SUPERA – Ginástica para o Cérebro

Sobrecarga emocional e estresse do cuidador no contexto de pandemia

“Cuidar é resistir!” Esse foi o tema adotado por uma campanha do Fórum de Comunidades Tradicionais que tinha por objetivo arrecadar alimentos e outros recursos para territórios tradicionais durante o período da pandemia de Covid-19. Mas será que poderíamos usar essa afirmação em outros contextos, por exemplo no cuidado com a vida, no cuidado com o outro e no cuidado com nós mesmos?

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Não é novidade que o vírus descoberto no final de 2019 na China, tem deixado diversos impactos em diferentes países do mundo. No Brasil muitos desses impactos podem ser vistos através de dados estatísticos, quando analisamos o número de vítimas da Covid-19 ou a taxa de desemprego, também podem ser vistos, por exemplo, quando nos deparamos com imagens de pessoas buscando por alimentos em lugares precários. Mas você já parou para pensar sobre os impactos que não podem ser vistos a olho nu ou que não são facilmente transformados em números?

O programa Embracing Carers, traduzido para o português como “Acolhendo Cuidadores”, realizou uma pesquisa em 12 países, sendo eles: Brasil, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Espanha, Austrália, Taiwan, Índia e China, durante o ano de 2020, considerando o contexto pandêmico. A pesquisa tinha por objetivo avaliar o bem-estar de cuidadores informais, ou seja, que cuidam de familiares ou outras pessoas sem remuneração.

De acordo com o relatório fruto da pesquisa, no Brasil foram entrevistados 755 cuidadores e os resultados indicaram piora na qualidade de vida dessas pessoas durante a pandemia. Comparados a cuidadores de outros países, os brasileiros apresentaram uma sobrecarga mais significativa, com aumento de demandas, tanto em relação ao cuidado, quanto a realização de tarefas domésticas, gerenciamento e auxílio para o manuseio de tecnologias.

Mais de 60% dos entrevistados disseram que houve piora especialmente para a saúde mental, 70% informaram que houve maior sensação de esgotamento, 68% relataram prejuízos para a saúde financeira e 57% perceberam piora para a saúde física. Ainda segundo o relatório, os cuidadores de pessoas com doenças cognitivas, como a Doença de Alzheimer, foram os mais impactados, sendo necessário principalmente prestar maior apoio emocional.

Considerando as dificuldades encontradas pelos cuidadores de pessoas idosas, a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) também conduziu uma pesquisa com a mesma temática, porém os resultados ainda não foram divulgados. Entretanto, a fundação disponibilizou uma série de cartilhas com orientações de autocuidado, esclarecimento sobre os direitos da pessoa idosa, combate a violência contra o idoso e sugestões de como estimular a memória e a saúde física das pessoas com 60 anos ou mais durante a pandemia.

A partir dos resultados apontados pelo programa Acolhendo Cuidadores, é possível refletir sobre a necessidade de cuidadores de todo o país serem resistentes diante os impactos para a própria saúde, física e mental, para o bem-estar e vida financeira. Quando muitos não podem contar com apoio de outras pessoas, resistir pode ser uma das únicas opções para continuar exercendo as funções do cuidado.

Vamos deixar algumas dicas de como lidar da melhor maneira possível diante desse contexto, então se você é cuidador(a), elas são para você, e se conhece alguém que desempenha essa função, compartilhe:

Assinam este artigo

Gabriela dos Santos, Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Gerontologia pela Universidade de São Paulo (USP), Graduada em Gerontologia pela USP, com Extensão pela Universidad Estatal Del Valle de Toluca. Assessora científica.

Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva, Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. E assessora científica e consultora do Método SUPERA.

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