Dia Internacional da Pessoa Idosa: A revolução da longevidade

O Dia Internacional da Pessoa Idosa, celebrado em 1º de outubro, é também um convite para que a sociedade reflita sobre o envelhecimento e a forma de valorização dessa fase da vida. A data, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) na década de 1990, busca sensibilizar a população para a importância de garantir respeito, dignidade e participação das pessoas idosas em todos os âmbitos sociais. No Brasil, essa data também remete à criação do Estatuto da Pessoa Idosa (Lei nº 10.741/2003), que assegura direitos fundamentais, como saúde, educação, cultura, lazer, trabalho e convivência familiar e comunitária.
Segundo o Prof. Dr. Alexandre Kalache, referência nas discussões sobre envelhecimento e velhice, envelhecer é uma conquista social significativa. Em entrevista ao Podcast Longidade (2025), ele afirmou: “O século passado se caracterizou por uma grande conquista social: envelhecer. O grande desafio do século XXI é saber o que fazer com esse envelhecer”. Kalache reforça que o envelhecimento não deve ser visto como uma etapa de perdas ou limitações, mas como uma fase que oferece novas oportunidades de aprendizado, participação social e realização pessoal. Ele complementa, em outra ocasião: “Queremos acrescentar vida aos anos e não apenas anos à vida” (Habitability, 2024).
O Brasil, como muitos países em desenvolvimento, enfrenta desafios para lidar com o envelhecimento da população. Kalache observa que as mudanças significativas relacionadas ao envelhecimento da sociedade brasileira ocorrem antes que se tenham resolvido questões estruturais como desigualdade social, acesso à saúde e educação, o que exige políticas públicas mais efetivas e inclusivas.
Garantir uma longevidade ativa e saudável está relacionado à possibilidade de proporcionar condições para que as pessoas idosas vivam com autonomia, bem-estar físico e mental e participação social adequada. O conceito de envelhecimento ativo, defendido por Alexandre Kalache e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), engloba quatro dimensões principais: saúde, participação, segurança e aprendizado contínuo. Essas dimensões estão interligadas e contribuem para que cada pessoa idosa possa manter sua independência, fortalecer vínculos sociais e continuar contribuindo para a sociedade.
Além disso, a longevidade saudável requer políticas públicas integradas e intersetoriais. É necessário que setores como saúde, educação, cultura, transporte e trabalho estejam alinhados para oferecer oportunidades que permitam à população idosa exercer plenamente seus direitos. A adoção desses princípios contribui para o bem-estar individual, para o fortalecimento da coesão social e para o reconhecimento do envelhecimento como uma conquista.
A celebração do Dia da Pessoa Idosa nos convida a repensar suas práticas e políticas em relação ao envelhecimento. Ao reconhecer os avanços conquistados e os obstáculos ainda presentes, reforça-se a necessidade de promover ações que garantam longevidade, qualidade de vida, autonomia e integração social.
Referências:
ALCÂNTARA, Alexandre de Oliveira; CAMARANO, Ana Amélia; GIACOMIN, Karla Cristina. Política Nacional do Idoso: velhas e novas questões. Rio de Janeiro, Ipea, 2016.
BRASIL. Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003. Estatuto da Pessoa Idosa. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm. Acesso em: 25 set. 2025.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Biblioteca Virtual em Saúde. 01/10 – Dia Nacional do Idoso e Dia Internacional da Terceira Idade: “A jornada para a igualdade”. 01 de outubro de 2019.
KALACHE, Alexandre. Envelhecimento ativo: um marco político em resposta à revolução da longevidade. Rio de Janeiro: ILC-Brasil, 2015.
KALACHE, Alexandre. “Queremos acrescentar vida aos anos e não apenas anos à vida”. Habitability, 2024. Disponível em: https://habitability.com.br/queremos-acrescentar-vida-aos-anos-e-nao-apenas-anos-a-vida-diz-alexandre-kalache/. Acesso em: 25 set. 2025.
KALACHE, Alexandre. Entrevista ao Podcast Longidade, 2025.
KALACHE, Alexandre. “Por que o Brasil precisa apoiar a cultura anti-idadista”. Supera, 2025. Disponível em: https://metodosupera.com.br/dr-alexandre-kalache-por-que-o-brasil-precisa-apoiar-a-cultura-anti-idadista/. Acesso em: 25 set. 2025.
Assinam esse texto:
Profª Msc. Gabriela dos Santos – Docente do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro (UNISA). Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Gerontologia pela Universidade de São Paulo (USP), Graduada em Gerontologia pela USP, com Extensão pela Universidad Estatal Del Valle de Toluca. É pesquisadora no Grupo de Estudos em Treino Cognitivo da USP e atua com estimulação cognitiva para pessoas idosas.
Profa. Dra. Thais Bento Lima da Silva – Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Mestra e Doutora em Ciências com ênfase em Neurologia Cognitiva e do Comportamento, pela Faculdade de Medicina da USP. Docente do curso de Bacharelado e de Pós-Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP (EACH-USP), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e vice-diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É parceira científica do Método Supera. Coordenadora do Grupo de Estudos em Treino Cognitivo da Universidade de São Paulo.
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