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A importância do propósito de vida: reflexões para 2024

À medida que nos aproximamos do novo ano, vamos nos tornando pessoas mais reflexivas sobre nossas conquistas, aprendizados e ansiosas em definir metas significativas para o futuro. Em meio a todos os objetivos que iremos estabelecer, um fator importante, muitas das vezes esquecido, deve se considerar: o propósito de vida.

Em 1989, o estudo do bem-estar subjetivo evoluiu bastante, saindo da abordagem exclusivamente hedônica para incorporar aspectos eudaimônicos, graças às contribuições da psicóloga Carol D. Ryff (Ryff, 1989). A transição dessa abordagem, representa uma mudança na forma como compreendemos o propósito, sendo ele vertente do bem-estar psicológico (eudaimônico).

Anteriormente, o foco apenas estava no prazer imediato e na satisfação momentânea, assim, ao ser ampliado esse olhar, cresceu a perspectiva de inclusão da busca por um significado mais profundo na vida, crescimento pessoal e contribuições significativas.

Essa mudança implica em valorizar não apenas a alegria momentânea, mas também a realização a longo prazo, reconhecendo que a felicidade duradoura está conectada a propósitos mais profundos e ao desenvolvimento pessoal contínuo, sendo um grande aliado para a construção de uma vida plena com um envelhecimento saudável.

Definindo Propósito de Vida

Mas o que exatamente é propósito de vida? Ele vai além de simples metas; trata-se da sensação profunda de que a vida possui uma direção, um significado e uma intencionalidade. Ter um propósito impacta positivamente em diversos aspectos como uma melhor saúde mental, longevidade e uma melhor qualidade de vida.

Um estudo realizado em Campinas e em um bairro de São Paulo, se propôs a analisar a relação entre o propósito de vida e o desempenho em atividades diárias de idosos com 80 anos ou mais (Ribeiro et. al., 2022). E foi obtido como resultado que os participantes com um propósito de vida mais elevado, possuíam maior probabilidade de realizar mais atividades avançadas da vida diária (AADL).

Além disso, Estudos longitudinais nos Estados Unidos e Austrália (Ribeiro et. al., 2020) mostraram que esse fator continua sendo determinante para a adaptação bem-sucedida na vida adulta e na velhice. Em um mundo com diversos ciclos de vida, compreender essa relevância é extremamente importante, especialmente em países em desenvolvimento, onde as desigualdades sociais e adversidades são mais pronunciadas.

Realizando reflexões e estabelecendo metas

Nesse contexto, a relevância de estabelecer um sentido para a existência decorre da oportunidade de contribuir de maneira mais ativa e envolvente na sociedade, orientada para a consecução de metas e objetivos capazes de gerar impactos positivos no comportamento e influenciar as escolhas cotidianas.

Agora que você está ciente da importância do propósito de vida, compartilhamos algumas sugestões que podem orientá-lo(a) na melhoria ou criação do seu próprio propósito de vida:

Por fim, esperamos que tenha encontrado inspiração para refletir sobre o assunto. Acreditamos que a busca por comportamentos saudáveis e qualidade de vida não apenas enriquece o presente, mas também pavimenta o caminho para um envelhecimento pleno e significativo.

Assinam o texto:

Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva

Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do curso de Bacharelado e do Programa de Mestrado em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo, parceria científica do Instituto Supera de Educação.

Maria Antônia Antunes de Souza

Graduanda em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP). Foi bolsista de iniciação científica PUB do projeto intervenções psicoeducativas para a COVID-19 aliada à estimulação cognitiva no programa USP 60 + e atualmente é membro do Grupo de Estudos em Treino Cognitivo da USP (GETCUSP).

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