SUPERA – Ginástica para o Cérebro

Envelhecimento cerebral : como ter uma vida mais saudável

Há séculos convivemos com mitos e crenças relacionados ao envelhecimento, em especial o envelhecimento do cérebro, memória e a velhice, em função dos quais qualquer esquecimento relacionado à idade é visto como patológico.

Faz-se alusões aos esquecimentos dos idosos e às suas confusões mentais como sinais de patologia. Entretanto, muitas vezes seus esquecimentos são semelhantes aos apresentados pelos mais jovens, porém por se tratarem de indivíduos idosos, há uma interpretação errônea.

Percebe-se isto quando pessoas mais jovens referem-se aos próprios conhecidos como “esclerosados”, “demenciados” e “caducos”.

 

Seu cérebro envelhecendo… e agora?

De acordo com um estudioso em neurociências Palácios, no processo de envelhecimento normal,  os sistemas e órgãos, apresentam mudanças genéticas e fisiológicas.

No cérebro estas mudanças ocorrem caracterizadas, em alguns aspectos, como: uma maior lentidão na atividade sináptica, ou seja na comunicação das células neurais e na lentidão do fluxo denominado como axoplasmático, que sinalizam um tempo maior de trocas de informações entre o corpo do neurônio para gerar uma sinapse (informação).

Do ponto de vista estrutural e anatômico, o cérebro da pessoa idosa tem uma composição menor, devido ao aumento dos sulcos e diminuição dos giros, destacamos que acontece uma redução volumétrica normal do cérebro do indivíduo, compatível com o processo de envelhecimento natural, o que não significará que há a presença de uma patologia.

Envelhecimento cerebral: para entender mais

Quando pensamos no processo de envelhecimento cognitivo, temos que refletir também que os estímulos recebidos desde a infância até a velhice, nos tornam únicos e heterogêneos e influenciam em nosso desempenho cognitivo.

Os cuidados com a saúde do cérebro devem ser considerados durante todo o ciclo de vida, ou seja durante o nosso processo de desenvolvimento, pois estamos interagindo constantemente com o nosso meio e otimizando o nosso processo de aprendizagem.

O envelhecimento cerebral e uma população mais envelhecida

Com o envelhecimento demográfico, e a busca por uma maior expectativa de vida da população, tornam-se importante ações que promovam um processo de envelhecimento com saudável, e cuidados com a saúde geral se tornam fundamentais; pois estando com uma boa qualidade de vida, a saúde mental se torna preservada mantendo o indivíduo ativo,  e com o poder de gerenciar e tomar decisões sobre sua própria vida.

Estudos das neurociências mostram que a preservação do desempenho das habilidades mentais é muito importante nesse processo de manutenção da autonomia e da independência.

Uma vez que as perdas nas funções cognitivas podem resultar, em prejuízo no funcionamento social, físico e emocional de uma pessoa em qualquer idade adulta.

E para garantir a saúde do nosso cérebro é importante manter hábitos de vida saudável como a alimentação, atividade física, e práticas de exercícios de estimulação cognitiva.

Por fim, recomenda-se para um bom processo de envelhecimento cerebral e cognitivo, comportamentos que promovam o autocuidado e autoconhecimento, e uma vida ativa, com uma rotina preenchida.

Reflita e pense também sobre os exercícios que valorizam a sua história de vida, como praticar atividades de culinária; ouvir músicas dos cantores que têm interesse;  são estímulos importantes para resgatar essas lembranças vividas e manter as memórias afetivas e autobiográfica preservadas, possibilitando assim uma boa qualidade de vida.

Por isso reflita sobre suas preferências e busque por meio de atividades prazerosas estimular a sua memória e as suas habilidades cognitivas, sempre é tempo de buscar cuidar da saúde do cérebro, para um processo de envelhecimento cerebral protegido de doenças neurodegenerativas.

Assinam este artigo:

Caroline Gisele de Oliveira

Estudante de Graduação do Curso de bacharelado em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), integrante do grupo de pesquisa de Indicadores de vacinação em idosos 80+ com comorbidades (PIVIC80+), representante discente da turma de 2021 do curso de Gerontologia.

Andreia Rodrigues Pereira

Estudante de Graduação do curso de bacharelado em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), foi monitora de iniciação científica no eixo de cultura e extensão em Literatura e envelhecimento 2019-2020; além de, foi  integrante do grupo de pesquisa em Intervenções psicoeducativas sobre a COVID-19 aliadas a exercícios cognitivos para a promoção do envelhecimento ativo de profissionais da EACH-USP, atualmente pesquisadora no projeto de Indicadores de adesão  à vacinação contra a COVID-19 e a correlação com comorbidades em idosos longevos atendidos em um Centro de Saúde Escola da USP.

Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva

Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo-USP. Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. Diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). É assessora científica e consultora do Método Supera.

Sair da versão mobile