Hoje vamos falar sobre a matemática, ou melhor, sobre a discalculia, um transtorno de aprendizagem definido como uma desordem neurológica específica que afeta a habilidade de uma pessoa de compreender e manipular números, não decorrente de problemas na visão e/ou audição.
Estudantes com esta disfunção da saúde mental, que afeta a habilidade de resolver cálculos matemáticos, lutam para entender seu problema e criar métodos para lidar com os números. Além disso, sofrem com o preconceito em sala de aula e com o despreparo da maioria das escolas brasileiras.
A dificuldade de alfabetização é facilmente notável, mas não saber matemática é algo comum e, por isso, muitas vezes ignorado. Esta é uma realidade “perigosa”, que acaba deixando a discalculia passar despercebida. A ausência de testes e o despreparo de professores e pedagogos fazem com que o diagnóstico da discalculia ainda seja precário no Brasil.
O diagnóstico clínico é mais comum quando a matemática começa a se tornar mais abstrata, no final do ensino fundamental. Os indivíduos com discalculia têm dificuldade com noção de tempo, de grandeza, demoram a aprender, a contar e a sequenciar números. Eles também se complicam na hora de memorizar regras de jogos, não montam boas estratégias, têm dificuldade para lidar com dinheiro. Para estes indivíduos, é muito difícil fazer cálculos mentais ou decorar tabuadas.
O “mal dos números”, como também é conhecida a discalculia, é detectado com frequência em comorbidade com outras disfunções, como a dislexia e o TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade ). Após o diagnóstico, o acompanhamento de psicopedagogos e uma avaliação cuidadosa da escola são necessários.
Novos métodos de ensino devem ser criados, sempre priorizando o concreto, a apresentação de objetos para simbolizar os cálculos, representar os números. Dependendo do caso, quando o aluno chega à fase mais abstrata da matemática, a possibilidade de uma revisão do cronograma curricular deve ser discutida.
O Supera – Ginástica para o Cérebro – ajuda a sanar a dificuldade de percepção visuoespacial dos alunos com discalculia, através do trabalho com figuras e formas, semelhanças e diferenças, noções de quantidade, raciocínio lógico, elaboração de estratégias, utilizando suas ferramentas pedagógicas (jogos, ábaco, apostilas abrindo horizontes).
As dinâmicas em grupo e os vídeos ajudam na motivação e estimulam o aluno a se expor de forma gradual e não punitiva, melhorando sua relação interpessoal e autoconfiança, o que contribui de forma efetiva para perder o “medo da matemática”. A matemática é uma ciência viva, que se desenvolve a todo momento, gerando novos conhecimentos.
O Psicólogo Howard Gardner, ligado à Universidade de Harvard, e conhecido especialmente pela teoria das múltiplas inteligências, afirma em seu livro “Estruturas da Mente” que a inteligência lógico-matemática se relaciona de forma evidente com o sucesso profissional do indivíduo.