Enquanto você lia o título desta matéria, alguém no mundo desenvolvia demência. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), isso acontece a cada três segundos, e hoje já são mais de 55 milhões de pessoas vivendo com essa condição neurológica, que afeta funções cognitivas como memória, raciocínio e habilidades sociais.
Embora o envelhecimento seja o principal fator de risco, estudos indicam que 40% dos casos de demência podem ser prevenidos por meio de mudanças no estilo de vida e controle de fatores de risco. Um novo artigo publicado na revista médica The Lancet identifica fatores de risco emergentes em diferentes fases da vida, contribuindo para aumentar a probabilidade de desenvolvimento da demência.
Por exemplo, obesidade e pressão alta, que costumam ter origem na juventude, são fatores de risco na meia-idade, mas sua associação com comprometimento cognitivo leve (MCI) e demência diminui na velhice. Um estudo anterior já apontava 12 fatores de risco, e agora, dois novos foram acrescentados: colesterol alto e perda visual.
Entender todos eles e adotar medidas preventivas pode ser essencial para manter o cérebro saudável ao longo da vida. Confira:
- Baixa escolaridade
Garantir acesso a uma educação de qualidade e incentivar atividades cognitivamente estimulantes na meia-idade protege a cognição. A estimulação cognitiva faz diferença mesmo para quem tem poucos anos de escolaridade. - Perda de audição
Tornar os aparelhos auditivos acessíveis e reduzir a exposição a ruídos prejudiciais contribuem para a prevenção da demência ao minimizar a perda auditiva. - Colesterol LDL alto
Aproximadamente 7% dos casos de demência estão associados a níveis elevados de colesterol LDL, o chamado “colesterol ruim”, a partir dos 40 anos. - Depressão
A depressão prolongada, tanto na meia-idade quanto na velhice, é um fator de risco. Buscar ajuda especializada com psicólogos e/ou psiquiatras é fundamental para o tratamento. - Lesão cerebral traumática
Lesões na cabeça, como as causadas por acidentes ou esportes de impacto, aumentam o risco de demência, especialmente quando repetitivas ao longo da vida. - Sedentarismo
A prática regular de esportes e exercícios físicos reduz a probabilidade de desenvolver demência. - Diabetes
O diabetes, quando mal controlado, pode danificar os vasos sanguíneos e afetar a cognição. Um estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada e atividade física, ajuda no controle da doença e na redução de riscos. - Tabagismo
Fumar acelera o envelhecimento cerebral e aumenta significativamente o risco de demência. Parar de fumar é uma das melhores atitudes para a saúde do cérebro. - Hipertensão
Manter a pressão arterial sistólica abaixo de 130 mm Hg a partir dos 40 anos ajuda a prevenir a hipertensão e, consequentemente, a demência. - Obesidade
Manter um peso saudável e tratar a obesidade precocemente também ajuda a prevenir o diabetes e a reduzir o risco de demência. - Abuso de álcool
O consumo regular e excessivo de álcool pode causar danos cerebrais permanentes, afetando a memória e o aprendizado. Moderação é essencial para evitar impactos negativos. - Isolamento social
Manter-se socialmente ativo estimula o cérebro. Encorajar ambientes comunitários e amigáveis para idosos favorece a participação em atividades e a convivência social. - Poluição do ar
A exposição prolongada à poluição pode causar inflamação cerebral e danos aos vasos sanguíneos, aumentando o risco de demência. - Perda visual
Cerca de 2% dos casos de demência são atribuíveis à perda de visão não tratada em idades avançadas, frequentemente causada por condições como catarata, glaucoma e degeneração macular.