As demências são um desafio para a saúde pública, tanto para os cuidados como para o impacto financeiro que geram. Ferreti e colaboradores, no estudo sobre custos indiretos com demência – um estudo brasileiro, destaca que no Brasil o total do custo individual por ano de pacientes com demência é maior do que a média global em todos os estágios da doença.
A demência é uma síndrome crônica e degenerativa que é caracterizada pelo declínio cognitivo. O envelhecimento populacional associado ao aumento da prevalência de fatores de risco relacionados à demência leva o Brasil à segunda maior prevalência de demência padronizada por idade no mundo, destacam estudiosos como Feter (2021) e Zalli (2020). As perdas cognitivas por demência são mais prevalentes no sexo feminino, indivíduos com baixa escolaridade que não praticam atividade física e pessoas com baixo nível econômico. Alguns fatores de risco associados à demência são hipertensão, diabetes mellitus e depressão.
Além dos prejuízos causados para a cognição, as demências comprometem a capacidade de autonomia e independência, gerando efeitos negativos para a funcionalidade. Em consequência, a pessoa diagnosticada com demência, conforme o avanço da doença e a maximização dos sintomas, torna-se cada vez mais dependente de cuidados, necessitando de mais recursos humanos, materiais e medicamentosos, o que eleva os custos financeiros individuais, familiares e do Estado.
Feter e colegas utilizaram os dados secundários dos Sistemas de Informação Hospitalar do Sistema Único de Saúde (SIH / SUS) e da última Pesquisa Nacional de Saúde do Brasil (PNS). Em 2013 os dados mostraram que a maioria das internações por demência em homens foi em indivíduos com idade igual ou inferior a 69 anos, por outro lado, nas mulheres ocorreu em pacientes com idade igual ou superior a 70 anos e tiveram um custo total de R$17.971.833,85.
Outro dado que analisaram foi a inatividade física que apresentou maior prevalência em mulheres e concluíram que 37% (R$6.994.254,75) do custo econômico das hospitalizações no Brasil devido à demência foram por inatividade física em 2013, com valores atingindo 42,9% e 43,8% para homens e mulheres com 80 anos ou mais. Em 2017 cerca de 44% das hospitalizações por demência no Brasil foram relacionadas à inatividade física entre mulheres com mais de 80 anos. As demências estão relacionadas com a perda da capacidade física e cognitiva, portanto, é importante incentivar a prática de atividade física durante o envelhecimento.
Com o aumento da prevalência da demência, a implementação de políticas públicas para a prevenção e o tratamento é de suma importância para a saúde populacional. Em seu estudo, Laginestra-Silva e colegas mencionam que ter a informação da especificidade de cada região, sobretudo em países em desenvolvimento, ajudará no planejamento de cuidados, políticas públicas, avaliação de custos e de seu impacto social.
Caso um familiar apresente algum problema cognitivo ou alterações no seu comportamento, é recomendado consultar um médico. Apesar de não ter cura, os sintomas da demência podem ser controlados. A prevenção é uma importante estratégia para evitar ou retardar possíveis demências.
Alguns atos que podem ajudar na prevenção da demência:
- Alimentação saudável;
- Realizar atividades físicas regularmente;
- Realizar atividades que estimulam o cérebro, com exercícios de ginástica cerebral;
- Controlar as doenças crônicas;
- Fazer exames regularmente.
Assim este artigo
Graciela Akina Ishibashi
Graduanda em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP). Estagiária do projeto de validação do Método SUPERA. Estudante de iniciação científica na área de treino cognitivo.
Gabriela dos Santos
Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Gerontologia pela Universidade de São Paulo (USP), Graduada em Gerontologia pela USP, com Extensão pela Universidad Estatal Del Valle de Toluca. Assessora científica.
Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva
Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É assessora científica e consultora do Método Supera.
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