A onda de contágio de COVID-19 levantou algumas incógnitas relacionadas à doença, como por exemplo o alto contágio entre jovens que, muitas vezes, chegam a ser internados já em um estágio avançado da doença.
Por outro lado, inúmeros são os casos de pessoas mais velhas – público que acreditava-se ser o mais vulnerável a doença no início da pandemia, que conseguem se recuperar muitas vezes sem apresentar sintomas graves.
Mas afinal: o que leva a doença grave como a COVID-19 a atingir em cheio pessoas mais jovens e em menor gravidade pessoas mais velhas, que em tese estariam mais propensas à doença?
A resposta pode estar na capacidade dos acometidos em responder ao vírus, seja pela sua condição física, mas sobretudo pela sua reserva cognitiva.
Segundo o médico neurointensivista Marco Paulo Nanci, que atua na linha de frente no atendimento a pacientes graves de COVID-19 em Taubaté (SP) e São Paulo, pacientes em estado grave têm respondido melhor a doença quando possuem algum tipo de reserva cognitiva.
“Pessoas com maior ativação cerebral e que, ao longo da vida, desenvolveram mais conexões, estão mais bem preparadas para enfrentar uma possível infecção pelo vírus e, consequentemente, respondem melhor à recuperação. Então, quanto mais bem preparado estiver o cérebro, mais estimulado for ao longo da vida, mais sinapses acontecem. E quanto mais sinapses os pacientes têm, melhor é a resposta quando há infecção”, explicou o médico.
Como fortalecer a reserva cognitiva?
Ainda difícil de ser mensurado, o conceito de reserva cognitiva pode ser facilmente compreendido quando fazemos uma analogia com o conceito de poupança.
Nosso cérebro realiza conexões ao longo da vida por meio dos estímulos certos que proporcionamos a ele.
Desta forma, quando ele é acionado, consegue responder de forma adequada porque fez boas conexões.
“Imagine o cérebro como uma floresta bem densa, com muitos, muitos caminhos. Esta rede de incontáveis caminhos é como uma circuitaria cerebral. Quanto mais forte, mais robusta esta circuitaria cerebral mais protegido e resistente é o nosso cérebro. A ginástica para o cérebro funciona como uma cápsula de neuroproteção”, explicou Patrícia Lessa, Diretora Pedagógica do SUPERA.
Cérebro jovem X cérebro mais velho
Quando falamos de cérebro, estamos considerando ainda outro conceito científico importante, o da neuroplasticidade, ou seja, a capacidade que o cérebro tem de se modificar de acordo com estímulos adequados.
Este conceito sustenta a importância de exercitar o cérebro por toda a vida. Ou seja, estimular o cérebro com atividades novas, variadas e cada vez mais desafiadoras, ajuda o cérebro a se reorganizar conforme vivenciamos estas atividades.
“Atividades para o cérebro são traduzidas como estímulos. Então é por meio dos estímulos organizados da ginástica para o cérebro do SUPERA que ele é capaz de criar e restabelecer conexões neurais e melhorar seu desempenho. A pandemia de COVID-19 explicitou a importância de manter a mente sempre saudável e o quanto negligenciamos isso ao longo da vida. Não há idade para começar a exercitar o seu cérebro e usufruir o melhor dele”, concluiu Patrícia.