Mesmo nos meses de maior isolamento, foi comum em 2020 nos sentirmos cansados. Mesmo em casa, ao lado dos filhos, aos finais de semana, ou mantendo uma vida mais saudável.
Esta sensação constante pode ser um alerta de que o seu cérebro está trabalhando muito e que precisa descansar.
Ao longo do dia nosso cérebro recebe milhares de estímulos visuais e auditivos, no que conhecemos como uma rotina “multi tarefa”: trabalho, estudos, casa, filhos… constantemente o cérebro é submetido a múltiplas tarefas que exigem constantes esforços mentais.
“É comum ouvirmos as pessoas dizerem que estão ‘precisando de férias’. Isso nada mais é do que uma verbalização do que o corpo está pedindo: uma desaceleração das tarefas, uma mudança de rotina para que ele possa trabalhar mais e melhor. É algo que acontece de forma inconsciente, mas que faz todo sentido quando pensamos em períodos como o fim de um ano”, pontuou Patrícia Lessa, Diretora Pedagógica do SUPERA.
Não sinta culpa – Adultos que realizam muitas coisas ao longo um dia e que tem muitas responsabilidades (como filhos pequenos), com frequência se sentem culpados por “se darem um descanso”, no entanto, o período de descanso não é apenas físico, mas, sobretudo, mental, e é fundamental para recuperar as energias e ter mais qualidade de vida.
Ao longo das últimas décadas, diversos estudos comprovaram que o descanso do cérebro é um fator determinante para o sucesso do indivíduo como um todo e oferece benefícios diretos para os neurônios.
“O aspecto curioso do cansaço do cérebro é que ele é específico para aquelas partes que estavam trabalhando intensamente de fato. Então, se você passa muito tempo fazendo contas de cabeça, você esgota a sua capacidade de lidar com números, mas você é totalmente capaz de sair dali e ir tocar piano, ou ir ler um livro, ou fazer alguma atividade que exija a atuação de outros sistemas do seu cérebro”, explica a neurocientista Suzana Herculano Houzel.
Quero férias!
Por isso, tirar férias e descansar os neurônios é tão importante. Recentemente, neurocientistas descobriram que a atividade cerebral se reorganiza completamente durante um período “sabático”.
Na prática, a ciência já provou que aquela sensação maravilhosa de viajar ou simplesmente não fazer nada – o “ócio criativo”, são benéficas para o cérebro.
As pesquisas revelaram que as áreas ativadas no cérebro quando estamos descansando são diferentes das áreas ativadas quando estamos trabalhando.
Atividades estimulantes para o cérebro nas férias
Ainda assim, é possível manter o cérebro ativo durante o período de descanso com atividades prazerosas e relaxantes.
Antes de começar, atenção: as atividades não devem ter ‘cara’ de tarefa escolar ou profissional. A ideia é não ter a cobrança típica destes ambientes para exercitar seu cérebro enquanto você se diverte.
Outro ponto importante: se você já trabalha com algo, como tecnologia, por exemplo, evite o uso destes equipamentos durante as férias. Eles podem maquiar o descanso e desperdiçar o período destinado ao relaxamento do cérebro, fazendo com que você retome suas atividades ainda com a sensação de cansaço, mesmo após as férias.
Confira algumas dicas de Solange Jacob, Diretora Pedagógica do Método SUPERA, rede de 400 escolas pelo Brasil dedicadas à estimulação do cérebro.
- Jogos – Essa dica vale tanto para as crianças quanto para os adultos! Os pequenos podem praticar esportes como queimada e frescobol, que desenvolvem a inteligência corporal. Já os adultos podem procurar por sudoku, que desenvolve o raciocínio, o tangram, que estimula a percepção viso-espacial e jogos de tabuleiro, que promovem a interação entre os participantes e estimulam a memória e a agilidade de raciocínio.
- Neuróbicas – Estas atividades consistem em tirar o cérebro da zona de conforto, fazendo as tarefas comuns do cotidiano de um jeito diferente. Isso faz com que os neurônios tenham que encontrar outro caminho para realizar a mesma atividade. Alguns exemplos: escovar os dentes com a mão não dominante, trocar de roupa com os olhos fechados, mudar o lugar em que você se senta à mesa…
- Dança – A atividade traz inúmeros benefícios para o cérebro, principalmente para os idosos. De acordo om um estudo alemão publicado recentemente, dançar tem o efeito de frear ou até mesmo reverter o declínio das capacidades física e mental que vêm com a idade.
- Alimentação – Durante o período de descanso do trabalho e estudos, temos mais tempo livre. Por que não o aproveitar também para se alimentar melhor? Tomar café da manhã, por exemplo, é essencial para o bom funcionamento do cérebro, pois sem a primeira refeição do dia, o desempenho intelectual é reduzido. Você pode incluir ovos, já que a gema é rica em colina, nutriente fundamental para o desenvolvimento cerebral, relacionada à memória e oleaginosas, ricas em vitamina E, ajudando a diminuir o declínio cognitivo com a idade.
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