SUPERA – Ginástica para o Cérebro

Velho, pessoa idosa ou terceira idade? Como falar com o idoso?

O guia para uma comunicação responsável sobre a pessoa idosa

Como falar com o idoso? Qual é a forma correta de se referir a quem tem mais de 60 anos de idade? Você certamente já ouviu algum termo pejorativo relacionado ao envelhecimento não é mesmo? Velhinho, gagá, coroa e caduco são apenas alguns dos muitos nomes ruins atrelados ao envelhecimento.

Nos últimos anos a sociedade vem discutindo a importância da tratativa correta a grupos específicos – como os idosos e este esforço vem sobretudo de instituições e pesquisadores do envelhecimento que alertam para os riscos de normalizar posturas que vão contra uma tendência cada vez mais acentuada: a longevidade e todas os seus desdobramentos.

Embora o respeito a pessoa mais velha pareça óbvio é comum observar desrespeito de todo tipo, a começar da forma como essa faixa etária é tratada no seu dia a dia.

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Quando pensamos em como falar com o idoso, a professora – doutora e parceira científica do SUPERA – Ginástica para o cérebro, Thais Bento Lima lembra que não existe um “velho típico”: a única coisa que há em comum entre os idosos, ao menos de uma mesma nação, é a sua idade cronológica (60+ em países em desenvolvimento e 65+ em países desenvolvidos) “As mudanças são próprias da nossa idade e, por conseguinte, não possuem um marcador cronológico, o que implica na existência de idosos longevos com uma saúde que pode ser equiparada a de um jovem adulto, além disso a velhice tem suas múltiplas faces, cada indivíduo que está envelhecendo deve ter a sua particularidade respeitada”, alertou a especialista.

Tratar as pessoas mais velhas com respeito e evitar o uso de nomes pejorativos é importante por várias razões:

Dignidade humana: Todas as pessoas merecem ser tratadas com dignidade e respeito, independentemente da idade. O envelhecimento é uma parte natural da vida, e o respeito é fundamental para preservar a dignidade das pessoas idosas.

Valorização da experiência: As pessoas mais velhas acumularam conhecimento, sabedoria e experiência ao longo de suas vidas. Ao tratá-las com respeito, reconhecemos e valorizamos essa contribuição, permitindo que compartilhem seus conhecimentos com as gerações mais jovens.

Inclusão social: Tratar as pessoas mais velhas de maneira respeitosa contribui para uma sociedade mais inclusiva. Quando evitamos o uso de termos pejorativos, promovemos a igualdade e combatemos o estigma relacionado à idade.

Saúde mental e emocional: O tratamento respeitoso tem um impacto positivo na saúde mental e emocional das pessoas idosas. Isso ajuda a manter sua autoestima, bem-estar emocional e senso de pertencimento.

Construção de relações intergeracionais saudáveis: Ao evitar termos pejorativos, estamos criando um ambiente propício para o diálogo e a construção de relações harmoniosas entre pessoas de diferentes idades. Isso promove uma compreensão mútua e a troca de experiências entre gerações.

Luta contra o preconceito etário: O uso de termos pejorativos reforça estereótipos negativos associados ao envelhecimento, contribuindo para o preconceito etário. Tratar as pessoas mais velhas com respeito é um passo importante para combater esse preconceito e promover a igualdade.

60+: como falar com o idoso?

Mas afinal: Como falar com o idoso? Qual é a maneira correta de se referir a quem tem mais de 60 anos de idade? Segundo o guia para uma comunicação responsável sobre a pessoa idosa de autoria do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania é preciso evitar:

– Avós (a menos que nossa intenção seja a de fazer referência a este papel social ou destacar esse vínculo familiar).

– Aposentados (a menos que nosso objetivo seja o de abordar sua situação em relação ao mercado de trabalho ou outras questões previdenciárias).

– Sexagenários, Octogenários, etc. (a menos que queiramos mencionar apenas parâmetros cronológicos).

– E outros termos como terceira idade, melhor idade entre outros.

Use sempre:

– Pessoa idosa. O termo faz parte de um projeto de lei federal, que mudou o nome do Estatuto do Idoso, para Estatuto da Pessoa Idosa e possui um caráter não discriminatório quanto às questões de gênero, além de ressaltar a centralidade do indivíduo e não de uma característica, no caso a idade, o que acontece quando utilizamos o termo idoso, pois reduzimos o indivíduo a uma característica temporal.

– Quanto às imagens, convém evitar o uso daquelas que reforcem estereótipos, preconceitos, exposição ao ridículo ou que possam gerar vulnerabilidade em relação aos seus direitos. Existem velhices plurais e a diversidade deve sempre sem respeitada, valorizada e utilizada em processos de comunicação.

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