Vivenciamos atualmente uma série de situações envolvendo problemas de relacionamento no espaço escolar, no trânsito e nos locais de entretenimento. Por vezes, ouvimos dizer que tais espaços estão mais violentos.
É importante lembrarmos, contudo, que eles são parte de um todo social, histórico, político e cultural e, neste sentido, tanto sofrem influência quanto influenciam na constituição dos sujeitos e suas relações.
Para pensar sobre isso, vale a pena analisarmos como as pessoas se organizam nas interações no âmbito familiar e nos demais espaços sociais. Nós nos constituímos enquanto sujeitos nas relações que estabelecemos com o outro. É no dia-a-dia que percebemos nossas potencialidades e fragilidades.
Assim, temos no outro um grande parceiro e, para que tais relações sejam saudáveis, é imprescindível darmos o devido valor à escuta.
Muitas vezes estamos rodeados de pessoas mas nos vemos sozinhos. Partilhar espaços comuns não garante diálogo e companheirismo. É preciso permitir-se estar com o outro, no exercício da escuta e da partilha… A afetividade é imprescindível para a constituição de pessoas saudáveis.
Para pensarmos em escuta, devemos compreendê-la em sua complexidade: a escuta que tenho em relação a mim mesma e a escuta construída em relação ao outro. Ambas são desenvolvidas e aprimoradas. Para termos escuta, precisamos interagir, conhecer, analisar, repensar, ressignificar, respeitar, mudar, valorizar…
É pela escuta que aprendemos a conhecer nossas próprias ideias, a respeitar as diferentes formas de pensar, a permitir-nos aprender com o outro e partilhar sem arrogância, a perceber o quanto somos, ao mesmo tempo, pequenos e grandes. Pequenos, por termos um mundo a conhecer e por estarmos sempre aprendendo, crescendo e aprimorando. Grandes, pelas infinitas possibilidades que a vida nos coloca e que devemos aproveitar.
Ora, se nos constituímos com o outro historicamente nas inter-relações estabelecidas, desenvolver relacionamentos saudáveis é imprescindível à nossa saúde mental, física, social e cultural. A começar pelas famílias, este deve ser um dos principais objetivos das demais instituições sociais.
No SUPERA, por meio das temáticas para reflexão, das dinâmicas realizadas e dos jogos vivenciados, aprimoramos o autoconhecimento, a escuta e as inteligências intra e interpessoal, possibilitando apurarmos nossa argumentação, aprendendo a lidar com as divergências e diferentes pontos de vista, além de promover a saúde mental. Lidar com as diferenças: eis um grande desafio para nossa cultura.
Desafio esse trabalhado intencionalmente nas aulas SUPERA. Estas vivências são riquíssimas para nossas ações do dia-a-dia, sejam elas na família, na escola, na empresa, nos espaços de entretenimento. Façamos a nossa parte… Depende sim, de cada um de nós e, portanto, de todos nós.