SUPERA – Ginástica para o Cérebro

Memória e esquecimento: esqueci a panela no fogo e agora?

Memória e esquecimento estão intrinsecamente ligados. O envelhecimento normal, conhecido como senescência, é um processo natural e universal, que ocorre ao longo do ciclo de vida. No entanto, na medida em que o tempo passa, é comum notar algumas mudanças nas capacidades cognitivas, como o surgimento de esquecimentos.

O famoso “Esqueci a panela no fogo”, “Cadê a minha chave?” ou “O que eu tinha que fazer aqui, mesmo?”, são exemplos clássicos desse tipo de falha de memória. Mas acreditamos que você esteja se perguntando, o que causa esses esquecimentos e como é possível lidaracom eles? Então vem cá, vamos te explicar!

A princípio, alguns déficits de memória podem estar presentes no processo de envelhecimento saudável. No entanto nem sempre eles são sinais de uma demência, como a doença de Alzheimer.

Quando pensamos em memória e esquecimento é importante lembrar que muitos estudos já mostraram que ao longo da vida, os estágios de memorização (codificação, estocagem e resgate), sofrem mudanças, principalmente na velhice nos estágios da codificação, resgate da memória e no processo das informações. Isso ocorre porque no envelhecimento cognitivo normal, os subsistemas da memória operacional e recente, são os mais afetados.

Dessa forma, como é possível amenizar essas alterações cognitivas? A resposta está nas estratégias de memória e no treino cognitivo.

Memória e esquecimento: Entenda as estratégias de Memória

As estratégias de memória são técnicas que auxiliam o indivíduo a realizar os estágios de memorização de forma mais prática, realizando o que chamamos de plasticidade neural, que gera ganhos ao desempenho cognitivo e reduz as dificuldades.

Nesse sentido, quando pensamos em memória e esquecimento, em especial as estratégias de memória elas são divididas em duas categorias: interna e externa.

As estratégias internas são aquelas que são feitas mentalmente, sem auxílio de nenhuma outra ferramenta, somente das organizações da mente. Essas são algumas:

Assim como temos as estratégias externas, as quais realizam-se com o auxílio de recursos de ferramentas, como o uso de calendários, agendas, dispositivos eletrônicos (relógios digitais), lembretes e aplicativos de celular específicos.

Treino Cognitivo

O treino cognitivo envolve a prática regular de atividades que estimulam o cérebro, podendo ser utilizadas palavras cruzadas, quebra-cabeças, jogos de memória, jogos visuoespaciais e jogos virtuais, para as sessões ou uso em casa.

Estudos realizados com pessoas idosas, mostram que nos treinos, são fornecidas estratégias para aplicarem no cotidiano que podem auxiliar na melhora da concentração, memória e resolução de problemas, como a memorização de pares de faces ou listas de palavras. Se mostrando assim, um grande aliado na prevenção/redução de esquecimentos.

Quando se preocupar?

O esquecimento é o sinal mais comum da demência, sendo necessário se atentar às alterações significativas, como não se lembrar como dirigir ou para que local deve ir.

Apesar de apresentarmos que no envelhecimento saudável pode ocorrer algumas alterações na memória, destacamos que quando estas começam a afetar o cotidiano e tarefas básicas, é necessário procurar um profissional, como o gerontólogo, para realizar rastreio cognitivo.

Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva

Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do curso de Bacharelado e do Programa de Mestrado em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo, parceria científica do Instituto Supera de Educação.

Maria Antônia Antunes de Souza

Graduanda em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP). Foi bolsista de iniciação científica PUB do projeto intervenções psicoeducativas para a COVID-19 aliada à estimulação cognitiva no programa USP 60 + e atualmente é membro do Grupo de Estudos em Treino Cognitivo da USP (GETCUSP).

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