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Como a estimulação cognitiva pode auxiliar pessoas com TDAH

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A estimulação cognitiva pode desempenhar um papel significativo no auxílio a pessoas com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Estudos científicos, como dos pesquisadores Elbe e colaboradores (2023), demonstram que atividades que estimulam funções executivas, como atenção, memória de trabalho e controle inibitório, podem beneficiar indivíduos com esse transtorno. Por exemplo, jogos de mesa, exercícios de memória e estratégias de planejamento podem melhorar a capacidade de concentração e organização das tarefas diárias para pessoas com TDAH.

Além disso, a estimulação cognitiva contribui para o desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais, essenciais para lidar com os desafios associados ao TDAH. A prática regular de atividades que promovem a resolução de problemas e a autorregulação pode ajudar a reduzir impulsividade e comportamentos disruptivos. Isso é especialmente relevante em contextos acadêmicos e profissionais, onde indivíduos com TDAH podem enfrentar dificuldades adicionais.

Estudos recentes sugerem que a plasticidade cerebral, ou seja, a capacidade do cérebro de se adaptar e aprender ao longo da vida, pode ser potencializada por meio da estimulação cognitiva. Isso significa que, independentemente da idade, indivíduos com TDAH podem se beneficiar de intervenções que visam fortalecer áreas específicas do cérebro envolvidas no controle atencional e na regulação do comportamento. Os pesquisadores Dentz e colaboradores (2020), por exemplo, identificaram que pessoas de 18 a 63 anos, podem ser beneficiadas com treino cognitivo computadorizado nas habilidades verbais e visuoespaciais.

Cabe destacar que a diversidade de métodos disponíveis para a estimulação cognitiva permite que pessoas com TDAH encontrem estratégias que melhor se adequem às suas necessidades individuais. Desde jogos digitais até programas estruturados em clínicas especializadas, há uma variedade de recursos acessíveis que podem ser adaptados para diferentes faixas etárias e níveis de habilidade.

A estimulação cognitiva oferece um caminho promissor para melhorar a qualidade de vida de pessoas com TDAH, fortalecendo habilidades essenciais e facilitando a adaptação às demandas cotidianas. Integrar essas práticas como parte do tratamento do TDAH pode proporcionar benefícios significativos a longo prazo, promovendo o desenvolvimento pessoal e profissional desses indivíduos.

Apesar das evidências encontradas, ainda são necessárias maiores investigações sobre os impactos da estimulação cognitiva para pessoas de diferentes faixas etárias diagnosticadas com TDAH. É importante considerar também a relevância de identificar métodos de aplicação de estímulos e mensuração dos resultados para que sejam adotados padrões de execução e avaliação.

Referências:

DENTZ, A. et al. Working memory training for adults with ADHD. Journal of attention disorders, v. 24, n. 6, p. 918-927, 2020.

ELBE, P. et al. Computerized cognitive interventions for adults with ADHD: A systematic review and meta-analysis. Neuropsychology, v. 37, n. 5, p. 519, 2023.

TOURINHO, A.; BONFIM, C.; ALVES, L. Games, TDAH e funções executivas: Uma Revisão da Literatura. Simpósio Brasileiro de Jogos e Entretenimento Digital (SBGames), p. 873-879, 2016.

Assinam este artigo:

Profª Msc. Gabriela dos Santos – Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Gerontologia pela Universidade de São Paulo (USP), Graduada em Gerontologia pela USP, com Extensão pela Universidad Estatal Del Valle de Toluca. Membro do Grupo de Estudos em Treino Cognitivo da Universidade de São Paulo.

Profa. Dra. Thais Bento Lima da Silva – Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Mestra e Doutora em Ciências com ênfase em Neurologia Cognitiva e do Comportamento, pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Docente do curso de Bacharelado e de Pós-Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É parceira científica do Método Supera. Coordenadora do Grupo de Estudos em Treino Cognitivo da Universidade de São Paulo.

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