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3 dicas de filmes para entender a Doença de Alzheimer

A Doença de Alzheimer (DA) tem sido alvo de muitos estudos, nos últimos anos, de modo a fornecer diversos materiais informativos sobre o tema, os quais vão desde artigos científicos a manuais técnicos. Com isso, pesquisadores, profissionais da saúde e familiares de pacientes com este diagnóstico têm acesso a informações fundamentais para compreensão da doença e manejo dos casos. Mas será que é possível aprender sobre a DA por meio de outros recursos?

O contato com algum especialista no assunto (como um médico, um gerontólogo ou qualquer outro profissional da saúde que tenha especialização em Neurologia Cognitiva) ou com grupos/instituições voltadas para o suporte de pessoas com DA (como a Associação Brasileira de Alzheimer – ABRAz) é extremamente recomendável, visto que eles poderão apontar as melhores alternativas de cuidados e gestão do curso da doença.

A atriz Eva Vilma, protagonista do filme Minha mãe, minha filha (2018 ‧ Drama/Curta-metragem ‧ 16 mi)

Entretanto, os filmes também podem ser ótimos recursos para sensibilização e aproximação a esta temática. Embora os filmes não traduzam fidedignamente a realidade – trazendo, na maioria das vezes, uma história fictícia – eles podem ser considerados representações dela, principalmente porque, cada vez mais diretores e produtores têm se preocupado com a veracidade dos aspectos abordados. Desse modo, conteúdos cinematográficos permitem que sejam observados aspectos socioculturais relacionados a determinado contexto, bem como possíveis desfechos e consequências das atitudes tomadas pelas personagens, estimulando o pensamento crítico. Por meio deles, “mergulhamos” em um universo diferente, experimentando emoções e praticando a empatia, vendo as coisas por outro ponto de vista. Além disso, considerando-se que, em nossa sociedade, ainda há uma taxa significativa de analfabetismo, a linguagem cinematográfica torna-se mais inclusiva.

Por fim, a veiculação de filmes sobre a Doença de Alzheimer permite que esta temática, que é complexa, seja aproximada ao cotidiano, de modo lúdico. Esta pode ser uma boa estratégia de introdução ao conteúdo, para que estigmas sejam superados e que haja um maior entendimento sobre a doença, fazendo do momento de lazer um espaço de conscientização e informação.

Cena do longa Alzheimer na periferia (2018)

A seguir, três filmes (um longa, um curta e uma animação) superinteressantes que você pode acessar gratuitamente com apenas um click e aprender mais acerca do assunto:

“Alzheimer na Periferia”: Assista AQUI

O longa-metragem produzido pela Malabar Filmes documenta o dia a dia de 5 famílias que vivem na periferia da cidade de São Paulo e precisam lidar com o Alzheimer. Em seus quase 100 minutos de duração, acompanhamos o drama de quem precisa cuidar de um portador da doença sem ter recursos financeiros para remédios caros ou para pagar um cuidador ou fisioterapeuta, papéis assumidos principalmente pelos parentes mais próximos. Para isso eles acabam sacrificando empregos, estudos, a própria casa. Indo além, muitas vezes abrem mão de sua própria vida para trazer o mínimo conforto a quem amam. Estreou em 2018 // Direção: Albert Klinke//.

“Minha Mãe, Minha Filha”: Assista AQUI

Lançado em 2017, com Eva Wilma e Helena Ranaldi no elenco, o curta do diretor Alexandre Estevanato trata do drama sofrido pelos familiares de uma pessoa com a Doença de Alzheimer (DA). O filme aborda a DA, as dores de quem tem a doença e das famílias que cuidam. O filme, encontra-se disponível no Youtube, graças ao auxílio emergencial da Lei Aldir Blanc. Com roteiro de Cintia Sumitani, ‘Minha Mãe, Minha Filha’ conquistou dez prêmios em festivais brasileiro, além de ter integrado a programação do Festival de Cinema de Gramado, um dos maiores do País. Estreou em 2017 // Direção: Alexandre Estevanato//.

Helena Rinaldi ao lado de Eva Vilma e Guilherme Alves no curta Minha mãe, minha filha

Undone”: Assista AQUI

Ganhador do Prêmio Gold World Medal, Best Student Film Category, do Festival de Nova York, em 2019, a animação em formato de curta-metragem conta a história de Dotty, uma senhora que mora sozinha em sua casa, encontrando conforto em sua rotina diária de tricô. Quando ela tricota, entra em um mundo onde suas memórias ganham vida. Dotty entra no mundo da malha, uma e outra vez, revivendo a mesma memória. Com o tempo, as diferentes partes que compõem este mundo começam a se desfazer. No início, quando ela percebe que seu mundo está desmoronando, ela tenta costurar tudo de volta. No final das contas, ela se depara com uma decisão: continuar a unir tudo de novo ou aceitar que está perdendo suas memórias e aproveitar o que resta delas. Estreou em 2019 // Direção: The Animation School//.

Cena do filme Undone (2020)

E aí, o que achou do conteúdo e das nossas indicações? Você conhece algum filme sobre o tema? Se sim, escreva nos comentários abaixo!

Assinam este artigo:

Manuela Lina da Silva

Gerontóloga pela Universidade de São Paulo (USP), com realização de intercâmbio de Graduação pelo Programa de Mobilidade Acadêmica em Gerontologia da Escola Superior de Saúde (ESSa) do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) – Portugal. Exerceu estágio-voluntário na Santa Casa de Misericórdia de Bragança – Portugal e foi bolsista no Projeto Bairro Amigo do Idoso – Brás/Mooca (SP).

Tiago Nascimento Ordonez

Gerontólogo pela Universidade de São Paulo (USP) e especialista em Estatística Aplicada pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Exerceu a função de Gerontólogo na Prefeitura de São Caetano do Sul entre os anos de 2014 a 2016. E esteve como coordenador do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFVI) da Prefeitura de Diadema entre 2017 e 2020. Atualmente é membro da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG).

Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva

Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É assessora científica e consultora do Método Supera.

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