso posto, a reabilitação do equilíbrio sensorial é baseada na exposição do idoso repetidamente às condições de dificuldade. Existem técnicas que podem ajudar nessa reabilitação pós quedas.
Dentre as técnicas que podem ser empregadas na reabilitação sensorial estão:
– Tai Chi Chuan;
– Reabilitação por realidade virtual ;
– Reabilitação vestibular.
Além disso, a estimulação cognitiva entra aqui como uma importante aliada.
Prevenção de quedas na pessoa idosa: Dicas para prevenção na sua rotina
- Retire tapetes, fios soltos e objetos espalhados pelo chão; caso tenha pets, fique sempre atento(a) para não tropeçar neles (os gatos, principalmente, adoram “enroscar-se” nas pernas de seus donos, para chamar sua atenção ou demonstrar afeto);
- Prefira calçados antiderrapantes e atente-se ao cadarço (caso tenha);
- Coloque antiderrapantes em escadas e rampas e instale corrimãos em ambos os lados;
- Adeque a altura da mobília: camas e poltronas devem ser mais altas que o padrão, facilitando a subida e a descida; também se recomenda uso de cadeira própria para banho, se necessário;
- Evite colocar coisas em cima da mobília e de prateleiras altas, para que não seja necessário subir em bancos ou escadas móveis ou ficar na ponta dos pés: deixe tudo em altura acessível;
- Cuide para que sua casa seja sempre bem iluminada: deixe um abajur próximo ao leito, por exemplo, e ligue todas as luzes necessárias durante o trajeto de ida e volta ao banheiro durante a noite; e
- Utilize uma tabela para controlar o uso de medicamentos, evitando repetir a medicação ou ficar sem tomá-la.
De acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), também é importante prestar atenção em outros fatores que podem evitar a ocorrência de quedas como: Tratar problemas de calçados e dos pés, revisar os medicamentos que a pessoa idosa toma que causem hipotensão ou sedação, realizar suplementação de cálcio e vitamina D se necessário e também treinar periodicamente com exercícios o equilíbrio e a marcha.
Assinam esse artigo
Karen de Souza Jardim- graduanda em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP). E bolsista de iniciação científica PUB do projeto intervenções psicoeducativas para a COVID-19 aliada à estimulação cognitiva no programa USP 60 +.
Taina Costa Nonato – graduanda em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP). E bolsista de iniciação científica PUB do projeto intervenções psicoeducativas para a COVID-19 aliada à estimulação cognitiva no programa USP 60 +.
Rebecca Ferrari Cortazzo. graduanda em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP). E bolsista de iniciação científica PUB do projeto intervenções psicoeducativas para a COVID-19 aliada à estimulação cognitiva no programa USP 60 +.
Profa. Dra. Thais Bento Lima da Silva– Docente do Curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP). Pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (GNCC-FMUSP).
Coordenadora do Curso de Pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo e da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG).