“Educação é a chave para se proteger contra fraudes”, diz especialista

Publicado em: 10/06/2025 Por Marinella Moretz-Sohn

A mediação da vida pela tecnologia deixa idosos vulneráveis a golpes virtuais; treinar o cérebro aprimora o olhar crítico e tomada de decisão rápida

sudoku dentro de uma sala do Supera

De acordo com dados recentes da FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos) a população 60+ corresponde a 42% do público mais vulnerável a golpes financeiros. Ainda segundo a instituição, esse tipo de golpe cresceu 60%  desde a pandemia. Os principais golpes acontecem por telefone ou whatsapp, se aproveitando da pouca experiência desse público com a tecnologia e da perda de algumas funções cognitivas que acontecem com o passar dos anos. 

Segundo o diretor de uma escola de estimulação cognitiva na zona oeste de São Paulo,  Dilton Caldas, o caminho para proteger os idosos desse tipo de golpe é melhorar a atenção quando estão usando a internet e educá-los para entender o mecanismo das plataformas digitais.

”É preciso desenvolver o pensamento crítico, o planejamento, a organização, a resolução de problemas e o mais importante: a tomada de decisões rápidas. Se você terceiriza isso para outras pessoas, você acaba se fragilizando”, orienta ele, cuja empresa tem 70% dos alunos com mais de 60 anos. 

Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelam que em 2023 76% das pessoas  nessa faixa etária tinham telefone celular. Desses, 87% utilizam o aparelho para acessar a internet, mostrando que a inserção digital não tem limites de idade. Em contrapartida, daqueles que não acessavam a rede mundial de computadores, 54%  alegam que não sabem usar.

Considerando que vivemos em um mundo cada vez mais mediado pela tecnologia, desconhecer os caminhos da internet é colocar a pessoa em risco. “A gente está vivendo com uma geração que nasceu fora da internet, num mundo totalmente na internet – tudo tem protocolo de aceite e as pessoas não têm paciência para ler, não tem atenção, não tem uma conduta participativa”, explica Caldas que é especialista em marketing e possui formação complementar em neurociência pela Universidade Duke. 

A neurocientista parceira do Supera (empresa que Dilton representa), Livia Ciacci, explica que a  crescente presença da tecnologia na vida dos idosos não é apenas uma questão de conveniência social, pode ter implicações diretas e significativas para a saúde cerebral. 

“O aprendizado e o uso de novas tecnologias, como computadores, smartphones e aplicativos diversos, representam atividades cognitivamente desafiadoras que podem estimular múltiplas funções cerebrais, incluindo atenção, memória, raciocínio lógico e resolução de problemas. Esse engajamento ativo com a tecnologia tem o potencial de promover a neuroplasticidade, pois exige que o cérebro forme novas conexões sinápticas e reorganize redes neurais existentes para assimilar novas informações e habilidades”, explica.

É importante ressaltar que a tecnologia não deve ser vista como uma “bala de prata” ou uma solução única para a prevenção do declínio cognitivo. Seus benefícios são potencializados quando complementam outras práticas de um estilo de vida saudável, como atividade física regular, alimentação balanceada e, crucialmente, interação social significativa. 

“A capacidade de se adaptar e utilizar novas tecnologias tem um impacto profundo na qualidade de vida e na percepção que o idoso tem sobre seu próprio processo de envelhecimento. Dominar uma nova ferramenta digital, comunicar-se com netos por videochamada ou resolver um problema bancário online pode gerar um aumento significativo na autoeficácia, na autoestima e na sensação de estar “conectado”, “produtivo” e “atualizado” com o mundo contemporâneo”. 

A neurocientista explica que, com a autoestima elevada, ajudando a combater estereótipos negativos frequentemente associados à velhice, como a ideia de incapacidade ou desconexão, idosos que se mantêm ativos e engajados, inclusive digitalmente, tendem a relatar maior satisfação com a vida e melhor saúde mental.

A inclusão digital é, portanto, um componente integral do conceito de envelhecimento ativo e saudável, preconizado por políticas de saúde e organizações internacionais.

Treino para o cérebro melhora atenção e evita golpes digitais

Dilton atua com idosos há 7 anos e entende que a construção de uma mentalidade crítica e as habilidades necessárias para a tomada de decisão e resolução de problemas com o passar do tempo depende da vontade do indivíduo de investir tempo e dedicação para desenvolver e fortalecer aquilo que a idade acabou levando.

“É preciso pensar que vamos viver cada vez mais no mundo acelerado e você precisa estar acompanhando essa velocidade do mundo para seguir vivendo com segurança”. 

Lívia  concorda com Dilton. “Para os “novos idosos” (60-74 anos), que frequentemente já são ativos, trabalham, cuidam da saúde e participam intensamente da vida social, a competência digital torna-se não apenas uma ferramenta utilitária, mas uma parte de sua identidade e um meio essencial para continuar engajado em todas as esferas da vida. Para este perfil, a não adaptação à tecnologia pode significar uma desconexão indesejada com um mundo do qual eles ainda se sentem, e de fato são, participantes ativos e contribuintes.”

A capacidade de aprender e usar novas tecnologias pode funcionar como um importante fator de resiliência psicológica. O processo de enfrentar o desafio de aprender algo novo e complexo, e obter sucesso nisso, pode gerar um sentimento de controle e competência que se generaliza para outras áreas da vida, ajudando os idosos a enfrentar outros desafios inerentes ao envelhecimento, como perdas, mudanças de papéis sociais ou limitações físicas, com maior robustez emocional e adaptabilidade.

Treinar o cérebro, segundo o especialista, desenvolve habilidades de concentração, raciocínio lógico, flexibilidade, entre outras. Se for feito em um ambiente que permite interação entre pares, melhor ainda porque  o convívio social é um dos pilares fundamentais para manter a boa saúde do cérebro. Na empresa educacional liderada por Dilton, as atividades são estruturadas para oferecer profundidade e níveis de desafios crescentes. 

 “Nenhuma atividade que oferecemos tem resposta instantânea, o tempo que leva para encontrar as soluções é parte do processo de esforço intelectual, é a antítese do mundo digital – uma comunidade viva, vibrante”, explica ele. 

Maria Alice Scaranello, aluna da escola de estimulação cognitiva de  Dilton, revela que a tecnologia é parte da vida. “Vivemos a “era dos botões”, os eletrônicos já fazem parte da nossa rotina e precisamos estar atentos para não sermos vítimas de fraudes”. Aos 78 anos, a médica – que ainda está em plena atividade profissional – conta que as aulas a ajudam a manter o foco e a objetividade nas atividades cotidianas. “Treinar o cérebro me deixa mais objetiva e me coloca em contato com outras pessoas, que melhora o humor”, comenta. 

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